Capítulo 20

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STACY

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STACY

Com as pálpebras pesadas e a claridade predominando o quarto, virei para o lado e encarei as horas no relógio e já se passavam das 16. Hoje iniciei um turno às 5 da manhã e voltei para casa às 10. Como se não bastasse, de noite teria mais um turno e mal estava me aguentando em pé ou talvez tenha a ver com esse sentimento que esmagava o meu peito. Ontem fora a primeira noite em anos que me diverti, mesmo com um comentário e outro. Foi péssimo que tudo acabasse em brigas e discussões, e o pior de tudo, no rompimento da minha amizade com Tate.

Não foi necessário conhecê-lo há anos ou tudo ter começado de uma forma clichê. A nossa sintonia bateu desde o primeiro momento e por mais que ainda tentasse mantê-lo longe, Tate sempre acabava por estar ao meu lado, fazendo parte de uma parte da minha vida. Sentia aquela conexão como se ela existisse desde sempre e apenas fora desenterrada. Se existisse reencarnação, não teria a menor dúvida que nos encontramos em vidas passadas. As nossas energias, mesmo que tão opostas, se encaixavam. A garota que via a vida como um inferno torturante e o garoto que transformava o inferno em uma pista de dança.

Agora isso não existia mais. O tanto que ainda gostaria de conhecer mais dele... Não seria mais possível. Tínhamos terminado. Terminado a nossa amizade. Isso me afetara muito mais do que deveria. Quer dizer, como seria lógico explicar que passei a enxergar em Tate um refúgio? Quando pensava não ter ninguém, que estava sozinha, ele surgiu como em um conto de fadas e deu ordem ao meu mundo que estava prestes a ser destruído. Um mundo esquecido e vazio. No entanto, era melhor assim. Já estava cansada de ouvir os comentários agressivos e desprezíveis das pessoas, mas doeu que Tate ouvisse isso. Ele e Paige. Tate sempre respeitava o meu espaço e sabia do meu trabalho, mas realmente não parecia ligar.

Meu mundo colorido de cinza ganhava uma cor vermelha, como as de chamas queimando quando ele estava por perto. Então, agora, tudo voltara a ser cinza e sem graça. Por mais que me incomodasse, precisava realmente ter feito o que fiz. Não podia trazer pessoas para a minha vida, não na minha situação, na minha realidade. Foi melhor assim. Na verdade, tinha que ser assim. A minha vida, um completo caos e uma zona total, não era lugar para mais ninguém, além de mim mesma.

Levantei, como de costume, amaldiçoando estar viva mais um dia. Porém, bastava lembrar da covarde que era para dar um fim nisso tudo, então, era mais que merecido. Caminhei até a cozinha e preparei cereal com leite em uma tigela e a coloquei sobre a mesa, sentando-me na cadeira e observando o dia nublado através da janela. Voltei o meu olhar para a cadeira vazia a minha frente e quase pude imaginá-la sentada ali, lendo o jornal com sua xícara branca entupida de café puro e provavelmente comentando sobre algum assunto esboçado nas páginas. Doía saber que minha mãe poderia ainda estar aqui, se tivesse me contado sobre a doença mais cedo, talvez pudesse ter feito algo. Mas Ester e sua mania de me proteger das maldades do mundo, da dor e do sofrimento não deixaram e agora, ironicamente, vivia em um mundo onde apenas sentimentos ruins existiam.

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