Capítulo 10

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STACY

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STACY

Meus pés tocaram o primeiro degrau após sair do Jans, dessa vez, mais cedo do que ontem. O céu estava escuro e o cansaço de sempre ainda eram a minha companhia. Desci a pequena escadaria na mesma postura, ombros encolhidos e as mãos nos bolsos da blusa. Andava pela calçada tão perdida em meus pensamentos, mas, ao mesmo tempo atenta a tudo, como uma percepção especial, talvez fosse um sexto sentido, não sei.

Vagarosamente o céu se abria e as nuvens se dissipavam, o que significava que seria um dia ensolarado em vez de nublado e nebuloso. Apesar de tantos prédios no meu campo de visão, apreciava os leves contrastes no céu que prometia um belíssimo dia. Devia ser legal acordar pela manhã e admirar essas pequenas coisas depois de uma boa noite de sono, um humor calmo e não parecer que estava prestes a cair em qualquer lugar. Ainda sim, era legal admirá-lo nessas condições.

Após virar à direita e caminhar por mais um tempo, lá estava o edifício Elmo's e a minha rotina começaria toda novamente. Haviam dias que parecia um disco arranhado, nada de diferente, uma cópia exato do anterior. O verdadeiro significado de estar apenas existindo. As calçadas não estavam tão movimentadas como ontem, acredito que seja a única diferença até agora. Entrei no edifício, passando pela portaria e rindo internamente da Bailey, que cuidava dessa área. Ela ria sozinha com o celular na mão, o que era bem engraçado porque não saía nenhum som da sua boca, mas a sua expressão e lábios abertos era de quem estava gargalhando.

Prossegui, desanimada por ter que subir as escadas quando tudo que queria fazer era correr para o meu apartamento e tomar um banho. Deslizava a mão pelo corrimão de madeira, subindo sem cautela. Isso quase me fez torcer o pé duas vezes, mas por enquanto iria continuar abusando da sorte. Uma mulher mais velha, se não estiver enganada, se chamava Amélia, passou por mim, olhando torto. Isso era anormal, apesar de o meu emprego ser julgado, mulheres como ela apenas virava a cara, porém, além do olhar indiferente, continuou a me encarar como se tivesse matado alguém ou como se fosse um alienígena ou qualquer ser de outro planeta.

Suportar o preconceito das pessoas comigo era a pior parte de morar nesse lugar e de sair de casa até mesmo para ir à esquina. As pessoas julgavam sem saber, se não era socialmente aceito o que você faz, então, você era menos humano e não precisava ser tratado como um. O mundo é assim, danem-se os sentimentos e dane-se a sua dor, a perfeição aos olhos deles é o que importa. Porém, tenho a minha própria teoria. O seu perfeito é diferente do meu, mas mesmo assim está tudo bem.

Chegando ao quarto andar, levei um susto enorme ao deparar-me com policiais no meu apartamento. O coração sambou no peito ao pensar em Marley. O que esses policiais estavam fazendo aqui? O que tinha de errado? Ah, e eu queria mesmo saber? Com o coração apertado, assustada e confusa, fui até eles. Não era por isso que esperava ao retornar do trabalho a essa hora da manhã. Tomara que esteja tudo bem com Marley.

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