Capítulo 11

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TATE

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TATE

Com primor, percebera como pensar em Stacy Ayers era algo que fazia com frequência, mais do que gostaria. Por ela, agia sem pensar e sem ligar para nenhuma espécie de julgamento. Stacy tinha razão. Eu não a conhecia tempo o suficiente para garantir nada ao seu respeito, porém, era mais que uma simples intuição, era uma certeza profunda e mais justificável do que a minha própria existência. Não era como se pudesse desvendá-la em seus olhos ou na sua vazia expressão, porque isso era impossível. Estava mais do que claro que Stacy era um enigma, um mistério, um caso ainda sem solução, mas a certeza que emanava do meu interior ao acreditar cegamente na sua inocência tinha um grande poder, uma grande força.

Ela própria não enxergava o quanto a perfeição se instalava nos seus detalhes, na sua essência e no encanto dos seus mais simples gestos. Ela não podia estar mais enganada. Havia muito o que conhecer. Por um lado, reconhecia a dosagem considerável de insânia da minha parte em agarrar-me a isso com tanta persistência, no fato inexplicável de querer conhecê-la, de ter tanta certeza em coisas relacionadas a ela. De qualquer forma, estar na sua presença desaparecia com essa insânia e mais que isso, até a justificava. Estava claro para mim que não havia cismado com Stacy Ayers por acaso ou uma coincidência qualquer, como se fosse acontecer com qualquer uma. Stacy tinha um toque de fragilidade em seus olhos, mas não de um modo que a tornasse fraca. Em outro significado, era uma fragilidade de algo que já estava partido e tinha a tendência de se partir ainda mais.

Desde que se afastou em frente a delegacia, não a vi mais e meio que optei por isso. A confusão ainda perturbava a minha cabeça e acredito que o fato de não compreender o que isso significava também. Stacy não queria envolvimento, queria permanecer em um movimento contínuo que a levaria direto até o fim, sem nenhuma parada e isso era péssimo. Aguardar pela morte com tantas coisas para serem vividas era uma grave ofensa à vida. Segurar-se a ideia de desistir quando ela ainda não é nem uma opção, descreditava o futuro. Ninguém pode prevê-lo e a sua imprevisibilidade surpreendia muitas pessoas.

Era quarta-feira e diferente de como faço todas as manhãs, me encontrava no apartamento de Paige, esparramado em sua cama grande e as costas na parede e acima de mim, pôsteres e mais pôsteres do Guns'n Roses e Aero Smith. Sobre a cama, o lanche que trouxe da Pálmer para comer aqui. Hoje era o dia de folga de Paige e também, o dia em que ela exagerava em acordar tarde. Ela estava comigo no dia que vi Stacy na viatura policial e não havia dúvidas da sua indignação perante o meu instinto de correr até a delegacia e ver no que aquela estranha havia se metido. Tentou me convencer durante um tempo pavorosamente desgastante de que não deveria me meter na vida dos outros ou muito menos ceder a essa maluquice que se tornara a minha obsessão particular.

— Chame do que quiser, Tate. — apoiou-se nas costas da poltrona, vestida com um short largo e um sutiã preto. O nosso nível de intimidade era assim. — Para mim, é sim uma obsessão. Juro para você, está exatamente igual ao Joe de You na Netflix.

Revirei os olhos.

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