Capítulo 09

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STACY

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STACY

Descia a curta escadaria do lado de fora do Jans, completamente esgotada de trabalhar à noite inteira. Por um motivo, essa noite fora ainda pior do que comumente era. Meu corpo reclamava, o cansaço pesava e aquele sentimento em meu peito, sufocava a minha alma, fazendo com que questionasse o sentido da minha existência. Viver era mais difícil do que parece, fazendo com que desistir fosse tão mais fácil. Uma opção libertadora.

Parei no último degrau, observando a movimentação nas calçadas e os carros em constante movimento. Enquanto a maioria das pessoas estava prestes a começar o dia de trabalho, eu encerrava o meu. Não sei o que significava ter uma vida normal, monótona e trabalhar naquilo que me inspirasse acordar feliz todas as manhãs. Isso parecia ser apenas cenas de filme, mas as contemplava sempre que o meu horário de trabalho exigia que passasse a noite inteira lá dentro e o encerrasse pela manhã. Era tão diferente observar a rotina das pessoas, que apesar de serem agitadas, eram vidas que valiam a pena.

Suspirei longamente e prossegui caminhando, com as mãos nos bolsos da minha blusa de moletom cinza e o zíper dela aberto. Não tinha grandes planos para o meu dia. Até às 17 estava livre para fazer o que quisesse, após isso, retornaria apenas no dia seguinte, pela manhã novamente. O meu horário de trabalho não era fixo, diversificava no decorrer da semana e não podia contestar, não na minha posição. Era escrava de um trabalho que odiava mais que tudo na vida e isso me matava lentamente.

Desviei de algumas pessoas que seguiam na direção oposta na calçada, permitindo que os meus olhos vagassem por tudo o que ocorria a minha volta. Isso era o que mais fazia e, às vezes, nem me dava conta de como emergia do meu próprio corpo. O dia ainda permanecia nublado em Los Angeles, o que com certeza deveria estar enfurecendo turistas que adoravam contemplar a cidade em seu cenário perfeito.

Caminhar até o meu apartamento era a minha rotina mais certa todos os dias. O mesmo trajeto, o encontro com rostos conhecidos, apesar de conhecê-los apenas de vista. Sempre tive uma fixação por rostos, os memorizo até quando não estou devidamente prestando atenção. Rostos não diziam muito sobre uma pessoa. Se tratava da máscara volátil mais perfeita que existia. Manipulá-los era muito fácil.

Avistei o edifício que ficava o meu apartamento em alguns minutos e, ansiava muito para me livrar dessas roupas, entrar no meu short de moletom e a minha regata branca e dormir, mesmo que fosse apenas por umas três ou quatro horas, às vezes até menos. Minha barriga roncava e meu corpo, um pouco bambo devido às horas que passei sem comer. Se bem me lembro, desde que almocei um sanduíche, não comi mais nada até agora. Agradecia secretamente a minha genética, porque a minha alimentação era péssima, na verdade, tornou-se péssima desde que minha mãe falecera. Antes, ela cuidava para que me alimentasse bem e comesse o mais saudavelmente possível. Depois que ela se fora, minha dieta é sempre baseada nas coisas mais práticas de se fazer.

Entrei no edifício, passando logo pela portaria e a moça que tomava conta dela, Bailey, sempre focada apenas no celular, olhou para mim e voltou a encarar o aparelho, como se isso fosse uma espécie de identificação, o que não ajudava muito na segurança, mas a última coisa que esse edifício tinha era segurança. Nele moravam pessoas de todos os tipos e a maioria, não faziam parte dos tipos mais agradáveis.

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