Capítulo 38

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STACY

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STACY

Tudo o que era genuíno, a vida manchava. Pelo menos assim era para mim. Tinham pessoas que nasciam com azar ou sorte, até um poucos dos dois. Eu, no entanto, parecia ter nascido amaldiçoada pelo inferno. Minha felicidade nunca era completa. Sempre teria dor e angústia no meu coração. A vida sempre me mostrava que eu não era suficiente para absolutamente nada.

A caminhada até os meus benditos 19 anos não fora  a mais fácil. A escuridão sempre me alcançaria de alguma forma e me mostraria o quão insignificante a minha existência era. Precisava me habituar as constantes perdas na minha vida. A vivenciar as desgraças das pessoas que amava. Minha condição seria para sempre essa. Viver como escrava dos meus sentimentos ferrados pelo maldito destino. A dor, a minha constante companhia, estava cansada de habitar a minha alma destroçada. Não tinha mais o que machucar ou o que fazer doer.

Uma semana se passou desde o ocorrido com Marley e também, uma semana que todas às vezes, ao fechar os olhos, lembrava do vestido ensanguentado e a morbidez estampada em seus olhos. Isso me aterrorizava profundamente. A vida dela não seria mais a mesma e isso deixaria marcas para sempre, que assim como cicatrizes, serão sempre uma lembrança de uma queda. Doía em mim saber que tive a oportunidade de ajudá-la, mas em vez de fazer isso, deixei que ela tomasse a decisão sozinha. Marley era uma criança, como poderia saber o que era certo?

Eu errei. E isso me assombraria pelo resto da vida.

— Quatros anos em um reformatório. — Tate estava atrás de mim, me observando. Não precisava estar olhando para ele para ter certeza disso. — Parece que esse juiz é muito moralista e não se deixa ser comprado. O advogado não conseguiu fazer muita coisa. Principalmente quando a mãe era testemunha sobre o ocorrido. Uma mãe testemunhando contra um filho meio que deixa as coisas piores.

Eu não disse uma palavra. Permaneci encarando a paisagem na sacada. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar e minha alma, como se tivesse sido baleada.

— Stacy... — medo transbordava em sua voz grave. — Diga alguma coisa. Por favor.

Engolindo seco, resolvi compartilhar o que minha mente tanto pensava.

— Tomara que Chloe Beckett queime no inferno por ser uma mãe tão desgraçada.

— A devoção dela pelo Hartram era cega. — comentou e parecia tão exausto quanto eu.. — A ponto de condenar a própria filha.

— Tem mais coisa nessa história, Tate. Eu sinto. — me virei para ele, o encarando com os olhos ardendo. — Garry fez algo para ela. Para Marley. Eu conheço essa garota e sei que ela não é tão fria a ponto de arrancar a cabeça do infeliz sem ter um motivo extremo por trás.

Tate pensou sobre as minhas palavras e acreditava nelas, tanto quanto eu.

— Seja o que for, Marley teve a oportunidade de se manifestar, mas não disse nada. — se aproximou devagar. — Ela confessou para o juiz que o matou por pura frieza e simplesmente porque não tinha simpatia pelo Garry. Isso meio que invalidou qualquer outra forma de tentar tirá-la dessa situação.

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