Capítulo 18

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STACY

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STACY

Cada degrau daquelas escadas estancava o alívio de saber que o meu apartamento estava mais próximo. Eram 4 da manhã e o silêncio presente no prédio se tornava o mais belo som daquele ambiente detestável. Trabalhara no Jans durante horas e, por isso, o cansaço e o sono consumia o meu corpo de dentro para fora. Estar naquele lugar me causava os piores sentimentos e mesmo assim, os engolia e fazia o meu trabalho. Bom, talvez um dia surtasse de vez e colocasse um fim nessa rotina desagradável e nociva.

Chegando ao quarto andar, suspirava de alívio ao seguir pelo corredor que levaria ao meu apartamento. Quase conseguia sentir o tecido macio do meu pijama e a água quente escorrendo pelo meu corpo. Era exatamente disso que precisava no momento, um bom banho e relaxar. Porém, o momento que exigia calma e sossego, logo se tornou um choque ao ouvir a gritaria que vinha do apartamento de Chloe e Marley. Pelo que parece, Chloe estava discutindo com Garry. A discussão ganhava um volume exuberante cada vez mais.

Por pouco não cedi ao impulso natural de correr até a porta vizinha. Sabia que Marley estava lá, escutando tudo e possivelmente presenciando também. Permaneci parada e encarando a porta de madeira, observando as sombras próximas a ela pela pequena greta inferior. A imagem de Marley encolhida em alguma parte do apartamento lampejou em minha mente e isso machucou. Desejava fazer algo por ela, protegê-la, ser o escudo que ela precisava ou ao menos uma espécie de irmã mais velha, mas o que poderia fazer? Não havia nada ao meu alcance.

Contrariada e pesarosa, abri a porta do meu apartamento e entrei. Encostei as costas na mesma e fechei os olhos, colocando ambas as mãos na cabeça e procurando uma maneira de ficar calma e expulsar aquele sentimento ruim que se apossava de mim, torturando-me devagar e cruelmente. Existem pessoas que consideram a vida um milagre. No meu caso, acredito que seja um castigo. Por outro lado, posso considerar também que a sorte que alguns possuem é uma barganha com o diabo. De um lado da cidade, viviam celebridades com vidas perfeitas e deslumbráveis. Do outro, o pior da vida.

Me afastei da porta, caminhando até a cozinha. Abri a geladeira e um completo vazio me recebeu com uma temperatura fria. Precisava ir ao mercado. Odiava fazer compras ou passar tempo demais em um local público. O incômodo se aliava a um pânico aterrorizante e tinha os meus motivos para isso. Apesar do cansaço e o leve sono que tilintava em meus olhos, decidir ficar acordada. Deixei a cozinha e fui até a pequena mesa de refeição ao lado da janela. A mesma permitia a entrada de uma brisa vagarosa e refrescante. Me sentei na cadeira branca e abri a tela do meu laptop, apertando o botão Power.

Aguardei o aparelho se iniciar lentamente e digitei a senha. A tela ligou diretamente na página que estava escrevendo ontem pela manhã. O meu livro novo estava bem encaminhado e toda vez que escrevia sobre o personagem protagonista, pensava em Tate. Não era para menos, considerando que acrescentei várias características do mesmo a ele.

Tate... — sorri, apesar de não ser o melhor dos momentos.

De pouco em pouco, esse cara de olhos verdes e cabelo loiro ganhava um espaço na minha vida, ainda pequeno, mas, com certeza o mais longe que alguém já conseguiu entrar. A sua forma de ver o mundo, o melhor de cada situação, de pensar... O tornava único. Invejava um pouco em como ele simplificava a vida e fazia parecer tão fácil viver. Seu instinto livre e selvagem, do tipo que se entregava para a vida para o que der e vier, lhe caía como um visual bem atraente. — corei ao pensar assim — Desde Mike, nenhum outro cara conquistou a minha atenção e sinceramente, não tinha a mínima vontade de me relacionar com alguém. O que sentia em relação à Tate estava mais ligado a uma conexão de alma.

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