Capítulo 12

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STACY

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STACY

De banho tomado, cabelo úmido e com a minha roupa confortável, me sentei na cadeira enquanto abria o meu laptop branco, que apesar de ser quase uma relíquia, ainda me servia bem, ao menos para a única coisa que o usava. Digitei a minha senha de cinco letras e loguei. O papel de parede da tela costumava ser uma foto da minha mãe e eu juntas no píer de Santa Monica no lugar desse painel azul. Um dia belo que tivemos juntas, enquanto ainda podia me afundar em dias felizes e silenciosos. Minha vida sempre preenchida por uma luz tênue e vacilante foi coberta por uma escuridão depois de sua partida. Ela era a única luz e quando se foi, tudo a minha volta se apagou.

Oito livros de minha autoria compunha as pastas e talvez fosse a única coisa que pudesse me orgulhar de fazer. Usar as palavras era muito mais fácil quando escritas em vez de pronunciadas, ao menos para mim. Usei isso a meu favor e oito obras saíram. Agora seriam nove, pois estava no começo de uma. Havia alguns dias que não sentava para escrever. Às vezes me afundava em uma completa depressão e ansiedade, duas coisas que não deveriam se misturar. Não sei se uma pessoa já questionou tanto a própria existência como eu, mas muitas tiveram mais coragem para dar um fim. A covardia se abrangia em todas as minhas tentativas, que nunca eram verdadeiramente fiéis a seu propósito. Se uma pessoa quer cometer suicídio, ela não deveria ter dúvidas.

Nos meus piores momentos e nos excessos de loucuras, uma voz no meu subconsciente plantava a dúvida. E se as coisas fossem melhorar em algum momento? E se o futuro estivesse reservando uma surpresa? Naquele instante, bastava para me convencer. Não duraria por muito tempo porque, no fim das contas, a minha realidade era mesmo uma droga. Eu não tinha sentido, a minha existência era inútil e para mim, uma tortura. O único obstáculo é a incapacidade de afrontar a voz que se explanava em minha mente quando decidia tomar a decisão certa. Quando fizer, não haverá mais volta e talvez, as coisas seriam mesmo diferentes. Por isso terminava sempre derrotada. A facilidade dessa voz de alguma parte de mim em me convencer era assustadora.

Encarei o parágrafo de onde havia parado e lembrei do dilema que enfrentava. Não conseguia imaginar o novo personagem. As suas características de personalidade estavam decididas. Sedutor, meigo, sarcástico e romântico. Recostei as costas na cadeira, bufando de insatisfação por constatar que o dilema permanecia o mesmo depois de dias. Sempre possuía uma imaginação bem específica de cada personagem. Se tratava de senti-lo e de pensar nele como se fosse possível a sua existência.

"Desde que a vi, soube que precisava conhecê-la".

Essas palavras... Tão românticas ao mesmo tempo que peculiares. Independente do certo grau de loucura, foram capazes de me balançar e de me fazerem pensar naquele estranho. O cara que não precisou me conhecer para fazer julgamento do meu caráter. O cara que olhou em meus olhos e soube da minha verdade.

Olhos verdes como topázios, lábios fartos e rosados, sobrancelhas grossas. Uma personalidade presunçosa e o sorriso do diabo.

Era isso! — decidi com certeza.

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