Tate Conway retorna à Los Angeles após muitos anos viajando pelo país, um típico aventureiro de alma livre. No entanto, a cidade do carma é a sua próxima parada. A sua personalidade tão findada em suas crenças e experiências, começa a ser abalada ao...
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TATE
Quando entrei no mundo de Stacy, tinha uma imensa certeza de que conseguiria salvá-la. Ainda tenho esperança e ainda lutarei por isso. No entanto, não contava que a batalha diária dela fosse tão fria e dolorosa. O seu mundo confuso e conturbado era o lugar onde mais gostava de estar, mas não podia controlar o caos que emanava das escolhas dela. Stacy tinha apenas 19 anos e neles, parecia ter vivido por uma eternidade. Ela estava cansada de lutar e desistir era como uma promessa de descanso. Mostraria a ela que não era bem assim, que ainda tinha muito a ser vivido.
A decisão de Marley foi o estopim para que ela desabasse ontem em meus braços. Não tinha lágrimas, mas sabia que ela havia chorado antes de voltar para o meu apartamento. A sua energia sobrecarregada flutuava ao seu redor, pesando o seu humor e atraindo de novo aquela melancolia que não aparecia em seus olhos já fazia um tempo. Para a minha surpresa, consegui animá-la com conversas banais e afastando os seus pensamentos da realidade que, no momento, não era das melhores.
Stacy ficou no meu apartamento até a hora de ir trabalhar novamente e chegou hoje pela manhã. Não tinha nada mais satisfatório do que abrir a porta e vê-la, mesmo que o seu olhar exausto denunciasse a sua noite desagradável. Ela tomou banho e adormeceu ao meu lado na cama.
A noite chegara e para a minha plena satisfação, Stacy não precisava ir trabalhar. Então, a convidei para jantarmos juntos em um restaurante que era um dos meus favoritos. Sorrindo como um anjo, ela aceitou.
Em frente ao espelho, abotoava os botões da blusa branca que usava. O meu cabelo estava penteado, o que era bem raro. Gostava de apenas ajeitá-lo, mas hoje queria estar mais apresentável para a minha garota. Seria o nosso primeiro encontro fora da rotina conturbada e queria que ela esquecesse de tudo o que tem passado. Fazê-la feliz havia se tornado a minha missão particular.
O barulho da porta do banheiro sendo destrancada me fez virar, ansioso para vê-la. Stacy estava ficando no meu apartamento e bem, ela ainda não sabia, mas, estava cuidando de deixar o dela em um bom estado.
Paralisei ao deparar-me com a garota diante de mim.
Stacy usava um delicado vestido preto, com as alças largas caídas sobre os ombros. O cabelo encontrava-se cacheado e com as laterais presas. Os seus lábios pintados com um vermelho vinho transmitia um quê de elegância combinado aos seus olhos doces e de pura inocência, mesmo que sua mente pecasse o suficiente para arruiná-la. Bom, talvez o olhar não entregasse tudo, afinal.
Ela estava deslumbrante, meiga e era espantoso a forma como o seu rosto conseguia manipular bem. Ninguém que olhasse para uma perfeição esculpida de diamante, enxergaria todo o caos instalado em sua vida. Usando um salto alto preto e segurando uma bolsa preta, o estilo era mais que apreciável. Linda, misteriosa e forte.
Nesse momento, soube da verdade.
A minha parada final era em Los Angeles e o meu prêmio por essa chegada? Era ser capaz de fazer essa garota sorrir, mesmo em um momento de tanta dor. Sentia como se tivesse dado a volta ao mundo e retornado ao ponto de partida. Porem, fora necessária essa órbita para que o meu destino cruzasse com o dela.
