STACY
Ele estava lá. No meio da plateia, me observando. Aquilo foi um choque para mim e tudo o que consegui fazer foi fugir do palco, correr até o camarim e me cobrir com um casaco. Peguei a minha bolsa e fui embora. Sem explicações ou sem vê-lo.
A noite fria me fazia encolher dentro do casaco, enquanto caminhava pela rua cercada de letreiros neons acesos. O barulho do salto soava a cada passo e alguns cachos do meu cabelo caíram sobre o rosto. Não deveria estar caminhando de noite vestida assim, mas sequer pensei nisso. Simplesmente quis fugir daquele lugar e me sentia mal. Estava acostumada com os rostos que sempre me cercavam quando estava naquele maldito palco, mas doeu fortemente ao ver Tate entre eles. Ele teve a coragem de ir, mesmo tendo prometido para mim que não faria.
Sentia vontade de chorar por estar com essas roupas no meio da rua. Me sentia como uma prostituta. Jans permitia que algumas garotas se vendessem na rua e elas saíam vestidas assim ou ainda pior. Era horrível esse emprego, mesmo que eu não precisasse me submeter a isso. Ainda sim, só de estar naquele ambiente era o suficiente para me ferir. A sensação de estar manchando o sobrenome da minha mãe, de estar indo contra tudo o que ela sonhara para mim... Não era fácil não atender as expectativas dela. — Você terá um futuro brilhante, minha filha! — ela dizia sempre para mim, sonhando que ingressasse em alguma carreira.
O som de uma buzina me surpreendeu e nisso, ao olhar para o lado, vi Tate me acompanhando com o seu Mustang vermelho. Furiosa, preferi ignorá-lo.
Continuei andando e não disfarcei a minha cara de raiva, de descontentamento.— Stacy! — ele chamou e então, parei. — Entra no carro.
— Não! — boquejo, descontente. — Você prometeu para mim, Tate! Prometeu que não iria ir na boate me ver!
Ele inclinou ainda mais o corpo, fazendo o possível para me convencer.
— Vamos conversar. — suplicou, tenso. — Por favor, Stacy!
— Eu não quero te ver! — disse e prossegui andando pela calçada, aflita e me sentindo traída, embora não devesse, mas estava.
Tate não desistiu. Continuou me acompanhando e insistindo.
— Não fala isso. — seu olhar se firmou com o meu e novamente, parei. — Stacy, por favor, vamos conversar. Entra, vamos para o meu apartamento.
— Não. — engoli seco enquanto andava. — Eu já disse que não quero ver você. Vai embora!
— Não, eu não vou.
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Doce Fragilidade
RomanceTate Conway retorna à Los Angeles após muitos anos viajando pelo país, um típico aventureiro de alma livre. No entanto, a cidade do carma é a sua próxima parada. A sua personalidade tão findada em suas crenças e experiências, começa a ser abalada ao...