Tate Conway retorna à Los Angeles após muitos anos viajando pelo país, um típico aventureiro de alma livre. No entanto, a cidade do carma é a sua próxima parada. A sua personalidade tão findada em suas crenças e experiências, começa a ser abalada ao...
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TATE
Contornava a borda da xícara branca com o dedo, sentindo a fumaça quente em minha mão e os pensamentos vagando por aí. A Pálmer não estava muito cheia e, como sempre, escolhi uma mesa do lado de fora. Muitas coisas aconteciam a minha volta e tinha a mania de observá-las pela manhã, mas não hoje. Meus olhos estavam fixos em algo, a qual não fazia a mínima ideia do que era. O céu estava nublado e exorbitantemente escuro a essa hora do dia. Uma chuva estava a caminho e um vento frio cofiava o meu rosto. A minha jaqueta jeans escura me protegia da leve ventania.
— Vai querer mais alguma coisa? — a atendente de sempre, perguntou educadamente e com o seu bom humor sempre intacto. A sua pele morena era sempre uma característica que admirava todas as manhãs. Era linda.
— Estou bem, mas valeu. — sorri com amabilidade e ela se retirou. E logo o sorriso morreu, caindo em um abismo.
Estava começando a questionar a minha saúde mental. Não era acreditável que me tornasse um cara tão obsessivo com uma ideia, como conhecer uma garota e de repente, sentir-me como um drogado dopado de heroína nas veias. Isso não era normal, isso era horrível. — gesticulava com os dedos, inquieto. — Mas por quê sempre que lembrava do seu rosto, dos seus olhos e do som da sua voz, essa vontade, essa necessidade crescia dentro de mim?
— Tomando café da manhã sozinho? — fui pego de surpreso por ela. Por Leah, que apoiava uma das mãos na cadeira e a outra se apossava da própria cintura, usando uma saia curta e uma blusa rosê. Leah era uma jovem muito bonita, sensual e ótima na cama.
Sorri por vê-la novamente.
— Junte-se a mim. — apontei para a cadeira vazia, convidando-a. — Não estarei mais sozinho.
— É claro. — sentou-se graciosamente interessada. — Estava mesmo querendo ver você de novo.
— Ah, é? — afastei as minhas mãos da xícara branca e a observei. — Estava com alguma ideia em mente?
A maneira como mordeu o lábio e sorriu daquele jeito não deixava dúvidas sobre as suas intenções pervertidas.
— Bom — cruzou as pernas devagar, intencionalmente sensual. — talvez essas ideias fervilhem novamente, quem sabe, não é? — seu olhar indecente dialogou com o meu e estávamos nos entendendo. — Que tal nos encontrarmos hoje à noite no Flames? Essa boate é maravilhosa. Poderia levar a sua amiga também.
Paige nem hesitaria em aceitar o convite. Ela adorava boates com belas dançarinas.
— Por mim, marcado. Acredito que Paige também irá, mas de qualquer modo, vamos nos ver essa noite. — confirmei, flertando levemente com Leah. — Preciso me distrair.
— Você sabe que eu banco bem a diversão. — se gabou. Mas ela podia fazer isso, era mesmo muito boa em tudo o que fazia.
— É, eu sei. — apoiei as costas na cadeira, sentindo-me um pouco mais no controle desde... É melhor não pensar nisso. — O que anda fazendo para se distrair nessa cidade?
