Hawaii 1/3

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Ludmilla

Eu sentia o olhar de Brunna em mim a todo instante. E, eu gostava disso. Admitia que achava estranho no começo, mas saber que ela  gostava tanto de mim a ponto de não conseguir tirar os olhos, me fazia bem.
Porque eu também não conseguia tirar meus olhos dela.

Eu deveria estar resolvendo um caso qualquer. Um caso estúpido provavelmente, que me faria revirar os olhos por ver quão estúpido um ladrão pode ser às vezes. Mas ao invés disso, meus olhos estavam encarando a mulher que estava do outro lado do recinto.
Agente  Smith falava algo com ela, que apenas concordava com a cabeça, tendo seus olhos em mim, sorri de lado, me escorando na cadeira, lhe enviando o meu sorriso mais cafajeste, o que a fez revirar os olhos, e finalmente encarar o rapaz ao seu lado ri baixinho, tentando voltar minha atenção para as folhas de papel na minha frente, e quase tive sucesso, se um par de mãos delicadas e brancas, com as unhas pintadas em um tom de vinho, não tivessem espalmado em minha mesa.

— Posso ajudar, agente Gonçalves? — perguntei, erguendo meu olhar para aquelas esmeraldas verdes, em um tom um pouco cínico.

— Na verdade, sim, não quero almoçar sozinha, quer ir comigo? — convidou, com um sorriso no rosto.
Aquele sorriso que faz meu coração errar uma batida.

— Claro — respondi, já me levantando.
Saímos juntas do prédio, e ao invés de pegar o carro, fomos andando até um restaurante japonês que havia há duas quadras dali. Eu gostava de caminhar com Brunna, as conversas eram leves, e eu me surpreendia por em um instante estarmos falando sobre algum caso que estávamos trabalhando e no minuto seguinte falarmos sobre o último jogo de beisebol, ou sobre alguma música que ouvimos recentemente.

— Ludmilla, estamos em um restaurante japonês, é meio óbvio que não tem hambúrgueres — ela falou revirando os olhos quando eu reclamei que queria um hambúrguer.

— Eu não quero comer peixe cru, por que estamos aqui mesmo? — resmunguei, cruzando os braços, fazendo a morena na minha frente soltar uma risada.

— Porque eu quero — respondeu, ainda rindo, e eu acabei soltando uma risada baixa também — E, só para te informar, existe pratos quentes, ok?

— E como é que eu vou pegar o prato, se ele vai estar quente? — falei, com uma falsa cara confusa.

— Idiota — ela riu, me empurrando de leve.
No fim das contas, eu me contentei com um salmão grelhado e uns bolinhos que eu não faço questão de saber o nome. Enquanto Bru comia aquelas coisinhas estranhas que eu também não sei o nome, e também não entendo como ela pode comer aquilo.

— Podemos, pelo menos, comer um churros decente? — perguntei, enquanto saímos do restaurante, depois de uma pequena discussão de quem iria pagar a conta.
Com a Brunna ganhando usando o argumento que eu não deveria nem ao menos ter um dinheiro, já que eu não tinha um salário pelo meu trabalho no FBI. Então eu, obviamente, guardei minhas notas de dinheiro no bolso, antes de ela perguntar da onde eu havia conseguido aquilo.

— Me responde algo, como você consegue comer tanto? — ela questionou divertida, mas já atravessando a rua, para irmos em uma barraca de churros que havia do outro lado.

— Segundo Dj, é minha fórmula secreta para ter essa bunda — Me virei de costas para ela, e ouvi sua risada, enquanto me puxava pela cintura.

— Acho que ela está certa — disse, deixando um beijo na minha nuca, antes de se afastar rindo.
Pedi dois churros, ouvindo Brunna reclamar de que eu ficaria enjoada por comer um de doce de leite e um de chocolate, comi tranquilamente, escorada em uma parede próxima a barraca.
— Tem certeza que não vai pegar um para você? — perguntei, vendo a linda morena cruzar os braços, impaciente pela minha demora para comer.

Entre a lei e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora