dentista de Detroit I

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LUDMILLA

Me mexi na cama, fazendo uma careta ao sentir a claridade em meu rosto. Estiquei meu braço e franzi a testa ao não sentir o corpo de Brunna ao meu lado. Abri os olhos devagar, me acostumando com a claridade, e acabei sorrindo ao ver a morena apenas com minha camisa da noite passada, andando de um lado para o outro do quarto, falando ao celular. Virei meu rosto para captar as horas. 7:20am.
Acho que estamos atrasadas.

— Bom dia, Lud— a voz de Brunna me chamou a atenção e eu sorri, virando meu rosto para ela, que já havia desligado o telefone.

— Bom dia — murmurei, ainda com a voz meio grogue de sono, o que a fez sorrir enquanto se aproximava, e deixava um longo selinho em meus lábios — Estamos atrasadas?

— Estamos, eu não ouvi meu celular despertar — respondeu, e eu sorri divertida enquanto eu me sentava e a puxava pela cintura, a fazendo cair na cama novamente.

— Acho que eu te cansei ontem — falei, com um sorrisinho de lado, a fazendo revirar os olhos, saindo da cama de novo.

— Nem começa, Oliveira— sua voz saiu quase risonha, o que me fez sorrir largo.
Eu nem me importava mais com ela me chamando pelo sobrenome, não era mais naquele tom frio e irritado, agora era divertido e até mesmo um pouco carinhoso. Alguns dias já haviam se passado desde o nosso encontro, e sinceramente, estava incrível. Cada dia eu conhecia um lado mais doce e carinhoso dela. E a cada dia, eu me sentia mais a vontade com ela.

— Eu vou tomar um banho, se eu fosse você, faria o mesmo, temos que ir trabalhar daqui a pouco —  avisou e eu assenti, já me levantando da cama, o que fez seu olhar cair sobre meu corpo que ainda estava nu pela noite anterior.

— Gostando da vista? — sorri maliciosa, a vendo morder o lábio inferior enquanto eu me aproximava — Acho que vamos nos atrasar ainda mais um pouco — sussurrei, a empurrando para dentro do banheiro.

Só saímos daquele banheiro após batidas insistentes de Juliana na porta do quarto, gritando para que saíssemos logo.

— Definitivamente, não podemos dormir juntas todas as noites — Brunna comentou, enquanto vestia sua blusa social.

— Não acho isso — respondi sorrindo, fechando o zíper da minha jeans e vestindo minha camisa xadrez, e a deixando aberta para calçar meus tênis.

— Nós sempre nos atrasamos — ela resmungou, colocando sua arma no coldre, e dessa vez não me estremeci, estava começando a me acostumar.

— Não me importo com isso — dei ombros, a vendo revirar os olhos e se aproximar, começando a abotoar os botões de minha camisa — Prefiro quando tira.

— Para de ser safada, Ludmilla— me repreendeu, mas eu apenas soltei uma risada baixa — E eu sou chefe de um departamento, não posso ficar me atrasando.

— Ok, começo a acordar mais cedo — prometi, ela sorriu e quase como um reflexo e eu sorri também.
Essa mulher é minha perdição.
Saímos da sua casa, com Juliana resmungando que quando precisava que a irmã a levasse à escola, se atrasava. Eu me mantive quieta, apenas rindo baixinho. Btunna a deixou no colégio, parando em uma cafetaria rapidamente, e só então dirigindo até o FBI. Atravessamos o departamento às 8:30, eu segurando meu latte com baunilha e caramelo, e um muffin, escutando Brunna reclamar que eu não paro de comer.

— Fala sério, você está tomando café também — resmunguei, a seguindo para a sala de reuniões.

— Exatamente, um café preto, sem açúcar para me acordar e me deixar pronta para o dia —  disse séria, revirando os olhos ao me ver comendo meu bolinho com tanto prazer — Enquanto você está bebendo um balde de açúcar e comendo um muffin cheio de açúcar.

Entre a lei e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora