Dia de trabalho

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Brunna

Me ajeitei na van, aumentando um pouco o volume do fone em meu ouvido, que me permitia ouvir o que acontecia no apartamento do prédio da frente.
Franzi o cenho, para a conversa que eu escutava. Olhando rapidamente para Paty e Emilly que estavam na van também, sempre atenta para qualquer indício que teríamos de agir e a segunda, sentada confortavelmente, mais mexendo em seu celular do que prestando atenção.
"O que precisa saber para confiar em mim, Gustav?"
Ouvi a voz de Ludmilla em meu ouvido e comecei a prestar mais atenção, vendo pelas imagens das câmeras, ela se aproximar do rapaz.
"Todos já sabem que você é o animalzinho de estimação do FBI, acha mesmo que eu posso confiar em você?"
"Não sei se reparou, mas eu não uso nenhum tipo de tornozeleira. E se é para me comparar a um animal, saiba que é só não os tratar bem, que eles se viram contra seus donos. Não gosto dos agentes do FBI, eles não gostam de mim. Simples assim."
"Não é o que parece, Cristal me disse que te contou sobre o roubo na galeria, e por causa disso, seus parceiros foram pegos."
"Não me culpe por eles serem burros. Eu não falei nada. Se foram pegos, é porque não sabem como se faz um trabalho. E bom, Cristal não foi pega. O fato é, nada me liga ao FBI, eu não faço parte deles."
"Aquela Gonçalves já te prendeu duas vezes, poderia fazer novamente."
"Mas não vai."  se aproximou mais ainda do rapaz russo, tocando em seu braço, intimamente. "Porque ela confia em mim, porque ela gosta de mim, e não consegue nem ao menos perceber que está sendo usada como minha saída da prisão. É questão de tempo até que eu saía dali, e quando isso acontecer, eu precisarei de contatos aqui. Será tão repentino, que ela nem ao menos vai perceber que eu fui embora."
"Só quer ter contatos?"
"Quero acabar com eles. E quero ganhar com isso."
"Agora falamos minha língua. Quer dinheiro?"
"Quem não quer?"
Olhei rapidamente para Paty, que assentiu com a cabeça, já pegando sua arma, ao ver Gustav se aproximar de um notebook, com Ludmilla em seu encalço, Emilly também se alertou.

— Eles estão agindo? — perguntou e eu assenti.

— Quase — respondi, engolindo em seco ao ver Ludmilla tão próxima daquele rapaz.

— A Oliveira também? — ela perguntou e eu concordei.

— Ela está guiando tudo — Paty respondeu, enquanto eu olhava para a tela.

"Está tudo aqui, as transações, os dados, tudo que nós temos sobre o FBI."
O rapaz russo disse, entregando a Ludmilla um pen drive.
"Vamos lá Gustavo, eu sei que trabalha para espiões russos. Vocês tem muito mais que isso."
"Posso lhe dizer que temos informações sobre a CIA, sobre o governo. Mas agora não é importante. Queremos derrubar o FBI, deixa-los tontos, para depois podermos agir contra o país."
"Primeiro o FBI?"
"Isso, e é o seu interesse, não é? Tira-los do seu caminho?"
"Sim, quero todos longe."
"Pois com a direção de Pablo, quando terminamos, todos estarão mortos. Aqui, tudo o que coletamos."
Ele ergueu o pen drive e eu sorri.

— Agora!
Saí da van junto com Paty e Emilly. Sendo seguida por mais cinco agentes que estavam por ali e escutando tudo, enquanto outros agentes estavam indo atrás dos seguranças e  comparsas de Gustavo.
Subi os cinco andares do prédio, arrombando a porta do apartamento. Surpreendendo os dois.

— Mãos para cima! — gritei, vendo o rapaz raivoso, procurar uma arma enquanto Ludmilla  começava a se afastar.

— Você me traiu, sua vadia! — Ele gritou, pegando sua arma.

— Eu juro que não sabia! — ela gritou de volta, tentando se aproximar da janela, mas sendo parada por um dos meus agentes.

Gustavo pegou sua arma, a apontando para nós, porém, Emilly foi mais rápida, atirando em sua perna, o fazendo cair.

Entre a lei e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora