voltando a ativa

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Ludmilla

— E então, Ludmilla, como está? — a voz da Dra Monique sou calma e eu lhe lancei um sorriso amigável.

— As coisas estão indo bem — respondi calma, dando ombros.

— Pesadelos? — perguntou, já digitando coisas em seu notebook.

— Ainda nenhum por enquanto — respondi, vendo seu sorriso em minha direção.

— Isso é ótimo, Ludmilla! Mostra que sua mente já está entendendo que não há mais perigo por aqui — disse, me encarando quase orgulhosa — Teve algum surto?

— Hm, não, nada nesses dias, foi tudo bem — respondi, tentando forçar minha mente a se lembrar de algo, sorrindo ao ter um estalo — Vi a arma de Bru...digo, da agente Gonçalves, e apesar do receio que sempre tive, não tive nenhuma reação exagerada — lembrei, orgulhosa de mim mesma.

— Muito bom, Ludmilla, sabe que agente Gonçalves nunca iria lhe machucar.

Não mesmo. Ela é minha namorada.
Deixei isso apenas em meus pensamentos, mas sorri, assentando alegremente ao lembrar da minha namorada.

— Então, posso deixar o trabalho administrativo e voltar à ativa? — perguntei, quase ansiosa, mas já me desanimando ao ver seu olhar.

— Por enquanto não, vamos esperar pelo menos mais essa semana, tudo bem? — sugeriu, e eu não tive escolha a não ser concordar — Ok, os remédios para dormir estão fazendo efeito?

— Me deixam meio irritada pela manhã, só isso, mas durmo bem,  um pouco demais até — expliquei, a vendo assentir.

— Certo, vou receitar uma dose a menos, me diga se melhorar ok? E se sentir bem algumas noites, tente dormir sem, pode ser?

— Tudo bem.
Saí do consultório, ajeitando minha jaqueta, o dia estava frio em Nova York. Emilly se levantou assim que saí, me acompanhando para fora.

— Sabe que pode me perguntar como foi — comentei, já conhecendo os sinais de que ela estava curiosa.

— Quem lhe disse que quero saber? Eu só te trago porque Gonçalves, infelizmente, ainda é minha chefe — ela resmungou, enquanto saíamos do prédio.

— Paty é muito mais legal — rolei meus olhos — E, você não precisa dizer, está em seus olhos, querida.

— Cala a boca, Ludmilla —  disse irritada, entrando no carro, assim como eu, só que eu estava rindo de sua cara — Ai, só para caso Brunna pergunte, como foi?

— Tem tanto medo assim de dizer que se importa comigo? — provoquei, me ajeitando em seu carro, ligando o rádio e em seguida colocando o cinto — Mas, foi normal, porém, não posso voltar à ativa ainda.

— O quê? Seria bom sua ajuda em algumas coisas — ela murmurou e eu não evitei meu sorriso largo.

— Então eu sou necessária para você? — provoquei, sorrindo de lado, a ouvindo bufar.

— Por Deus, Oliveira, como a Brunna te aguenta? — questionou, em um tom quase irritado que me fez rir.

— Me pergunto como é que Daí gosta de você — retruquei, e só então a fazendo parar de retrucar, ri baixinho, sabendo que minha melhor amiga a afetava.

(...)

Bati o pé impaciente, olhando rapidamente ao redor antes de voltar o olhar para o notebook na minha frente. A sala de reuniões estava vazia, como nos últimos dias, porque era ali que eu estava realizando serviços administrativos. Agradecendo mentalmente a Daí todos os dias, por ter me ensinado tudo que sei sobre computadores, softwares e etc. Depois de três semanas apenas em casa, indo duas vezes por semana em consultas com minha terapeuta, como fui hoje, ela achou que eu havia feito um certo progresso e podia voltar aos poucos ao trabalho, porém, segundo ela, ainda não estava pronta para ficar muito perto de todos os agentes, então, minha mesa no andar de baixo ainda estava vazia, e eu estava na sala de reuniões, trabalhando sozinha.

Entre a lei e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora