Enlouquecendo

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Respirei fundo ao sair daquele carro. O que eu tinha na cabeça!? Eu iria beijar Brunna Gonçalves!? A mesma mulher que me fez passar três anos na cadeia? E a mesma mulher que me deixou sair usando essa tornozeleira? Tudo bem, ela era linda, e quando eu olhei em seus olhos, esqueci de completamente de  tudo.
Quando desci o olhar e vi sua boca, seus lábios entreabertos, eu não consegui segurar meu corpo, eu queria a beijar, oh deuses, eu quero  beija- lá.  E por um instante, vi que ela iria ceder, mas estamos falando sobre a Agente Gonçalves, ela não costumava ceder muito quando o assunto era eu.

Andei a passos lentos até o Hotel decadente onde eu estava sendo obrigada a viver. Subi as escadas estreitas, até finalmente abrir a porta do quarto onde eu estava hospedada. Adentrei o quarto, respirando fundo.

- Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. - ouvi uma voz bem conhecida e acendi a luz, me deparando com uma morena bem conhecida por mim.

- Daíane! - praticamente gritei, pulando no colo da minha melhor amiga - Você queria me matar do coração sentada no escuro, citando Platão!? - questionei a soltando e ouvindo sua risada.

- Na verdade, você que deve estar querendo me matar! - Daí acusou apontando o dedo em meu peito - Como assim foge da prisão pra ir atrás daquela vadia!?

- Porque não falamos como me achou aqui? - tentei mudar de assunto, enquanto tirava meus tênis e minha jaqueta.

- Boatos rolam solto por aí, você sabe - Daí respondeu dando ombros - Não foi difícil saber onde Ludmilla Oliveira estava - ela olhou ao redor, fazendo uma careta - Lugarzinho deplorável ein.

- Melhor do que estar presa - murmurei e ela assentiu, se ajeitando melhor na cama.

- Vamos, agora diga, o que você tinha na cabeça quando resolveu fugir faltando poucos meses pra sair da cadeia!? - Dai praticamente gritou e eu respirei fundo, me escorando em uma parede em frente a cama.

- Eu precisava ir atrás dela - sussurrei causando um suspiro alto em minha melhor amiga.

- É, e por causa disso, ouvi dizer que agora você é cãozinho de estimação de alguém - retrucou e eu bufei, revirando os olhos - Notícias assim correm rápido, mas é verdade?

- Diga você - resmunguei, levantando a perna de minha calça direita, mostrando a tornozeleira - Estou cumprindo minha pena com isso, trabalhando pra Gonçalves, meu primeiro dia foi hoje.

- Espera, Brunna Gonçalves? A srta Engravatada? - Dai questionou e eu ri - A mesma Gonçalves que te prendeu!?

- Parece que ela não é a única a gostar de lembrar disso - reclamei me jogando na cama - Mas, é ela mesmo.

- Ela tem uma queda por você - Daí disse dando ombros e eu arregalei os olhos.

- Não viaja Daí- revirei os olhos - Se ela tivesse, não teria virado o rosto quando tentei a beijar - pensei alto, me arrependendo ao ouvir o grito de Daí.

- Você ia beijar ela!? - berrou e eu fiz uma careta, ainda ficaria surda com aquela garota - Mas e a vadia lá!? Você fugiu por causa da Idablly, lembra?

- Eu não sei - murmurei suspirando - Quando eu olhei nos olhos da Brunna eu me esqueci de absolutamente tudo - sorri de lado - Ela é diferente.

- Como assim? - Daí  questionou e eu me sentei melhor na cama.

- Ela não é má pessoa - expliquei - Passei o dia trabalhando com ela hoje, e eu simplesmente não conseguia tirar os olhos dela, e ela foi carinhosa comigo.

Entre a lei e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora