Caso encerrado

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Btunna

Em todos meus anos trabalhando como uma agente do FBI, nunca, em toda a minha vida, pensei que ia estar ao lado de uma falsificadora, em frente a uma igreja, atrás de um suspeito de falsificação. A vida é um pouco irônica, não acha? Ludmilla sorriu, um pouco debochada em minha direção, enquanto tomava o primeiro passo para entrar na igreja, me deixando ver perfeitamente suas pernas e coxas enquanto ela subia os poucos degraus que levavam a igreja. Aquela saia curta estava mexendo com meus pensamentos, precisava urgentemente lhe falar sobre códigos de vestimenta.

- Estamos fechados para reforma - um padre apareceu assim que colocamos os pés dentro da igreja.

- Só precisamos de uns minutos padre - Ludmilla disse, derepente, com a voz mansa e uma feição calma.

- Me desculpe senhoritas, mas estamos fechados - Ele repetiu e eu um bufei irritada, estava a tempo de tirar meu distintivo do bolso e obrigar ele a me deixar investigar o local, quando Ludmilla o puxou pelo ombro, começando a conversar a sós com ele.

Deixei minha 'parceira' fazer sabe se lá o quê, e bati a perna impaciente, olhando ao redor, haviam escadas, os bancos estavam cobertos com panos brancos e o cheiro de tinta reinava no local. Realmente alguém estava restaurando as obras ali. Senti olhares sobre mim e franzi o cenho ao ver o padre negando com a cabeça para mim e sussurrando algo para Ludmilla.

- Temos dez minutos - Ludmilla contou alegre quando voltou.

- O que disse a ele? - Perguntei desconfiada e ela revirou os olhos.

- Não interessa, vamos logo - me puxou pela mão e eu resolvi não contrariar ela.

Nos aproximamos de uma das obras e observei Ludmilla analisá-la com cuidado. Não evitei o sorriso em meu rosto. Seu cenho estava franzido, os olhos castanhos concentrados, os lábios entreabertos, ela respirava devagar. Oh céus, porque eu estou reparando nessas coisas de Ludmilla Oliveira?

- Você está me olhando - comentou divertida e eu desviei o olhar rapidamente, acabando por corar um pouco.

- Não, não estou - me defendi e ouvi sua risada.

- Se você diz - revirei os olhos para seu tom de deboche, mas não retruquei - Ah achei! - Exclamou animada e eu a encarei - Aqui, olhe - apontou para uma parte da pintura, onde se achavam as mesmas iniciais. W.S.

- Wesley Stromberg - murmurei e Ludmilla assentiu - Está quase conseguindo o celeiro - completei, e senti um certo tipo de satisfação ao ver um pequeno sorriso no rosto de Ludmilla. Não sei bem porque, mas gostava de fazê-la sorrir.

- Com licença, mas estamos fechados para reforma - Ouvi uma voz diferente e bufei baixinho, existiam pessoas tão inconvenientes no mundo.

- O padre nos deixou permanecer aqui alguns minutos - expliquei, virando meu corpo, vendo um homem com um macacão sujo de tinta, cabelos louros em um penteado, particularmente, horroroso - O senhor que está cuidando da restauração?

- Sim, sou eu mesmo, Wesley Stromberg - respondeu e deu um leve sorriso.

- Muito prazer - falei, sorrindo, e um pouco abismada que Ludmilla tenha acertado. A encarei e vi seu sorriso, aquele que diz 'Ganhei seu celeiro'.

- O prazer é meu - o tal Wesley disse ainda sorrindo mas o sorriso desapareceu quando colocou os olhos em Ludmilla - O que uma ladra de arte faz aqui?

- Opa, alguém me conhece - Ludmilla disse divertida e eu revirei os olhos, é lógico, todo bandido conhece outro bandido - Não se preocupe ok? Larguei essa vida, olhe só, estou até frequentando a igreja.

Entre a lei e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora