Amor

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Brunna

— Como você está? — perguntei, carinhosa, tocando levemente o rosto dela.

O olho roxo, um corte no lábio e na sobrancelha, além de toda vermelhidão que cobria seu rosto,eu poderia matar com as minhas próprias mãos o desgraçado que fez isso com ela.

— Agora estou melhor — garantiu, abraçando meu corpo novamente.

— Tem certeza que não quer ir ao hospital? — questionei, pela terceira vez, e sorri ao ouvir uma leve risada sair de seus lábios.

— Não, Brunna, eu ficarei novinha em folha após limpar esses cortes, e só — respondeu calma, escorando seu corpo melhor no capô do carro de Danny.

Ainda estávamos na frente do galpão. Agora algumas viaturas estavam ali também, apreendendo os quadros, alguns quilos de droga, e prendendo todos os envolvidos, o que incluía o líder de tudo aquilo, Rômulo Tyler Posey .

— Pelo menos, deixa os paramédicos te avaliarem e cuidar desses cortes, meu bem — pedi, insistindo mais uma vez, vendo um singelo sorriso em seu rosto, enquanto ela assentia.

— Tudo bem — concordou, me deixando levá-la para uma das ambulâncias, a vendo sentar na ponta da ambulância.

— Vê se deixa o paramédico fazer o trabalho dele, ok? — falei, um pouco seria, vendo o paramédico se aproximar com uma maleta de primeiros socorros.

— Se acalma, Bru, eu vou ficar quietinha, satisfeita? — falou, em um leve tom de provocação, que me fez rir, negando com a cabeça.

— Eu já volto, se comporte — avisei, beijando sua bochecha delicadamente, vendo seu sorriso enquanto assentia.

Me afastei dali, ajeitando minha arma no coldre, e finalmente tirando aquele colete pesado do meu corpo. Entrando novamente no galpão, passando por alguns policiais que estavam apreendendo as coisas, e levando os últimos homens para as viaturas. Mas me foquei em apenas um, que Steve colocava de pé, algemado, o ombro enfaixado por alguns paramédicos.

— Ele vai para o hospital, a bala está alojada no ombro, e depois, para a delegacia — Steve me informou assim que me aproximei, sentindo o olhar daquele desprezível em mim.

— Bom, já que ele já está indo para o hospital — murmurei, sem me preocupar com o que qualquer um iria pensar, e acertei um soco diretamente em seu rosto, o vendo cambalear e quase se soltar do aperto firme de Steve — Me escute bem — o puxei pela camisa, encarando bem seus olhos — Tente qualquer outra coisa contra Ludmilla, e eu faço questão de acabar com sua vida pessoalmente — falei baixo, as palavras sendo cuspidas brutalmente da minha boca, mas tudo que ele fez foi dar um sorrisinho irritante.

— Tsc tsc agente Gonçalves, o sexo está tão bom assim? — Ele murmurou, divertido, me provocando.

Eu conhecia esse humor sem medo das autoridades. Era o mesmo que vi por anos em Ludmilla. Porém nela, sempre foi até um pouco engraçado, agora com  RômuloTyler, só era profundamente irritante, e desprezível.

— Olhe lá o que fala, seu bastardo miserável — segurei com mais força em sua camisa — Eu não sou conhecida por quebrar promessas, e eu juro que se você aprontar mais alguma, faço questão de te fazer apodrecer na cadeia, juntinho com seu pai — completei, o vendo engolir em seco pela primeira vez, dei dois passos para trás, acertando mais um soco em seu rosto, praticamente sorrindo só por vê-lo sangrar — Isso, foi por ter machucado Ludmilla.

Nem o olhei novamente, apenas dei às costas à ele e a Steve, andando rapidamente de volta para a ambulância onde Lud estava. Vi seu olhar se franzir ao encarar minha mão, agora ainda mais avermelhada. Mas ela não questionou em momento algum, nem quando pedi uma compressa de gelo ao paramédico, que logo me entregou uma. Suspirei em alívio ao sentir o gelo em meu punho, aliviando um pouco a dor. Eu não costumava socar em meu trabalho no dia-a-dia, não costumava ser necessário, e eu fiz isso muitas vezes hoje.

Entre a lei e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora