Amor de outras vidas

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P.o.v Bianca

  Assim que a Beatris saiu do quarto, vi minha mãe vindo em minha direção, ela me abraçou apertado e com lagrimas nos olhos falou:

- Precisamos conversar minha filha.

- E sobre o que seria?

- Preciso te contar o porquê deu ter ajudado o Rafael.

- Estou ouvindo.

- O seu pai não morreu, ele foi assassinado.

- Como assim mãe? Você disse que ele teve um infarto.

- Mas eu menti para você e sua irmã.

- Por que fez isso?

- Você se lembra que o Rafael queria fazer a junção das nossas empresas?

- Claro que eu lembro, mas o que isso tem a ver?

- Nos não concordamos, quando o seu pai não aceitou, o Rafael jurou que íamos nos arrepender, então ele encomendou a morte do Flavio, ele estava voltando da empresa quando foi abordado por dois caras, dando vários tiros nele, eu passei horas aflita esperando por ele e nada de notícias, até que recebi uma ligação anônima falando que era pra eu me encontrar as 22 no restaurante, estranhei a ligação, mesmo assim fui ao encontro dele, assim que vi quem era perguntei:

- O que você quer Rafael?

- Eu vim te dizer que o seu maridinho está morto.

- Como é que é?

- Eu matei o seu marido e farei de tudo para que acreditem que você é a mandante do crime.

- Você não tem provas para me acusar.

- Tenho sim, olhe esses papeis.

- São falsificados, eu não acredito que você fez isso.

- E farei muito pior caso não coopere.

- E o que você quer?

- Eu quero a empresa e a Bianca.

- A empresa pode ter à vontade, já a Bianca não terá até porque ela não é um objeto para você ter posse dela.

- É bom que consiga os dois ou terei o maior prazer de te ver presa.

  Fiquei chocada ao descobrir do que ele é capaz, assim que ele foi embora fui a uma advogada e foi aí que eu conheci a Margot.

- E quem é essa mãe?

- Minha namorada minha filha.

- Como assim?

- Deixa eu explicar o resto.

-  Claro.

- Cheguei ao escritório dela e a vi, não sei explicar, mas alguma coisa mudou dentro de mim, era como se eu a conhecesse a anos e não a minutos, expliquei a minha situação a ela, mas a Margot não tinha como me ajudar, nos tornamos grandes amigas, ela sempre me ouvia e eu sempre me via a admirando sem entender o porquê disso, em uma conversa na casa dela me confidenciou que gostava de mulher e aquilo mexeu comigo, passei a olha -lá com outros olhos, a convidei para um jantar na minha residência, no dia me preparei para recebe - lá, botei a minha melhor roupa, ao chegar ficou babando pelo meu modelito que escolhi, abrimos uma garrafa de vinho e passamos a conversar amenidades, assim que acabou a bebida nós duas já estávamos alegrinhas, foi quando eu admiti que estava começando a ter sentimentos por ela, foi quando a Margot me beijou e nós entregamos uma a outra e desde então estamos juntas.

- Ual... e quando pensou em dizer que estava namorando?

- Eu não podia te contar por que senão o Rafael teria mais um trunfo a favor dele, mesmo assim ele descobriu sobre o meu namoro.

- Como ele descobriu sobre vocês duas?

- Nós sempre fomos muito discretas, mas tinha uma pessoa nos seguindo o tempo todo.

- Esse Rafael não presta, não sei como aguentou ele tanto tempo.

- Porque o crápula disse que me botaria na cadeia e machucaria vocês.

- Agora entendo tudo.

- Eu amo as duas, estava tentando protege - las.

- Mas isso não explica como você pode deixar ele me machucar.

- O Rafael me ligou dizendo que te sequestrou, e mandou eu me encontrar com ele, fui ao encontro dele, foi quando te encontrei amarrada e inconsciente, num momento de raiva dei um tapa em seu rosto e disse:

- Você disse que se eu cooperasse não faria mal a ela.

- Achou que eu ia deixar barato o jeito que ela me tratou?

- Mas esse não era o combinado.

-  E daí, mudei de ideia.

- Como assim?

- Você escutou.

- E o que você quer agora?

- Eu já disse, quero me casar com a Bianca.

- E se ela não cooperar?

- Ela vai se arrepender.

- E o que vai fazer?

- Irei tortura - lá.

- Eu nunca irei permitir que você machuque a minha pequena.

  Num rompante dei um segundo tapa nesse crápula, e foi a sensação mais maravilhosa do mundo, mas me arrependi na mesma hora ao ouvir ele dizendo:

- Você está de mãos atadas, e sabe disso, vou amar tortura - la na sua frente e será obrigada a assistir impotente, e esse segundo tapa lhe custará caro.

- Por que diz isso?

- A sua filha que vai sofrer pelo que acabou de fazer, e ainda vai ter que dizer o que farei a ela.

- Eu nunca farei isso.

- Sabe que não tem escolha.

- Teve mais alguma coisa?

- Não... Isso foi tudo o que aconteceu.

- O Rafael não presta mesmo.

- Me perdoa Bianca, por ter deixado ele ter feito o que fez.

- Te perdoo mãe... Porém eu ainda não estou pronta para voltarmos a nos relacionar.

- Te entendo... Vou esperar seu tempo.

P.o.v Autora

  Hoje é o dia em que eu finalmente terei a Bianca só para mim, sai de casa todo arrumado e cheiroso, a primeira impressão é a que fica, olhei no relógio e era 18:30 horas, o jantar seria daqui meia hora, aproveitei o tempo ameno e fui andando até a casa dela, passei em uma floricultura e pedi o arranjo mais bonito de tulipas que eu vi, eu já estava com as alianças e o que eu iria dizer já escrevi no papel, cheguei cinco minutos adiantados, respirei fundo e dei três batidinhas na porta, depois de dez minutos ouço o ranger das portas sendo aberta e escuto:

- A Bianca está se trocando, pode sentar e esperar por ela.

  Uma hora depois eu a vejo descendo as escadas com um vestido florido todo fofo, o que não condizia com o seu semblante, ela mal olhou para mim ou para as flores que trouxe para ela, mas antes de dizer algo a mãe dela apareceu falando:

- A jantar está servido, depois vocês conversam.

  Terminamos de comer e seguimos para a sala, todos se sentaram e eu falei:

- Vim ate aqui hoje para pedir a mão da Bianca em casamento, eu a amo muito e  com certeza  serei o homem mais feliz do mundo se vocês disserem sim a este pedido,  olhei de soslaio para ela e vi que não estava  nada amigável os seus olhos, mas o que importava naquele momento era o Sim, estava todo ansioso pela resposta e assim disseram, Nós aceitamos .

  De repente eu a vi correndo para fora, me despedi o mais rápido possível de seus pais para segui - lá, fiquei em uma distância que dava pra ver e ouvir tudo. Fiquei estático no chão quando vi outra pessoa, mas o que mais me surpreendeu foi que ela beijou uma mulher, nessa hora o meu sangue subiu e eu não vi mais nada, cheguei então mais perto das duas e apontei a espingarda e atirei nem me importando em qual das duas iria pegar, pois assim que o disparo saiu ouvi o grito da garota.

  Fiquei estarrecido ao ver a mulher dos meus sonhos morta na minha frente, fiquei tão puto da vida que antes de atirar na outra garota falei:

- Ela nunca será sua.

  Dei vários tiros até acabar as balas do cartucho, depois disso corri e me vi num lago, joguei a arma dentro dele e fui apressado para casa, ao chegar em minha residência entrei no chuveiro e lavei a minha alma ali.

  Acordei no susto, nem me lembrando onde eu estava, depois de olhar ao redor percebi que ainda estava preso, mas uma coisa me deixou com mais raiva ainda dá Bianca e da Beatris, esse sonho que tive só serviu para eu querer me vingar mais ainda das duas, finalmente irei sair amanhã dessa delegacia, esses policiais estão ferrados na minha mão, se eles acham que me humilham fisicamente e psicologicamente e que não vai acontecer nada a eles, estão muito enganados, voltei a deitar na cama e dormi como um anjo.

P.o.v Beatris

  Dei três batidas na porta do quarto de onde a Bia estava, entramos assim que ouvimos:

- Pode entrar.

  Entrei primeiro e o médico entrou logo em seguida perguntando:

- Como você está se sentindo Bianca?

- Estou sentindo o corpo meio dolorido, mas de resto estou bem.

- Vamos precisar te deixar em observação por uns três dias.

- Por que doutor?

- Ainda precisamos fazer alguns exames para te dar alta.

- Está bem.

  O médico saiu e eu fui até a cama e a beijei mostrando toda a saudade que eu estava sentindo dela, me deitei ao seu lado e comecei a cantar para ela:

Amor de outras vidas

Como te reconhecer
Quando de novo te encontrar
Se nem mesmo vou saber
Como, quando, em que lugar

O mundo guarda muitas voltas
Em outro tempo eu vou parar
Sem perguntas nem respostas
Eu te encontro num olhar

Em outro corpo, outro universo
Outro poema em outro verso
Em outro sol, em outra lua
Nos braços de outra pessoa

Em outro sol, em outra lua
Nos braços de outra pessoa

Vou abrir as portas do meu desejo
Reviver nosso último beijo
Embriagar de loucura a lucidez
Só pra poder te tocar e te amar outra vez

Se eu pudesse congelar
Pelo menos um momento
Depois imortalizar
Um sonho nosso, um sentimento

Esse amor de outras vidas
Transcende as leis do coração
Não aceita despedidas
E a vida eterna, essa paixão

Em outro corpo, outro universo
Outro poema em outro verso
Em outro sol, em outra lua
Nos braços de outra pessoa

Em outro sol, em outra lua
Nos braços de outra pessoa

Vou abrir as portas do meu desejo
Reviver nosso último beijo
Embriagar de loucura a lucidez
Só pra poder te tocar e te amar outra vez

Te amar outra vez
Embriagar de loucura a lucidez
Só pra poder te tocar e te amar outra vez

Outra vez
Te amar outra vez
Outra vez...
Outra vez

                                                                        (Fabio Junior)

  Essa música que estou cantando para você mostra todo o amor e carinho que tenho por ti, passamos por tantas coisas não é mesmo meu amor? Teve o meu coma, eu não lembrando de você, o seu sequestro, o seu coma, passamos por muitas adversidades, mas no fim o nosso amor venceu, ao terminar de dizer isso olhei para a Bianca que estava com lagrimas nos olhos, num rompante falei:

- Eu te amo Bianca.

  Assim que disse isso vi a Bianca sorrindo para mim, fiquei extremamente vermelha depois de dizer isso, ela olhou em meus olhos e disse:

- Você não tem ideia do quanto esperei ouvir isso.

- Sério?

- Sim... E só para contar eu te amo pimentinha.

  Nosso olhar estava repleto de sentimentos.... não caberiam mais palavras naquele momento...nos aconchegamos e assim adormecemos.
Acordei no pulo e ao olhar pelo ambiente percebi que ainda estava no hospital, olhei no relógio que tinha na parede e marcava seis horas da manhã, levantei-me da cama correndo, acabei acordando a Bia e acabou me perguntando:

- O que houve?

- Acabei me esquecendo de avisar a Clara que não ia dormir em casa.

- Melhor correr então.

  Antes de sai apressada a beijei e prometi que voltaria logo, me despedi da mãe dela e fui para a casa da minha mãezinha, chegando lá, ela já estava na porta:

- Isso são horas senhorita Beatris?

- Vish... Me chamou pelo nome, aí vem bronca na certa.

- Ainda bem que sabe o que fez de errado.

- Desculpa mãezinha por não ter avisado que ia demorar.

- Você não muda ne Pimentinha?

- O que foi?

- É só levar bronca que fica toda vermelha, o que eu faço com você hem?

- O que eu posso fazer se fico vermelha facilmente.

- Você sempre será minha pimentinha.

  Nesse momento fiquei num tom mais vermelho ainda, ela começou a rir e eu ri junto, dei boa noite para e a abracei forte e fui para o meu quarto, entrei no whats e entrei no grupo onde tem eu, a Fe, a Clarinha, a Lu, a Nica e o Victor, o nome do grupo era O clube da Luluzinha, e mandei:

- Bom dia dorminhocos, passando aqui só para dizer que a Bia vai receber alta daqui três dias, agora vou comer que estou varada de fome.
                                                                                                         Beijos da Pimentinha


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