O que você quer Rafael?

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  P.o.v Beatris

  Acordei com o barulho da campainha tocando, coloquei uma roupa e desci para atender a porta e assim que abri vi o babaca do Rafael parado na minha frente e eu digo:
- O que veio fazer aqui?
- Vim falar com você.
- Veio falar sobre o que?
- Sobre a Bianca.
- Veio falar o que?
- Eu vim te avisar que não é mais para você ficar perto da Bianca.
- E se eu não te obedecer?
- Você vai se arrepender se não me obedecer.
- Como se eu fosse ter medo de alguém como você.
- Pois deveria.
- E posso saber o porquê eu deveria ter medo?
- Você viu o que fiz a Bianca.
  Nessa hora meu sangue subiu, dei um chute nos países baixos dele e o vi cair no chão e disse a ele:
- Nunca mais encoste um dedo na Bianca, da próxima vez eu baterei mais forte em você.
  Assim que ele se recuperou do chute que eu dei nele, me olhou com um olhar sanguinário e estava a ponto de me bater quando a Luisa apareceu na porta e me ajudou a tirar o babaca da minha casa dizendo a ele que se não fosse embora chamaríamos a polícia, assim que vimos ele sair me falou:
- Você ficou maluca de bater nele Pimentinha?
- Por quê?
- Você sabe o que ele fez a Bia, e mesmo assim bate nele?
- Eu não podia deixar ele se vangloriar de ter sequestrado e torturado ela e não fazer nada.
- Mais foi muito perigoso, você imaginou o que teria acontecido se eu não tivesse chegado a tempo.
- Eu não pensei na hora, meu sangue subiu quando ele falou da Bia.
- Sabe que ele irá atrás de você, não é?
- Que venha, eu não tenho medo dele, mas você não veio aqui pra falar dele ne?
- Eu vim aqui pra gente resolver a questão das alianças de namoro.
  Fomos ao shopping a casa das alianças escolher qual era mais bonita, passamos duas horas na loja, não aguentávamos mais olhar as alianças, quando passei o olho por uma e achei linda, era em  ouro e prata, depois de escolher essa, pagamos e voltamos para minha casa e eu perguntei para ela:
- Será que ela vai gostar Lu?
- Do jeito que conheço a minha irmã tenho certeza que ela vai amar.
- Tomara Lu
- E o que falta agora?
- Só falta eu ir a cabana para limpa – lá antes de levar a Bia lá.
- Quer minha ajuda?
- Não precisa, vou ir sozinha pois é um lugar que eu quero que só eu e a Bia conheçamos.
- E se o Rafael for atrás de você?
- Que venha, eu não tenho medo dele.
- Pois devia ter, esqueceu o que ele fez a Bia?
- Claro que não e ele vai se arrepender de ter feito isso a Bia.
- O que está pensando em fazer Pimentinha?
- Vou denunciar ele a polícia, se fosse por mim dava uma surra nele, mas sei que a Bia não ia gostar nada disso.
- Tem certeza disso? Quando ele descobrir vai para cima de você com tudo.
- E é isso que eu quero.
- Por que é isso que você quer?
- Porque quero a confissão dele.
- E por que quer isso?
- Acha que só a minha denúncia fara ele ser preso? Ele não vai ficar nem um dia preso e eu tenho certeza que ele vira atrás de mim, então usarei isso ao meu favor e gravarei a confissão dele.
- Você é maluca, e se ele descobrir?
- Ele não vai descobrir.
- Espero que esteja certa Pimentinha.
- Você me leva a delegacia?
- Eu tenho escolha?
- Não.
- Então é só dizer a hora que vamos.
- Só vou guardas as alianças no quarto e vamos.
- Está bem.
  Em uma hora estávamos na frente da delegacia, entrei sozinha porque eu não queria comprometer a Lu, assim que vi um policial perguntei:
- Boa tarde, você poderia me ajudar?
- Claro, precisa de ajuda no que?
- Eu quero fazer uma denúncia.
- É só esperar o delegado desocupar.
  Depois de cinco horas esperando o delegado veio falar comigo:
- Boa tarde, eu sou o delegado Gustavo como posso ajudar?
- Quero denunciar uma pessoa.
- E quem seria essa pessoa?
- O Rafael.
- Você quer denuncia – ló pelo que?
- Pelo sequestro da Bianca Amaral.
- Vou precisar de todos os detalhes.
  Passei duas horas detalhando o que houve para o delegado e assim que assinei a denúncia me senti até mais leve, encontrei com a Lu na frente da delegacia e me perguntou:
- Como foi na delegacia?
Foi tudo bem, agora é só esperar ele vir até minha casa.
- Tenho certeza que ele vai descobrir que fui eu que fiz a queixa contra ele e vira atrás de mim.
- Vai precisar de alguma coisa?
- De um gravador, você teria um?
- Tenho.
- Então agora é só esperar.
  Nisso duas semanas se passaram quando ouvi a campainha tocando sem parar, coloquei um roupão, peguei deixei o gravador escondido e fui atender a porta:
- Me deixe entrar agora.
- A que devo a honra de sua visita?
- Como ousa me denunciar pelo sequestro da Bianca?
- Mas não foi isso o que aconteceu?
- Foi, mas e daí? Você nunca poderá me por na cadeia por não ter prova nenhuma contra mim, é a minha palavra contra a sua, eles não sabem que eu a persegui no parque e que eu bati na cabeça dela, que a levei ao cativeiro para fazer com que ela se casasse comigo, em como a torturei com várias sessões de choques, nunca saberão o lugar que ela foi torturada, a policia jamais ira ficar sabendo.
Meu sangue subiu ao escutar o que havia falado e dei um soco na cara dele e falei:
- Eu nunca deixarei a Bianca com você.
  Ele me encarou com cara de poucos amigos, me desferiu um soco tão forte que me fez ir ao chão, não emiti um som, se ele pensa que irei gritar está muito enganado, o olhei e falei:
- É só isso? Você bate como uma menina.
  Ele aproveitou que eu estava no chão e deu vários chutes e socos, só parando quando eu estava quase perdendo a consciência e antes de sair disse em voz alta:
- Isso é para você aprender que nunca conseguira fazer nada contra mim.
  O Rafael saiu de minha casa me deixando no chão, até tentei me levantar, mas a dor no meu corpo estava demais, eu estava perdendo a consciência quando ouvi a porta sendo aberta e escutei:
- Onde está você Pimentinha?
  Eu estava sem forças até para responder, ela me encontrou no chão quase desacordada, antes de ficar inconsciente consegui dizer:
- Guarde o gravador, está no bolso do roupão.
  Assim que disse isso a ela minhas vistas foram escurecendo até a total escuridão.
  Como sempre me encontrava em meu cantinho especial e a Bia já foi falando:
- O que você aprontou Pimentinha?
- Eu? – me fiz de desentendida.
- Nem adianta fingir que não sabe de nada, acha mesmo que ia esconder de mim o que aprontou?
- O que você viu?
- Eu vi tudo.
- Você viu tudo mesmo Bia?
- Sim, vi até o Rafael te batendo, por que você fez isso? Não sabe do que ele é capaz?
- Eu não podia deixar ele sair impune do que fez.
- Ele poderia ter te matado, por acaso não pensa nas consequências?
- Eu não pensei nas consequências e sim foquei em conseguir a confissão dele.
- Você foi muito descuidada, e se ele descobrisse algo?
- Fica a que ele só vai descobrir a hora que for preso.
  O sonho mudou e era uma época diferente, mais rustica, foi a primeira vez que eu a vi, ela está encostada a uma arvore e lendo escondida, me parecia tão compenetrada no que fazia que não reparou em minha presença, o que foi um alivio, pois assim eu poderia olha – lá sem medo de ser pega em flagrante, com um sorriso encantador, olhos e cabelos castanhos, fiquei hipnotizada pela beleza que não consegui tirar os olhos dela.
  Passei a vir todos os dias ao parque para admira – lá de longe sem nenhuma coragem de falar com ela, nisso um mês se passou e como de costume observei o lugar e reparei que não via a sua presença até que escuto:
- Oi me chamo Bianca e você?
- Me chamo Beatris.
- Eu percebi que não tirou os olhos de mim o mês todo, o que tenho de tão interessante que não tirava os olhos de mim?
- Eu nunca tinha visto beleza como a sua, fiquei hipnotizada por você.
- Então por que só me olhava de longe?
- Porque nem toda rosa do jardim pode ser vista de perto.
- Nunca escutei um elogio assim, muito obrigada.
- Bom... Vou indo que eu já devia estar em casa.
- Espera Beatris.
- Pode falar.
  Ela me beijou no rosto e fiquei vermelha na hora, sai desse contato e fui as pressas para casa, não queria que fizesse algo mais, fui andando o caminho e pensando:
- Ela é tão linda, inteligente, fofa, tem um sorriso que meu deus e é tão perfeita, até parece que olharia para alguém como eu, assim que entrei em minha residência já ouvi minha mãe perguntando:
- Onde estava Beatris?
- Eu me atrasei, estava na praça conversando e nem vi a hora passando me desculpe mãe.
- Tudo bem, suba para lavar as mãos que só estávamos te esperando para jantar.
  Subi as escadas e lavei as mãos às pressas para não vir outra bronca, assim que desci para jantando foi a vez do meu pai falar:
- Por que demorou tanto?
- Eu estava na praça e não vi o tempo passar, me desculpa.
- Só não se atrase da próxima vez.
- Está bem.
  Como sempre comemos em silencio, desejei boa noite aos meus pais e subi para meu quarto, deitei em minha cama e sempre que fechava os olhos via o rosto da Bia com seu olhar hipnotizante e sorriso encantador, fiquei pensando nela até que adormeci.
  Acordei as sete horas da manhã, pois eu teria meu primeiro dia de aula, estava nervosa por mudar de escola e por não conhecer ninguém, coloquei meu uniforme e desci para tomar meu dejejum com os meus pais, assim que minha mãe me viu foi logo perguntando:
- Preparada para o primeiro dia de aula em uma escola nova?
- Estou preparada sim.
- É bom que você não apronte viu mocinha.
- Eu já tenho dezessete anos mãe, não irei aprontar.
- Eu te conheço Beatris, sei a filha que eu tenho.
- Vou tentar me comportar.
- Sei.
- Bom vou indo para não me atrasar para a aula.
- Já pegou seu lanche?
- Já pequei sim mãe.
  Fui andando para a escola, até porque é praticamente do lado da minha escola, assim que entrei fui atrás da minha sala, quando encontrei dei três batidinhas timidamente na porta e escutei alguém se pronunciar:
- Entre.
  Assim que entrei a professora pediu para eu me apresentar a classe, e assim que fiquei de frente para os alunos, entre eles estava o rosto da Bianca, e quando eu a vi não acreditei em como o destino brinca com a gente, tanta escola pra ela estudar e ela estuda na mesma que a minha, não estava acreditando que estávamos tão perto e tão longe ao mesmo tempo, me apresentei olhando em seus olhos, assim que terminei de me apresentar fui me sentar na ultima cadeira disponível, assim que sentei vi um papelzinho voando, quando abri o papelzinho estava escrito:
- Por que está fugindo de mim?
  Escrevi no papel a resposta e assim que a professora olhou para frente joguei o papel para ela, seguimos a aula toda conversando por papeizinhos, quando fui responder novamente o sinal do recreio tocou e eu agradeci mentalmente e desci para comer o que minha mãe fez para mim, achei um lugar mais afastado e assim que terminei de comer vi a Bianca, me escondi para que não me visse, não pude deixar de observar a beleza dela, eu precisava sair dali ou eu faria uma besteira, ela acabou me vendo quando esbarrei em algo, sai as pressas e fui ao banheiro lavar o rosto, deu o sinal e entrei na sala sem olhar para trás, até tentei prestar atenção a aula, mas estava impossível, que feitiço essa garota tem que não consigo tirar ela da minha cabeça, eu não conseguia tirar os olhos dela durante a aula, arrumei meu material as pressas, pois sabia que certa pessoa queria falar comigo, fui para casa pensando:
- Como posso pensar tanto em você Bianca? Eu nunca poderei ficar contigo, somos de mundos totalmente diferentes, os pais dela são donos de toda a cidade, já a minha família é bem humilde e trabalham para eles, ela tem tantos pretendentes que jamais perderia tempo com alguém como eu.
  Parei na sombra de uma arvore para descansar um pouco, com a tranquilidade que estava ali acabei adormecendo.
  Acordei com alguém bem próximo a mim me chamando e ao abrir os olhos vejo a silhueta da Bianca me observando e dizendo em meu ouvido:
- Vai fugir de mim até quando posso saber?
  Quando ela falou em meu ouvido subiu arrepios pelo meu corpo e eu estava sentindo coisas que nunca senti, no fim consegui responder:
- Não estou fugindo Bianca.
- Você está fugindo e sabe disso, o que eu não entendo é o porquê?
- Eu não posso estar com você.
- E por que não pode estar comigo?
- Você sabe a resposta.
- Será que pode me dizer? Não estou entendendo nada.
- Seus pais não iriam gostar, principalmente seu futuro noivo.
- Então... É só isso?
- Sim é isso, você sabe que não podemos ficar juntas.
  Me levantei sem deixar ela falar, porem antes de seguir meu caminho senti que me segurava, nossos corpos estavam colados, o que fez meu coração acelerar e para que não percebesse o que estava acontecendo ali perguntei:
- O que foi Bianca?
- Você sabe Beatris.
Não sei do que você está falando – me fiz de desentendida
- Não sabe é?
- Não sei do que se trata.
- Tem certeza?
- Tenho.
  Ela aproximou mais nossos corpos e nossas bocas estavam tão próximas que uma podia sentir a respiração da outra, quando ouvi a voz dela dizendo em meu ouvido:
- O seu corpo não iria reagiria assim se você não quisesse os meus beijos.
- Você é convencida hem.
  A Bianca me olhou daquele jeito que me deixava hipnotizada, ela colocou os dedos em meus lábios passando no contorno deles, me beijando logo em seguida, o beijo começou inocente e logo em seguida se tornou mais intenso, só paramos pela falta de ar e ouvi:
- Não pense que nossa conversa acaba aqui
  Ela foi embora me deixando de boca aberta e confusa, fui para casa com meus pensamentos.




 

O amor de BiancaOnde histórias criam vida. Descubra agora