Começando a ler o diario

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P.o.v Bianca
  Quando eu percebi o sonho já havia mudado, mas não foi para um sonho que mudou e sim para a noite em que a Beatris entrou em coma, eu revivi tudo o que aconteceu, o que foi doloroso de ver foi que eu não pude fazer nada, apenas pude assistir a tudo, me sentia tão impotente vendo ela brigando com a garota para me defender, acordei assustada.
  Levantei e fui ate a lanchonete comer alguma coisa, fui ao banheiro escovar os dentes e lavar o rosto, quando voltei para o quarto dela, eu vi a mochila de Beatris, peguei a bolsa abismada e levei para a cadeira que ficava perto da cama e comecei a mexer nas coisas dela, só então me lembrei da promessa que eu fiz a Beatris, peguei o diário dela e abri a primeira pagina:
P.o.v autora
  Resolvi escrever esse diário para contar um pouquinho da minha historia, perdi os meus pais quando eu tinha oito anos, fiquei internada no hospital por um mês porque foi um acidente feio, quando tive alta do hospital, o governo me levou pro orfanato.
  Passei há primeira semana muito mal, por não ter meus pais junto comigo, como eu já tinha oito anos, poucos casais iriam querer me adotar, conheci uma menina que tinha a mesma idade que eu, foi a primeira vez que eu comecei a olhar para meninas de um jeito diferente, eu não sabia bem o por que? Mas eu não queria sair de perto dela, ela se chamava Bianca, ela era tão meiga, estava perdida, dava para ver que ela era diferente, mas eu não entendia o que eu estava sentindo, resolvi que eu iria ser amiga dela, e que iria cuidar muito bem dela.
  Fui me aproximando dela aos poucos, pois eu percebi que sempre que alguém tentava encostar nela, ela não deixava e se esquivava, eu me aproximei dela e perguntei:
- Olá Bianca, posso me sentar ao seu lado?
  Ela ficou me analisando e por fim disse:
- Pode sim, mas nem sei o seu nome.
- Me chamo Beatris, muito prazer.
- O prazer é todo meu.
  Percebi que ela evitava qualquer contato com as pessoas, mas ver a tristeza naqueles olhinhos castanhos tão meigos, me deu vontade de puxa - lá pra perto de mim e abraça - lá e não solta - lá mais, mas eu sabia que se eu a abraçasse, ela nunca mais falaria comigo, ao invés de abraça - lá perguntei:
- Que tal nos duas darmos um passeio para conhecer o orfanato? Já que nos duas acabamos de chegar?
- Vamos sim, mas nos temos apenas oito anos, você acha que deixariam duas crianças sair andando por ai sozinhas?
- Não, mas isso não significa que não podemos fazer do mesmo jeito.
- Você não tem medo que nos duas possamos ser punidas?
- Não se preocupe, se isso acontecer assumirei a culpa.
- Tá bom, eu vou com você.
P.o.v Bianca
  Parei de ler nessa parte, pois eu estava cansada, mas uma coisa me deixou inquieta, a menina tem o mesmo nome que o meu, será que eu já conhecia ela antes do parque? E com esse pensamento caio no sono.

O amor de BiancaOnde histórias criam vida. Descubra agora