Levando a maior bronca

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P.o.v Autora
  Acordei com o barulho da campainha tocando, coloquei meu roupão e sonolenta fui até a porta, e ao olhar no olho mágico vi a Luisa, assim que abri falei:
- Oi Lu.
- Oi Nica.
- Desculpa chegar a essa hora.
- Tudo bem meu amor, percebo que você quer conversar ne?
- Preciso sim.
- Pode falar.
- Alguma coisa não se encaixa.
- Como assim?
- A minha mãe ama muito a minha irmã, ela não faria mal nenhum a ela, sempre cuidou muito bem dela, eu não consigo acreditar que ela tenha feito algum mal a Bianca.
- E o que você acha que aconteceu?
- Eu não sei, mas irei descobrir.
- Vem deitar comigo? Você deve estar cansada.
- Estou sim, tive que levar a Beatris as pressas ao hospital.
- O que houve?
- Ela queria gravar uma confissão do Rafael, a danada conseguiu o que queria, mas ficou inconsciente.
- Como ela está?
- Está bem, mas ainda não acordou, porem eu precisava falar com você, então deixei a Beatris aos cuidados da Clara que é como uma mãe para ela.
- E o Rafael?
- Depois da surra que deu nela desapareceu.
- Bom vamos nos deitar?
- Sim.
  Eu estava tão exausta que assim que me deitei abraçadinha a Nica cai no sono.
P.o.v Beatris
  Abri os olhos e percebi que estava no hospital, me vi procurando alguém no quarto, encontrei a Clara adormecida no sofá, deixei ela descansando e voltei a dormir.
  Eu estava em meu cantinho especial e vi a Bia com um vestido florido muito bonito e eu perguntei:
- Vamos a algum lugar?
- Iremos, isso é surpresa, agora feche os olhos.
- Por que devo fazer isso?
- Para eu poder te vendar.
- Está bem.
  Assim que o fechei ela me vendou e fomos andando e ela me guiando durante todo o caminho, quando paramos de repente e assim que me desvendou perguntou:
- Você se lembra desse lugar?
- Como eu iria esquecer, esse é o parque que tem atrás do orfanato, sempre íamos lá depois do almoço.
- Então você se lembra?
- Lembro sim, é um dos meus lugares preferidos, nos duas nos divertimos muito aqui não é mesmo?
- Nos divertimos sim, você sabe por que eu estou te mostrando esse lugar?
- Eu não faço a menor ideia.
- Quando sair do hospital vá lá, eu tenho uma surpresa te esperando.
- É sério isso?
- É.
- Diz o que é vai?
- Você saberá quando for ao orfanato.
- Vou mesmo ter de esperar para saber?
- Sim.
- Que maldade.
- Prometo que você não vai se arrepender da espera.
- Está bem, vou esperar.
- Você sabe que precisa acordar não é mesmo?
- Mas eu já não acordei uma vez?
- Na verdade não, você ainda está inconsciente.
- Mas como é possível? Eu vi a diretora Clara dormindo na cadeira do quarto do hospital.
- Na verdade você está vendo como na época do seu coma.
- Isso quer dizer que estou em coma de novo?
- Você está apenas desacordada, precisa acordar.
- E como irei acordar? Se você que me acordou da outra vez?
- Sinta a diretora Clara, ela está segurando a sua mão.
- Eu quero ficar aqui com você. – disse tristemente
- Você sabe que não pode, agora sinta a mão da Clara.
- Está bem, mas antes deu ir me dá um beijo. – disse maliciosamente.
- Com todo prazer.
  Ela foi se aproximando de mim lentamente e eu não conseguia tirar os olhos dela, fui me aproximando e quando estávamos perto uma da outra a beijei, aquele beijo que tira o folego de qualquer um, foi se tornando mais quente e eu disse em seu ouvido:
- Quero você.
- Por mais que eu queira continuar a Clara te espera.
  Eu dei o meu melhor sorriso safado, a apertei mais junto a mim, vi ela se arrepiar toda e continuei a provocação passando a mão pelo corpo dela, e como ela estava de vestido, fui subindo as minhas mãos até que eu disse no ouvido dela:
- Quer que eu pare?
  Quando ela deu aquele sorriso que desarma qualquer um soube a minha resposta, tirei suas roupas e a observei, nunca me canso de observar a beleza dela, ela foi tirando minha roupa com pressa e desejo, ambas estávamos sedentas pelo corpo uma da outra, a olhei mais uma vez e disse em seu ouvido:
- Você será toda minha.
  Eu vi o corpo dela se arrepiar e sorri, a levei até a cama da cabana e a deitei, meu corpo já pulsava de desejo por ela, colei meu corpo junto ao dela e era como se nossos corpos se encaixassem perfeitamente, fui me deliciando com o cheiro que o corpo dela exalava, fui explorando o corpo da mulher que eu amo, comecei beijando seu pescoço e a vi reagir aos meus toques, fui descendo e parei em seus seios, a olhei pedindo permissão para continuar, ela assentiu com a cabeça, eu já estava sedenta pelo gosto da mulher que me mostrou o que é ser amada, eu não tinha pressa alguma até porque estava saboreando cada instante, desci ao centro de prazer dela e bebi de seu gozo, era como estar no paraíso.
  Acordei e olhei para os lados não reconhecendo o lugar, mas senti alguém segurando minha mão e ao olhar constatei que era a Clara que é como uma mãe para mim, acabei perguntando:
- O que estou fazendo aqui?
- Você não se lembra?
- Só me lembro que o Rafael estava em minha casa completamente transtornado porque eu o denunciei pelo sequestro da Bianca, depois não vem nada a minha mente.
- A Luisa te encontrou no chão segurando um gravador, entregou para ela e ficou inconsciente.
- Estou a quantos dias no hospital?
- Você está a 3 dias internada
- Quando poderei sair?
- Depois de falar com o médico.
- Não posso sair agora? Estou ótima.
- Você já se olhou dona Beatris?
- Ih... Me chamou pelo nome, lá vem bronca.
- O que você estava pensando hem?
- Só pensando na Bianca, por quê?
- O Rafael te bateu muito, vai ter que ficar de repouso e aí se reclamar, por que você fez isso?
- Eu não podia deixar aquele imbecil sair impune do que ele fez.
- Não devia ter feito isso, imagina se você estivesse morta, até porque sabe do que ele é capaz.
- Eu sei disso mãezinha, mas eu não podia deixar ele se vangloriando do que fez.
- Lá vem você me chamando assim pra bronca ser menor, você não mudou nada né Pimentinha.
- Não mudei mesmo – disse envergonhada.
- E você acha que a Bianca vai gostar disso?
- Claro que não, mas foi um mal necessário.
- O que eu faço com você hem?
- E a Fe onde está? Ela já sabe que estou no hospital?
-  Quer falar com ela?
- Melhor não, depois ligo para ela explicando tudo.
- Sei... Você está é fugindo da bronca que vai levar dela.
- Como sabe?
- Como se eu não te conhecesse não é mesmo?
- Me conhece muito bem.
- Bom... Vou chamar o médico, espere aqui.
- Está bem esperarei aqui, não tenho para onde ir mesmo.
  Dei aquele sorriso sapeca que a Clara tanto conhece, antes de sair me falou:
- Estou de olho em você.
  Ela saiu me deixando sozinha com meus pensamentos, até que alguns minutos depois avistei o médico entrou e me falou:
- Você de novo aqui Beatris?
- Né doutor.
- Como você se sente?
- Me sinto bem.
- Nenhuma dor no corpo?
- Estou sentindo ele um pouco dolorido.
- Sente algo mais?
- Não.
- Você vai precisar ficar alguns dias de observação.
- Por que doutor?
- É o protocolo padrão.
- Quantos dias vou ficar no hospital?
- Por uns dois dias.
- Está bem, mas posso pedir um favor?
- Depende do que for.
- Teria como eu ficar ao lado da Bianca?
- Veremos o que posso fazer.
- Obrigada doutor.
- Não há de que.
P.o.v Autora
  Eu estava vendo um filme com a Clarinha, mas não conseguia me concentrar nele, só reparei que ela me fez uma pergunta quando tocou em meu braço e perguntou:
- O que a preocupa Fe?
- A falta de notícias da Pimentinha.
- Ela não tem falado com você?
- Estou preocupada, faz três dias que não consigo falar com ela.
- Já tentou ligar para a Lu? Vai que ela saiba de algo.
- É verdade, eu não tinha pensado nisso.
  Liguei para o número que ela me deu, só foi me atender no segundo toque:
- Oi Luisa.
- Oi Fe.
- Por um acaso você sabe alguma coisa sobre a Beatris?
- Sei sim, mas acho melhor conversarmos pessoalmente, onde você está?
- Estou aqui na minha casa com a Clarinha.
- Posso passar aí?
- Claro que pode, estamos te esperando.
  Fui atrás da Nica, e falei:
- Preciso falar com a Fernanda, você vem comigo?
- Não sei se é uma boa ideia.
- Por quê?
- Já se esqueceu do que aconteceu?
- Eu não me esqueci, mas o que aconteceu são águas passadas.
- Está bem, eu irei contigo.
  Mesmo atrasadas a puxei para um beijo apaixonado e só paramos devido a falta de ar e ela disse:
- Melhor irmos antes que eu não responda por mim.
- Na melhor parte vamos parar?
- Temos compromisso.
- Tá bom. – disse fazendo bico
- Prometo que quando voltarmos eu te recompenso.
- Bom saber.
  Chegamos à casa da Fe passava da hora do jantar, ela me convidou para comermos juntas, ate que num rompante me perguntou:
- O que houve com minha amiga?
- Vocês sabem que o Rafael foi solto por falta de provas?
- Sabemos sim, mas o que isso tem a ver?
- Posso continuar?
- Claro.
- A Beatris queria uma confissão dele, então o denunciou na delegacia, quando ele descobriu foi atrás dela e ela usou um gravador para gravar tudo, o safado falou tudo se vangloriando do que fez a Bianca sem saber de nada, mas o que não contávamos é que bateria nela, eu a encontrei segurando o gravador e assim que me entregou desmaiou, a levamos ao hospital e deixei ela com a Clara.
- E como ela está?
- Quando eu saí do hospital ela ainda estava desacordada.
- Eu preciso ir vê – lá, você me levaria lá?
- Claro que levo.
- A Beatris vai me ouvir ou não me chama Fernanda.
- Não queria estar na pele dela.
  Nessa hora todas caímos na gargalhada, entramos no meu carro e seguimos conversando amenidade ate chegar ao nosso destino, assim que entramos pela porta encontramos a Clara e fomos logo perguntando:
- Como ela está?
- Ela acordou, querem vê – lá??
- Queremos.
P.o.v Beatris
  Fui acordada pela diretora Clara com um beijo na testa, como ela sempre fazia na minha infância e falou:
- Pimentinha acorde, as meninas vieram te ver.
- Onde elas estão?
- Estão lá fora esperando para entrar.
- Elas estão muito bravas comigo?
- O rosto delas diz que sim.
- Levar bronca das três, estou ferrada.
- Está sim.
- Mande as entrar.
- Só um minuto que elas já vem.
- Está bem.
  Esperei por alguns minutos até que ouvi batidas na porta, era a Clara com as meninas e ao ver o rosto delas de poucos amigos, antes de sair ela disse:
- Vou deixar vocês conversando.
- Não me deixe sozinha com as meninas.
- Ninguém mandou aprontar, agora tem que arcar com as consequências.
- Ok.
  Respirei fundo antes de perguntar:
- Quem vai começar falando?
- Eu.
- Sou toda ouvidos Fe.
- O que você estava pensando hem Pimentinha? Foi por isso que pediu o gravador?
- Essa era a única forma que aquele babaca iria ser preso, eu precisava da confissão dele e sim era por isso que pedi ele emprestado.
- O que eu faço com você hem? Já se esqueceu que faz pouco tempo que saiu do coma, mesmo assim denuncia o Rafael.
- Eu não podia deixar ele sair impune do que aquele crápula fez, ainda mais quando teve a pachorra de torturar a minha Bia.
- Mesmo assim você devia ter pedido a nossa ajuda.
- A Lu me ajudou em tudo.
- É verdade Luisa que você sabia?
- Sim.
- E por que não nos contou?
- A Pimentinha não quis vocês no meio.
- Isso é verdade?
- Sim Fe, eu não queria que se envolvessem nisso por causa do Rafael, eu nunca iria me perdoar se algo acontecesse a vocês.
- E machucar você pode?
- Pode, não quero que se machuquem.
- Mas não é certo você sempre se colocar em perigo e nos deixar preocupadas.
- Me desculpe meninas, eu não queria preocupá – las.
- Você vai denunciá – lo ne?
- E do que adianta? Não temos provas.
- Temos sim, as que você conseguiu com o gravador.
- Mas isso só servirá no caso da Bianca, no meu caso seria minha palavra contra a dele.
- Ou você denuncia ou eu o farei.
- Eu já estarei feliz dele ser preso pelo que ele fez a minha Bia.
- Deixa de ser teimosa Pimentinha.
- Para. Eu não sou.
- É sim.
- E você Clarinha não vai dizer nada?
- Eu nem preciso dizer nada, a Fe disse tudo.
- Que bom que escapei da sua bronca.
- O que disse Pimentinha?
- Eu?
- Você mesma.
- Eu não falei nada.
- Foi o que pensei.
- Meninas a bronca está boa, mas estou cansada, e já vou dormir.
- Você está é querendo fugir da bronca que eu sei.
- Isso também.
- Nos te conhecemos.
- Vocês me conhecem mesmo, meninas vou descansar que estou um pouco cansada.
- Vamos estar lá fora, qualquer coisa nos chame.
- Chamo sim.







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