O amor de Bianca

Reviravolta

P.o.v Autora
  Eu e a Margot estávamos passeando pelo parque Ibirapuera quando ela perguntou:
- Você tem tido notícias do Rafael?
- Nenhuma, ele desapareceu completamente.
- Mas não é melhor assim?
- Temo que não, vai saber o que mais ele irá aprontar.
- Isso é verdade, mas essa não seria a oportunidade perfeita para você contar a Luisa o porquê se aliou a ele?
- Eu não sei, ela deve estar preocupada com a irmã no hospital.
- É hora de contar a verdade, e você sabe disso.
- Eu sei, mas estou com medo de contar a ela.
- Não precisa ter, eu estarei ao seu lado.
- O que eu faria sem você?
- Não viveria, agora pare de enrolar e ligue para sua filha.
- Já vou fazer isso.
  Eu estava dormindo quando escutei o celular tocando e fui atrás dele, assim que o encontrei atendi:
- Alo?
- Oi minha filha.
- Mãe?
- Sim, sou eu.
- Eu não tenho nada o que falar com você, não depois do que houve.
- Por favor me escute, se quiser depois desapareço da sua vida.
- Está bem, pode falar.
- O que eu preciso te dizer não da para falar pelo telefone, você pode me encontrar no hotel em que estou hospedada?
- Ta bom, só vou me trocar e vou até onde você está.
- Te esperarei.
  Desliguei o telefone aflita pensando no que será que a Stella queria, fui atrás da Nica que está dormindo, a acordei com um beijo no rosto, e ela perguntou:
- O que houve?
- Minha mãe me ligou e quer conversar comigo, você iria comigo?
- Eu não sei se seria uma boa ideia.
- Por favor vá comigo, me sentirei mais tranquila com você junto.
- Você pedindo assim é claro que vou.
- Obrigada.
  Cheguei ao hotel com a Nica e fui anunciada, assim que me vi na frente da porta do quarto da minha mãe respirei fundo e dei três batidas, e quando abriram vi uma moça muito bonita, até pensei que tinha errado de lugar, quando ela disse:
- Bom dia meninas me chamo Margot, sua mãe está te esperando Luisa.
- Quem é você?
- A Stella vai te explicar tudo.
- É o que eu espero.
  Entrei no quarto e assim que a vi perguntei:
- O que você tem para me dizer?
  A Nica percebeu que eu já estava exaltada e para me acalmar disse em meu ouvido:
- Calma Lu, nós só viemos conversar.
- Antes de te contar o que preciso te falar, quem é essa moça bonita ao seu lado?
- Ela é minha namorada e se chama Veronica.
- Muito prazer.
- O prazer é todo meu.
- Não sei nem por onde começar minha filha.
- Que tal pelo começo.
- O seu pai não morreu, ele foi assassinado.
- Como assim mãe? Você disse que ele teve um infarto.
- Mas eu menti para você e sua irmã.
- Por que fez isso?
- Você se lembra que o Rafael queria fazer a junção das nossas empresas?
- Claro que eu lembro, mas o que isso tem a ver?
- Nos não concordamos, quando o seu pai não aceitou, o Rafael jurou que íamos nos arrepender, então ele encomendou a morte do Flavio, ele estava voltando da empresa quando foi abordado por dois caras, dando vários tiros nele, eu passei horas aflita esperando por ele e nada de notícias, até que recebi uma ligação anônima falando que era pra eu me encontrar as 22 no restaurante, estranhei a ligação, mesmo assim fui ao encontro dele, assim que vi quem era perguntei:
- O que você quer Rafael?
- Eu vim te dizer que o seu maridinho está morto.
- Como é que é?
- Eu matei o seu marido e farei de tudo para que acreditem que você é a mandante do crime.
- Você não tem provas para me acusar.
- Tenho sim, olhe esses papeis.
- São falsificados, eu não acredito que você fez isso.
- E farei muito pior caso não coopere.
- E o que você quer?
- Eu quero a empresa e a Bianca.
- A empresa pode ter à vontade, já a Bianca não terá até porque ela não é um objeto para você ter posse dela.
- É bom que consiga os dois ou terei o maior prazer de te ver presa.
  Fiquei chocada ao descobrir do que ele é capaz, assim que ele foi embora fui a uma advogada e foi aí que eu conheci a Margot.
- E quem é essa mulher na minha frente?
- Minha namorada minha filha.
- Como assim?
- Deixa eu explicar o resto.
-  Claro.
- Cheguei ao escritório dela e a vi, não sei explicar, mas alguma coisa mudou dentro de mim, era como se eu a conhecesse a anos e não a minutos, expliquei a minha situação a ela, mas a Margot não tinha como me ajudar, nos tornamos grandes amigas, ela sempre me ouvia e eu sempre me via a admirando sem entender o porquê disso, em uma conversa na casa dela me confidenciou que gostava de mulher e aquilo mexeu comigo, passei a olha -lá com outros olhos, a convidei para um jantar na minha residência, no dia me preparei para recebe – lá, botei a minha melhor roupa, ao chegar ficou babando pelo meu modelito que escolhi, abrimos uma garrafa de vinho e passamos a conversar amenidades, assim que acabou a bebida nós duas já estávamos alegrinhas, foi quando eu admiti que estava começando a ter sentimentos por ela, foi quando a Margot me beijou e nós entregamos uma a outra e desde então estamos juntas.
- Ual e quando pensou em dizer que estava comprometida?
- Eu não podia te contar por que senão o Rafael teria mais um trunfo a favor dele, mesmo assim ele descobriu sobre o meu namoro.
- Como ele descobriu sobre vocês duas?
- Nós sempre fomos muito discretas, mas tinha uma pessoa nos seguindo o tempo todo.
- Esse Rafael não presta, não sei como aguentou ele tanto tempo.
- Porque o crápula disse que me botaria na cadeia e machucaria vocês.
- Agora entendo tudo, eu achei estranho você machucar a minha irmã, pois sempre cuidou muito bem dela.
- Eu amo as duas, estava tentando protege – las.
- Mas isso não explica como você pode ajuda – lo.
- O Rafael me ligou dizendo que sequestrou a Bianca, e mandou eu me encontrar com ele, fui ao encontro dele, foi quando a encontrei amarrada e inconsciente, num momento de raiva dei um tapa em seu rosto e disse:
- Você disse que se eu cooperasse não faria mal a ela.
- Achou que eu ia deixar barato o jeito que ela me tratou?
- Mas esse não era o combinado.
-  E daí, mudei de ideia.
- Como assim?
- Você escutou.
- E o que você quer agora?
- Eu já disse, quero me casar com a Bianca.
- E se ela não cooperar?
- Ela vai se arrepender.
- E o que vai fazer?
- Irei tortura – lá.
- Eu nunca irei permitir que você machuque a minha pequena.
  Num rompante dei um segundo tapa nesse crápula, e foi a sensação mais maravilhosa do mundo, mas me arrependi na mesma hora ao ouvir ele dizendo:
- Você está de mãos atadas, e sabe disso, vou amar tortura – la na sua frente e será obrigada a assistir impotente, e esse segundo tapa lhe custará caro.
- Por que diz isso?
- A sua filha que vai sofrer pelo que acabou de fazer, e ainda vai ter que dizer o que farei a ela.
- Eu nunca farei isso.
- Sabe que não tem escolha.
- Isso foi tudo o que aconteceu.
- Esse Rafael é um crápula, não acredito que ele fez tudo isso.
- Se ele foi capaz de estupra – lá, nada mais me surpreende vindo dele.
- Como é?
- Ah... Vai me dizer que você não sabia disso?
- Eu não sabia.
- Conta outra, que essa não colou.
- Estou falando sério, ele nunca me contou que fez isso com ela.
- Se você diz.
- Você sabe que o Rafael não vai desistir não é mesmo?
- Não se preocupe, vamos cuidar para que ele não chegue perto dela.
- E como ela está?
- A última notícia que tivemos é que ela vai precisar ficar um mês em coma induzido.
- Posso te pedir uma coisa?
- Dependendo do que for.
- Eu quero muito ver a minha filha, será que você me levaria até lá?
- Eu não sei se posso voltar a confiar em você depois do que aconteceu.
- Por favor me de uma segunda chance de mostrar que estou arrependida.
- Está bem, mas estou de olho em você.
- Eu sei que não mereço, mas será que eu poderia ir ver minha filha no hospital?
- Ok, mas fique ciente que qualquer movimento em falso eu te expulso a pontapés
- É justo.
P.o.v Beatris
  Eu estava em meu canto especial quando vi a Bia vindo em minha direção sorrindo e que sorriso ela tem, só reparei no que me dizia na segunda vez que disse:
- Levou uma bronca e tanto das meninas não é mesmo?
- Você viu a bronca?
- Escutei tudo e concordo com elas, você tem que denunciar o que ele fez contigo.
- Quando eu sair do hospital eu resolvo isso.
- Está bem, mas estou de olho em você senhorita Beatris.
- Se está me chamando pelo nome, é melhor me comportar.
- É bom mesmo Pimentinha.
  O sonho de repente mudou e eu me via olhando a lua e as estrelas, como sempre fazia todas as noites, estava tão distraída olhando para cima que não percebi a presença de uma garota me observando ao longe, só a percebi quando veio falar comigo:
- Boa noite, eu me chamo Beatris e você como se chama?
- Boa noite, me chamo Bianca muito prazer.
- O prazer é todo meu.
- Por que estava escondida?
- Você se encontrava tão concentrada olhando para o céu que não quis te importunar.
- Que isso, você não atrapalha.
- Posso me sentar ao seu lado?
- Claro que pode, será um prazer ter você aqui comigo.
Me sentei ao lado dela e passamos horas conversando amenidades, acabamos adormecendo ali mesmo, já amanhecia quando a vi dormindo tão serena, a despertei com um beijo no rosto e disse:
- Nos duas adormecemos, não acha melhor irmos para casa?
- Verdade, minha mãe vai me matar se eu não chegar em casa logo.
- Se quiser te levo a cavalo até sua residência.
- Você faria isso por mim?
- Claro, assim passarei um tempinho a mais com você.
- Assim ficarei envergonhada.
- Você fica linda assim sabia?
  Mal consegui olhar para ela de tão acanhada que eu estava, para disfarçar disse:
- Vamos?
- Claro.
  A ajudei a subir em meu cavalo, assim que estávamos prontas, fomos seguindo até a casa dela, chegando lá a puxei para um lugar reservado para fazer o que eu mais ansiava desde que a conheci, nossos lábios estavam praticamente grudados e eu a beijei ternamente mostrando o que o que sinto é sincero, me despedi com um beijo em seu rosto e seguimos nossos caminhos sem que ninguém percebesse o que houve.
  Acordei e olhei ao redor e vi as meninas encolhidas no sofá adormecidas, a única que me ouviu chamando foi a Fe e ela me perguntou:
- Como você está Pimentinha?
- Estou me sentindo bem melhor, tomara que eu receba alta hoje.
- Só o médico poderá te dizer.
- Chama logo ele então, quero sair dessa cama.
- Espere um pouco que já vou chama – lo.
- Ta bom.
  Assim que o doutor entrou no quarto me perguntou:
-  Como está se sentindo Beatris?
- Estou me sentindo muito bem,
- Nenhuma dor no corpo.
- Estou bem melhor, mas quando recebei alta?
- Daqui dois dias.
- Terei mesmo que esperar dois dias?
- Vai sim, até porque você acabou de sair do coma e te vejo de novo aqui.
- O que posso dizer tenho uma relação com o hospital.
- Vai ter de ficar de repouso senhorita.
- Está bem. – disse a contragosto.
- Quem mandou aprontar, agora tem que lidar com as consequências.
- Até você me dando bronca doutor?
- Claro, quem sabe assim você coloca um pouco de juízo na cabeça.
  O medico se despediu de mim e eu sorri, pelo visto a minha moral estava bem baixa por aqui, eu não podia negar que fui muito imprudente, mas o que eu devia fazer? Deixar aquele babaca do Rafael sair impune enquanto vejo a Bia toda machucada e saber que ele a estuprou me deixou possessa, mas não me arrependo do que eu fiz, sempre irei protege – lá independente do que possa acontecer comigo.