Acordei com o Sol batendo em meu rosto e continuei deitada com os olhos fechados por algum tempo, sentindo o cheiro de canela de Noah, que pensei que devia ter ficado na minha roupa, e lembrando de todos os passos da noite passada, mas não consegui lembrar de como havia chegado em casa.
Abri os olhos e me encontrei em uma cama que não era a minha, então percebi que eu não havia voltado para casa. Passei os olhos pela cabana e Noah não estava lá.
Então me lembrei de tudo: Na noite anterior, quando regressamos à cabana, ficamos deitados conversando. Provavelmente caímos no sono naquele momento.
Bebi um gole de um copo de água que estava na mesinha de cabeceira e me esforcei para manter a calma, mas foi em vão. Só conseguia me perguntar Como você pôde ser tão irresponsável, Elisabete? Não pensou em seu irmão quando passou a noite fora?
Estava pensando em tudo que podia ter acontecido com Carlinhos quando Noah entrou pela porta.
- Lizzy, não era para você acordar – Disse se aproximando e beijando minha cabeça – Fui comprar algumas coisas, era para você tomar café na cama.
- Eu posso voltar para a cama se você quiser – Brinquei, esquecendo as preocupações por um minuto.
- Não se preocupe – Ele tirava as compras das sacolas – Quando você dormiu eu liguei para a Nat e ela passou a noite com o Carlinhos.
- Você devia ter me acordado, Noah – Repreendi.
- Eu tentei – Disse, parando o que estava fazendo e olhando para mim – Você disse que se eu desse mais um pio seria expulso.
- Sério? - Indaguei.
- Não – Respondeu rindo – Mas você tava dormindo tão profundamente. Na verdade eu só percebi que você estava dormindo quando notei que estava falando sozinho.
- Meu dia ontem foi agitado – Disse.
- A noite também – Provocou – Sabia que você se mexe pra caramba quando está dormindo?
Revirei os olhos fazendo ele rir e sentei-me na cama.
Noah passou mais alguns minutos preparando algo no balcão e então trouxe meu café da manhã numa bandeja.
- Tô gostando do atendimento daqui – Declarei, apreciando as panquecas, suco de laranja e morangos frescos.
- Deveria vir mais vezes, então.
Noah se sentou ao meu lado e desfrutamos da refeição enquanto jogávamos conversa fora, até que ele me chamou para ir dar um mergulho. Eu respondi que não seria possível, já que eu não tinha roupa de banho lá.
- Eu também não – Respondeu com um meio sorriso.
* * *
- Olha para lá – Pedi, antes de tirar o vestido azul que usava desde a noite anterior.
- Que besteira – Disse, ficando de costas para mim – É a mesma coisa de te ver de biquíni.
Despi o vestido, ficando apenas com minha calcinha e sutiã brancos.
- Já posso olhar? - Perguntou enquanto eu prendia meu cabelo em um coque, sem obter resposta virou-se para mim.
- Noah! - Dei um chute na perna dele, fazendo-o se virar de volta – Eu não disse que podia olhar.
- Você não disse nada – Reclamou – Achei que já podia olhar.
- Eu estava distraída – Respondi – E por que você já poderia olhar se eu ainda não estou no mar?
- Posso olhar agora que já vi mesmo? – Perguntou mais uma vez e, mesmo sem poder ver, eu sabia que havia um sorriso em seus lábios.
- Se eu te deixar virar, você vai ficar quieto? - Questionei.
Noah, que só estava usando a calça jeans disse que sim. Permiti que ele virasse e, assim que ele ficou de frente para mim, tirou a calça num piscar de olhos e me tomou em seus braços agilmente.
- Noah! - Exclamei balançando as pernas – Me bota no chão agora!
- O quê? - Alterou a voz – Não tô te escutando – Então me colocou sobre um ombro, segurando-me pelas pernas.
- Me coloca no chão agora! - Ordenei, dando socos nas costas dele.
Noah correu para o mar, até que as ondas chegassem em seus joelhos, então me colocou no chão e passou os braços pela minha cintura.
- Você é um idiota – Sussurrei.
- Você é a mulher mais linda desse mundo – Sussurrou de volta.
Antes que eu respondesse, ele me puxou para uma parte mais funda, onde o mar era mais calmo.
Noah me deu um beijo que pareceu durar horas, quando foram apenas minutos. Quando se afastou, passou as mãos molhadas pelo meu cabelo e então me envolveu em um abraço apertado, enchendo meu coração com uma paz que eu nunca havia sentido antes.
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Ouro e Esmeralda
RomanceElisabete Oliveira é uma garota de 16 anos que mora em uma pequena cidade dividida entre a parte rica e a parte pobre. Pensando em seu irmão mais novo, sua única família, Elisabete aceita um emprego de uma das famílias mais ricas da cidade. Acredita...