Eu e Carlos ficamos no hospital até a quarta. Noah veio nos ver duas vezes por dia, Natália ligou inúmeras vezes e Mabi ligou algumas vezes, mesmo que Noah desse todas as notícias para ela.
Na noite da quarta, Noah nos levou para casa e ficou lá até que Carlinhos dormiu e eu tive que insistir para ele ir pra casa.
A Sra. Moscovis disse que eu só teria que voltar ao trabalho na segunda, mas sei que ela estava insatisfeita com a situação.
- Alice tá com saudades de você – Disse Noah, quando estava jantando comigo e Carlinhos na noite de sábado.
- Ela está se dando bem com a babá? - Perguntei.
- Não muito, ela prefere ficar comigo ou com a Mabi.
- Diga pra ela que logo estarei de volta.
- Ela já sabe disso – Ele sorriu –, ou você acha que em algum momento ela para de perguntar quando você vai voltar?
* * *
- Bete! - Gritou Alice, se jogando nos meus braços quando me viu.
- Alice! Senti sua falta, princesa – Dei um beijinho em seu rosto.
Em seguida, Almofadinhas veio me saudar no quintal, abandando o rabo e me lambendo.
- Quieto, garoto! - Disse Noah, vindo ao nosso encontro – Lizzy, você tá aqui.
- Sempre há a chance de você estar falando com um clone meu – Respondi, provocando uma risada suave nele.
- Vamos para dentro – Ele me guiou pelas costas e, quando Alice desatou a correr em direção ao seu quarto, depositou um beijo apressado em meus lábios – Senti falta de você.
- Você me viu ontem – Lembrei.
- Senti falta de você – Repetiu e seguiu para o jardim com seu cachorro.
Passei a tarde inteira com a Alice e ela só largou suas bonecas na hora do banho. Poucos minutos após minha chegada, Noah foi trabalhar e chegou quando eu estava indo embora.
- Liga para sua vizinha, você vai ter que buscar seu irmão um pouco mais tarde hoje – Disse, envolvendo minha cintura em seus braços.
- E posso saber o porquê? - Perguntei encostando minha testa em seu peito.
- Não, senhora – Respondeu com um sorriso no rosto.
- Então não será possível, senhor. - Disse me soltando de seus braços.
- Por favor! – Pediu fazendo beicinho.
- Aonde vamos? - Questionei.
- No quiosque da praia – Respondeu, indo em direção ao quarto – Onde está a Mabi?
- Acho que na cozinha. Vou chamá-la para nos acompanhar – Informei.
Em menos de 20 minutos, Noah tomou banho e nos encontrou na sala. Seu habitual cheiro de canela pairando sobre o ambiente.
- Vamos? - Perguntou Mabi, já se levantando.
Decidimos ir a pé, já que era uma caminhada curta. No meio do caminho, Noah passou o braço pelos meus ombros e beijou o topo da minha cabeça.
- Já estou arrependida de ter aceitado segurar vela pra vocês – Mabi revirou os olhos.
- Você não está segurando vela pra ninguém – Me afastei de Noah e entrelacei meu braço com o de Mabi.
Ela se inclinou para frente e mostrou a língua para Noah, que fingiu um olhar vingativo.
Logo chegamos ao destino, era um quiosque de pizza com algumas mesas de plástico distribuídas pelo calçadão. Mabi me puxou até uma mesa perto da barraca e sentou-se.
- Essa aqui é a nossa mesa de sempre.
- Vamos fazer o pedido? - Perguntou Noah, mudando de assunto.
Abri a boca para dizer que sim, mas fui interrompida:
- Bete! - Ouvi a voz de Nat chamando. Quando olhei para trás, avistei Nat e Joana em frente a nossa mesa.
- Nat? O que você tá fazendo aqui? - Perguntei
- Eu tava com a Jo e resolvemos vir comer uma pizza – Respondeu.
- Então você é a tão famosa Elisabete? - Questionou Joana, exibindo um sorriso de orelha a orelha.
- Estou famosa agora? - Indaguei
- Quase uma celebridade – Afirmou Joana, rindo.
- Sentem conosco – Disse Noah, levantando-se – Vou fazer o pedido.
- Jo, você nunca mais foi nos visitar – Reclamou Mabi e o semblante de Joana se fechou.
- Não quero esbarrar com o Vicente – Explicou, com dificuldade em pronunciar aquele nome.
- Então temos que marcar de ir em outro lugar – Declarou Noah – Nós cinco poderíamos dar uma saída de vez em quando.
- Noah e Mabi, que surpresa ver vocês por aqui – Brincou um atendente, colocando nossa pizza sobre a mesa.
Noah estava prestes a agradecer quando seu celular tocou:
- Alô... O que?! Vicente? - Sua expressão se tornou preocupada – Ok, chego em 10 minutos. - Ele guardou o celular no bolso e avisou:
- É o Vicente, tenho que ir agora. Lizzy, te mando mensagem mais tarde – Disse e saiu correndo do calçadão da praia.
Ficamos no quiosque por mais um tempo, até que eu precisei ir buscar Carlinhos, então Joana, que estava com seu carro, nos levou para casa. Nat, alegando que sentia falta dos velhos tempos, dormiu conosco.
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Ouro e Esmeralda
RomanceElisabete Oliveira é uma garota de 16 anos que mora em uma pequena cidade dividida entre a parte rica e a parte pobre. Pensando em seu irmão mais novo, sua única família, Elisabete aceita um emprego de uma das famílias mais ricas da cidade. Acredita...