Capítulo 20

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- Cheguei – Cantarolei, entrando em casa.

- Bete! - Exclamou Nat – Estávamos te esperando!

Joana e Nat estavam tomando café na mesa da cozinha e vieram correndo me receber.

- E então – Disse Nat – Como foi?

Estendi a minha mão que trazia o anel para responder e a expressão que tomou o rosto de Natália era indecifrável.

- Você ficou noiva? - Perguntou Joana, quase gritando.

- Não! - Respondi.

- Você está grávida? – Perguntou Nat ainda mais alto, ignorando minha resposta anterior.

- Claro que não! - Exclamei – Você sabe que eu não faria sem proteção!

- Então você fez?! - Questionou Nat, me olhando com os olhos enormes.

- Não, Natália! - Respondi – Por Deus, o que você botou no café dela hoje, Jo?

Joana riu e me guiou até a mesa.

- Então, conta como foi, Bete – Pediu.

Fizemos ligação de vídeo com a Mabi, para que eu contasse para todas de uma vez. Contei para elas como foi a noite anterior, deixando alguns detalhes de lado, e conversamos por mais meia hora, até que Nat, Joana e seu irmão foram embora.

Tomei um banho, eu e Carlos almoçamos e então o levei até o parque da cidade.

                                          * * *

Quando chegamos ao parque, não estava muito cheio e havia poucas crianças brincando. Nos sentamos embaixo de uma árvore e Carlos sacou um gibi para ler, enquanto eu lia um livro de suspense.

- Bete! - Ouvi a conhecida voz de Alice.

- Alice! Veio brincar aqui? - Perguntei. Ela confirmou e eu apresentei meu irmão a ela.

- Quem te trouxe aqui para brincar? - Quis saber. Ela não precisou responder, pois logo ouvi a voz do sujeito.

- Olá, Elisabete – Vicente tinha a aparência diferente do habitual. Sua expressão carrancuda havia sido trocada por um leve sorriso e ele parecia feliz – A Alice veio correndo quando te viu aqui.

- Oi, Vicente – Respondi, um pouco confusa.

- Foi bom te encontrar aqui, eu queria mesmo falar com você – Ele se sentou ao meu lado e sua irmã sentou-se em seu colo.

Os dois eram muito parecidos, os mesmos cabelos negros, a mesma pele pálida e os mesmos lábios rosados. Mas Alice carregava a covinha na bochecha esquerda que Noah tinha. O vestido rodado dela estava espalhado sobre as vestes sempre pretas de seu irmão.

- Pode falar – Disse.

- Eu sei que você deve me achar um idiota. Você não está errada, eu realmente sou, mas estou tentando mudar – Ele passava as mãos pelo cabelo o tempo todo, um hábito que eu já havia notado antes – Naquela vez que eu falei aquelas besteiras sobre você e o Noah... Eu estava errado, meu irmão realmente gosta de você. Na verdade eu não sei porquê eu disse aquilo. Eu sinto muito mesmo, espero que você possa me perdoar.

- São águas passadas, Vicente – Respondi – Eu te perdoo sim, estou vendo que você está tentando mudar.

- Obrigado, Elisabete – Ele exibia um sorriso sem jeito – Muito obrigado mesmo, você não sabe quanto isso significa para mim.

Vicente chamou Alice para ir embora e ela deu um beijo de despedida em mim.

                                            * * *

No dia seguinte, tive uma típica e entediante manhã de domingo. À tarde meu celular emitiu a notificação de uma mensagem de Noah.

Tem um cachorro na frente da sua casa.

Fui até a janela e me deparei com Almofadinhas andando pela frente da casa. Abri a porta e entrei com ele. Logo em seguida ouvi uma batida na porta.

- Você não pensou em procurar o dono dele? - Perguntou Noah.

- Preferi sequestrá-lo enquanto havia tempo – Respondi, deixando ele entrar.

- Vim chamar vocês para acampar comigo na minha casa – Disse Noah.

- Eu topo! - Exclamou Carlinhos, que estava brincando com o cachorro.

- E então, Lizzy? - Questionou com um sorriso de lado – Não vai ter ninguém lá em casa, minha mãe e meus irmãos foram visitar uma tia e só voltam no final da tarde de amanhã.

- Vamos ficar sozinhos naquela casa enorme? - Quis saber.

Noah disse que havia chamado Nat, Mabi, Joana e seu irmão, já que ele havia feito amizade com Carlos.

- Vou pegar algumas roupas e nós vamos – Avisei, fazendo Carlos pular do sofá ansioso e ir correndo para o quarto.

Pegamos algumas mudas de roupa e jogamos em uma mochila. Nesse meio tempo, Noah ligou para as meninas e elas disseram que iriam juntas no carro de Natália.

Ele nos levou até sua casa e levou nossa mochila para a sala da televisão. Carlos ficou o tempo todo colado em mim, até Gustavo, o irmão da Jo, chegar.

Mabi havia levado a garota que eu havia conhecido na cozinha, Larissa.

Passamos a tarde conversando, fizemos um bolo, escutamos música alta, jogamos jogos de tabuleiro, e fomos assistir a um filme. Todos queriam um filme de drama, exceto Joana e Mabi, que teimavam em dizer que deveríamos assistir um de ação. No fim, assistimos os dois.

Eram 18:00 quando pedimos uma pizza e fomos para a piscina. Carlinhos e Gustavo ficaram brincando dentro de casa.

- Nós vamos dormir aqui fora? - Perguntou Mabi.

- Até poderíamos, mas eu não tenho barracas – Respondeu Noah – Vamos nos distribuir pelos quartos.

- Eu e Larissa dormimos no meu quarto, lá embaixo – Disse Mabi.

Resolvemos que os meninos dormiriam no quarto de Alice e Joana e Nat ficariam em um dos quartos de hóspedes.

- E você, Lizzy? - Perguntou Nat, mas eu estava nadando para o outro lado da piscina e fingi não escutar. Noah deu alguma resposta e veio nadando atrás de mim, que já estava sentada na borda da piscina.

- Tá tudo bem? - Perguntou, sentando-se ao meu lado.

- Sim – Respondi – Só é um pouco estranho estar aqui. Não tô acostumada a estar nessa casa como visita.

- Pode ir se acostumando, Lizzy. Essa é a minha casa e você é minha namorada.

- Sou? - Não pude esconder um sorriso.

- É? - Perguntou rindo e então passou a mão pelos meus cabelos – Você quer ser minha namorada, Elisabete Oliveira?

- Vou pensar no seu caso, Noah Rodrigues – Respondi e ele se aproximou de mim para um beijo.

- Ah, e você vai dormir no meu quarto, né? - Perguntou quando se afastou.

Ouro e EsmeraldaOnde histórias criam vida. Descubra agora