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-- Hoje está mais frio do que o normal. -- Brunna  falou, se aconchegando mais nos braços de Ludmilla. Ela notou que sua namorada fitava Anita de longe e que provavelmente não ouvia nada do que ela falava. -- Ludmilla, está me ouvindo? -- Nenhuma resposta foi emitida e Brunna bufou. -- E então a médica me beijou a força.

-- O quê? -- Ludmilla perguntou apressadamente, fitando seriamente Brunna.

-- Viu só como não estava me ouvindo? -- Brunna disse fingindo irritação. Ludmilla suspirou e enlaçou um braço ao redor de Brunna, voltando a fitar Anita.

-- Desculpe, Buh, é que... -- Ela negou com a cabeça. -- Algo está errado. -- Observou.

-- Como assim? -- Brunna indagou.

-- Não sei explicar, mas conheço os passos de todo mundo aqui e Anita está agindo diferente hoje. -- Falou. -- Tomaremos banho juntas por precaução.

-- Não vejo problema nisso. -- Brunna disse, soltando um risinho malicioso,  porém o cessou quando viu que Ludmilla manteve o olhar em Anita. -- Vamos lá, me dê atenção, Lud... -- Brunna pediu, apoiando a testa no maxilar de sua namorada. -- Eu só tenho mais umas duas semanas aqui. -- Ludmilla voltou a fitá-la e sorriu de lado, assentindo.

-- Está vendo aquelas duas loiras com quem ela está falando? -- Ludmilla perguntou e Brunna assentiu. -- Foram presas por assassinato e são líderes de seus respectivos bandos.

-- Não foi uma delas que quebrou o nariz de Anita? -- Brunna perguntou reconhecendo.

-- Exato. Ela jamais perdoa alguém, a menos que ofereça algo bom. Ela nos olhou quatro vezes hoje e seu padrão é duas. -- Ludmilla apontou os fatos. -- Sinto cheiro de encrenca.

-- Não seja paranoica. -- Brunna disse, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Ludmilla. -- Você é a líder daqui. Está segura. -- Os olhos verdes a fitaram rapidamente.

-- Você se ouviu? -- Ludmilla indagou e Brunna assentiu. -- Bru, você sabe que eu... -- Limpou a garganta. -- Você sabe a verdade.

-- Sim, eu sei. O que tem?

-- Deveria saber que não estamos seguras de verdade. Eu sei lutar um pouco, porque aprendi, mas não é o suficiente.

-- Mas elas não sabem disso. -- Brunna disse, dando um beijo no rosto de Ludmilla.

-- Tenho medo de que te aconteça algo. -- Confessou.

-- Nada vai acontecer, Lud. Não pense nisso. -- Ela pediu, dando mais um beijo no rosto de Ludmilla, que fitou uma das loiras no exato momento onde voltava a lhe encarar.

-- Não sei. Algo está estranho. -- Ela avisou, jamais desviando o olhar da loira.

-- Você só está com medo porque me contou a verdade e agora acha que algo vai dar errado, mas não vai, meu amor. -- Ela disse, puxando o rosto de Ludmilla em sua direção para lhe dar um beijo manso.

Aquilo definitivamente abrandou o coração de Ludmilla.

-- Tem razão. -- Disse relaxando. -- Acho que estou exagerando.

-- Sim. Julia diria que você precisa de muito carinho para ficar calma. -- Brunna disse sorrindo e Ludmilla arqueou uma sobrancelha.

-- Ela diria ou você? -- Ludmilla perguntou rindo.

-- Ela, sua maliciosa. -- A menor contestou e Ludmilla sorriu genuinamente.

-- Como se sente sabendo que poderá abraçá-la em poucos dias?

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