•43•

1.5K 105 34
                                    


Brunna  se via absolutamente anestesiada e rendida ao poder da risada genuína de Ludmilla. Ela definitivamente adorava aquele som e saber que ele havia sido causado graças a ela apenas a fazia se sentir ainda mais abençoada. Sua ficha ainda não havia caído de que estava solta, tanto ela como Ludmilla.

-- E então... -- Ela começou. -- Que tal deixarmos os bichinhos aí, afinal já os alimentamos muito... -- Ela fez uma breve pausa para rir. -- E irmos nós duas comer, hm?

-- Parece uma boa ideia. -- Ludmilla replicou ao ouvir seu estômago roncar.

-- Ótimo, porque estou faminta e você também deve estar. -- Brunna disse, estendendo a mão no ar apenas para sentir Ludmilla entrelaçar seus dedos antes de começarem a caminhar.

-- Você já resolveu algo com sua irmã? -- Ludmilla indagou e Brunna deixou o ar se esvair de seus pulmões, negando.

-- Não, e ainda precisava resolver algo para a minha mãe hoje, mas quando descobri que você podia ser solta quis resolver isso logo. -- Ludmilla assentiu.

-- Obrigada por ter inteirado o dinheiro da minha fiança. -- Ludmilla pediu, fazendo Brunna lhe fitar culpada. -- Eu vou devolver o que completou, só preciso que espere eu arranjar algum trabalho. -- A menor mordeu seu lábio inferior e abriu a porta de seu carro, vendo Ludmilla dar a volta no veículo e entrar nele.

-- Precisamos conversar sobre isso. -- Brunna disse assim que entrou no carro e fechou a porta, se virando para Ludmilla. -- Eu paguei sua fiança completa. -- Disse de uma vez. Ludmilla  iria dizer algo, porém Brunna foi mais rápida. -- Larissa vai se casar e achei justo ela desfrutar com Paty , sabe? Então falei para ela usar o dinheiro para isso.

-- Certo. -- Ludmila disse piscando um pouco embaraçada. -- Eu devolveria a ela o dinheiro, então o que daria a ela eu te dou.

-- Não quero de volta esse dinheiro. -- Brunna disse e Ludmilla a fitou seriamente. -- Por favor, não vamos nos tornar aquele casal clichê onde a rica e a pobre se desentendem porque uma quer ajudar e a outra não deixa. -- Brunna pediu, se inclinando para depositar um beijo nos lábios de Ludmilla.

-- É porque sou eu no papel da pobre. Não é tão simples quanto parece. -- Ludmilla disse e Brunna riu baixinho, assentindo.

-- Eu sei, mas, amor, eu te amo e você me ama. Você acabou de sair da cadeia e ainda não trabalha, não quero que fique pensando em me devolver um dinheiro que usei em meu benefício também.

-- Em seu benefício? -- Ludmilla indagou e Brunna assentiu.

-- É claro. Eu não vou precisar ficar indo te visitar na prisão toda semana. Posso te ver sempre que der saudade. -- Ela disse e Ludmilla sorriu timidamente.

-- Certo, é só ir no endereço onde eu estiver. -- Ludmilla deduziu e Brunna mordeu o lábio inferior, fazendo Ludmilla arquear uma sobrancelha por sua expressão. -- O que foi?

-- Uh, sobre isso de endereço... -- Ela disse, adentrando uma mão nos próprios cabelos para os jogar para trás. -- Eu gostaria que você ficasse comigo no meu apartamento. -- Ludmilla arregalou os olhos de repente.

-- Bru...

-- Calma! -- Brunna pediu rindo. -- Não estou pedindo para pularmos um passo no nosso relacionamento, amor, não tenho pressa. -- Esclareceu
-- É só que... Larissa  vai se casar em poucos meses e vai morar com a Paty. Não sabemos quanto tempo você vai demorar para se estabilizar, então acho melhor que fique comigo e, olha, pode até dormir no quarto de hóspedes como prova de que estou falando sério. -- Disse rindo. -- Aí quando estiver em um
trabalho fixo e estabilizada você aluga algo para você e me larga de novo. -- Disse, fazendo um pequeno drama no final da frase, o que causou uma risada doce em Ludmilla.

-- Jura que não vou te atrapalhar? -- Ludmilla perguntou e Brunna assentiu.

-- Não fale bobagens, eu adoro ficar pertinho de você. -- Ela disse, dando mais um selinho em Ludmilla, que engoliu todo o seu orgulho antes de assentir.

-- Então eu aceito. -- Ludmilla disse, vendo Brunna socar o ar em uma comemoração silenciosa. -- Boba. -- Ela sussurrou, puxando Brunna para um beijo manso, algo que obviamente a garota não protestou. -- Mas viremos aqui outro dia para agradecer a ela e conversarmos um pouco. -- Sussurrou sobre os lábios de Brunna assim que terminaram de se beijar.

-- Combinado. -- A menor disse.

-- Além do mais meus livros e minhas coisas de lá ela vai me trazer. -- Ludmila falou e Brunna assentiu.

-- Ótimo, agora vamos comer e comprar algumas roupas para você. -- O sorriso de Ludmilla vacilou ligeiramente.

-- Bru...

-- Amor, você não tem roupas. -- Ludmilla sentiu seu rosto esquentar e afundou o mesmo na curva do pescoço de sua namorada.

-- Esse dinheiro pelo menos eu posso devolver mais para a frente? -- Pediu inalando o cheiro de Brunna, que assentiu lentamente.

-- Mas você sabe que não precisa, não é? -- Ela disse e Ludmilla assentiu, se ajustando no banco para voltar a fitá-la.

-- Mas eu me sentiria melhor se pudesse. -- Ela disse e Brunna assentiu. -- Começando por essa roupa que você me comprou. -- Apontou para a própria roupa do corpo. -- Quanto custou? -- Brunna entortou o rosto e negou com a cabeça.

-- Essa não vai contar.

--Você já aceitou. -- Brunna rebateu.

-- Quanto,Brunna? -- Ludmilla requeriu firmemente e Brunna mordiscou o lábio inferior.

-- Quanto custaria em um lugar normal? -- Brunna perguntou e Ludmilla riu.

-- Você pagou uma fortuna, não foi? -- Indagou e Brunna assentiu cautelosamente.

-- É mais e de tecido bom, ainda por cima o material de confecção não causa alergias na pele.

-- Brunna, pobre não tem alergia na pele por roupa barata. -- Ludmilla disse rindo e Brunna segurou em sua mão.

-- Desculpe. -- Pediu corando, porém ainda sorrindo.

-- Não se desculpe. Agora diga, quanto foi?

-- Não foi tão caro, digo... perto do que costumo, uh... -- Uma tosse seca foi proferida por ela, porém diante do olhar entediante e sério de Ludmilla ela bufou. -- Está bem,  setecentos dólares.

-- Brunna! -- Ludmilla vociferou. -- Alguém está te roubando nesse mundo. Setecentas pratas em uma camisa e uma calça?

-- Não reclame, tinha algumas com preços mais altos, mas sabia que você não iria aceitar.

-- E essa eu aceitaria?

-- Era a mais barata do lugar. -- Brunna se defendeu.

-- A mercadoria inclui seguro de vida? -- Ludmilla perguntou e Brunna a fitou confusa, fazendo Ludmilla suspirar antes de rir.

-- Olha, eu vou te ensinar uns lugares onde mesmo roupa boa pode ser barata, tudo bem? Você poderia ter encontrado por uns cento e cinquenta dólares e economizaria quinhentos e cinquenta pratas. -- Disse enlaçando os braços ao redor de Brunna.

-- Desde que você não brigue comigo por te comprar roupas eu aceito o que quiser. -- Brunna disse sorrindo.

-- Eu vou te devolver. -- Ludmilla alertou e Brunna riu.

-- Certo... Certo. -- Falou rindo, distribuindo pequenos beijos pelo rosto de Ludmilla. -- Agora vamos.

-- Meu estômago agradece a preferência. -- Ludmilla falou, fazendo Brunna rir e assentir, ligando o carro e colocando o cinto antes de

------------------------------------------------------------

-Qualquer dia eu falo o motivo de demorar tanto ora atualizar

presa por acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora