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Ludmilla endireitou sua postura e segurou uma mão de Brunna antes de assobiar alto, fazendo várias garotas correrem para trás dela.

-- Calma que não queremos briga. -- Angela, uma das três garotas, disse calmamente.

-- Não posso nem namorar tranquila que me incomodam. -- Ludmilla disse bufando. -- O que querem? -- Ela perguntou friamente.

-- Só viemos resolver algo aqui. Você conhece as leis daqui, Ludmilla. -- A loira disse, fazendo Ludmilla assentir. -- Beatrice disse que você roubou a garota dela.

Os olhos negros fitaram os castanhos de Anita seriamente, para segundos depois a garota explodir em uma risada debochada. Ela deixou um beijo no pescoço de Brunna e sussurrou em seu ouvido que se levantasse.

Assim que Brunna o fez Ludmilla desceu um degrau da mini-arquibancada, parando de frente para elas, tendo Brunna atrás de si, e umedeceu os lábios.

-- Desde quando Brunna já teve alguma coisa com a ratazana azul? -- Ludmilla perguntou, vendo Anita alisar seus cabelos pretos. -- Brunna nunca teve nada com ela.

-- Porque fui para a detenção. -- Anita reclamou e Ludmilla desceu mais um degrau, ficando cara a cara com Anita.

-- Você iria estuprar a minha garota. Acho que a errada dessa merda é você. -- Ludmilla disse, cerrando os punhos.

-- Ela não era a sua garota. -- Anita rebateu.

-- Foda-se! Você iria transar com ela a força. Isso é contra as malditas regras!

-- Todas fazem isso aqui. -- Anita replicou e Ludmilla riu com escárnio.

-- É por isso que eu não gosto de dirigir a porra da palavra a você, porque é uma maldita estúpida. -- Ludmilla disse irritada.

-- Elas trocam favores. Se as garotas aceitam proteção em troca de dar sexo, o problema é delas, não estão sendo obrigadas, mas Brunna jamais aceitou nada disso.

-- Quem te garante que não? -- Anita indagou e Ludmilla trincou o maxilar.

-- Que garota em sã consciência ficaria com você, sendo que sabe que eu tenho interesse nela? -- Ludmilla perguntou e Anita a fuzilou com os olhos.

-- O que...

-- Desde o primeiro dia que vi aquela garota eu coloquei meus olhos nela e falei com ela, não tenho culpa se ela demorou um dia para se decidir. -- Ludmilla continuou. -- Então acho bom vocês quatro sumirem da minha frente, porque não estou nada contente em me lembrar que essa filha de uma puta... -- Ludmilla apontou para Anita -- Está de olho em Brunna.

-- Você a forçou, Anita? -- Uma das garotas questionou e a mulher suspirou. -- Responda, desgraçada! -- Ela elevou a voz, segurando o maxilar da mulher antes de apertar com força. -- Você me fez perder o maldito tempo sendo que você é a errada?

Lauren sentiu o corpo delicado lhe abraçar por trás e sabia que era por medo de sangue começar a rolar. A maior suspirou e se virou ligeiramente, passando um braço pela cintura de Camila.

-- Estamos bem. -- Ludmilla sussurrou no ouvido de Brunna e a menor assentiu, ainda assustada. Seu mundo era de segurança, riqueza, pessoas civilizadas, dinheiro e, bem, mais dinheiro.

E Ludmilla sabia disso.

Por isso, quando sentiu Brunna se aconchegar mais em seu abraço, soube que aquilo não era para ela, aquela vida não pertencia àquela garota. Ludmilla só queria que ela não tivesse medo.

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