•45•

604 49 9
                                    

Ludmilla se remexeu na cama ao sentir o peso sobre seu peito, fazendo-a sorrir lentamente antes mesmo de abrir os olhos. Ela se ajeitou cuidadosamente ali, trazendo Brunna para uma posição mais confortável antes de seus dedos ternamente começarem a brincar com os cabelos que cobriam as costas da menor.

O ambiente estava frio ali dentro devido ao ar-condicionado que Brunna
ligara durante a madrugada. Fora dali fazia calor, porém Ludmilla não poderia saber disso, afinal estava acomodada sobre a cama com sua namorada enquanto seu queixo quase batia.

Sua mente vagou para a prisão e um suspiro de alívio a dominou. Assim que Larissa avisou a ela que ela ficaria livre, uma das primeiras coisas que fez foi falar com Angela, a loira que havia quebrado o nariz da Anita.

Ludmilla havia oferecido o posto de líder à Scar, porém a garota alegou ser um cargo perigoso e muito visado. Ela estava em busca de paz e ser a líder provavelmente poderia trazer o oposto.

Angela aceitou o posto facilmente e Ludmilla não poderia se ver mais tranquila quanto a isso. A garota havia assassinado alguém? Sim, porém Ludmilla não estava escolhendo um cordeiro para ser a líder, ela estava escolhendo alguém que tivesse voz firme e que se importasse com as detentas. Angela se importava.

A garota sempre buscava o melhor para todas e não tinha vergonha de pedir desculpas quando errava. Era um ato nobre, deixando Ludmilla tranquila em relação à Paty ali dentro, afinal Angela não gostava de injustiças.

Se Anita fosse a líder aconteceria o total oposto disso. A garota promoveria a guerra e o medo e, definitivamente, Ludmilla não queria isso. Ter escolhido Angela trouxe paz para ela tanto por Dinah quanto pelas outras detentas.

Seus pensamentos foram interrompidos ao sentir um beijo suave sobre a pele de seu pescoço, fazendo-a se arrepiar instantaneamente. Ela sentiu Brunna sorrir contra sua pele ao notar aquilo e uma enorme felicidade inundou seu ser ao cair em percepção do quão abençoada ela estava sendo em sua segunda chance fora da prisão.

-- Bom dia, meu amor! -- Brunna disse animadamente, erguendo o rosto para fitá-la, ainda sorrindo.

-- Bom dia! -- Ludmilla respondeu gentilmente. -- Parece que alguém acordou de bom humor, hm? -- Indagou rindo baixinho, sentindo Brunna  cobrir seus lábios com os dela em um beijo casto.

-- Sim. -- A menor respondeu mansamente com o sorriso ainda em seu rosto.

-- Algum motivo especial? -- Ludmilla questionou arqueando uma sobrancelha.

-- Acordar ao seu lado sempre vai ser um motivo para eu acordar de bom humor. -- Brunna esclareceu, fazendo a maior sentir seu coração inteiro se derreter ao ouvir aquilo.

-- Argh! Você me deixa fraca, sabia? -- Ela disse, vendo Brunna sorrir ainda mais amplamente, se inclinando para lhe dar mais um selinho.

-- Ah é? -- Brunna indagou sorridente contra os lábios de sua namorada, vendo Ludmilla assentir. -- Então estamos quites. -- Replicou rindo genuinamente. -- Eu adoraria ficar aqui com você te enfraquecendo assim, mas eu preciso ir tomar um banho para ir trabalhar. -- Brunna falou, colocando um pequeno bico adorável em seus lábios antes de dar um último selinho em Ludmilla e se levantar.

-- Você vai tomar café comigo ou não vai dar tempo? -- Ludmilla perguntou se sentando na cama.

-- Vou sim. -- Brunna respondeu, parando na porta para fitar Ludmilla. -- Só vou tomar um banho rápido, tudo bem? -- Ludmilla assentiu lentamente.

-- Eu, uh... Posso tomar um também? -- A maior perguntou levemente constrangida.

-- Amor, quero que se sinta em casa. -- Brunna falou entortando o canto dos lábios. -- Então não precisa pedir coisas assim, está bem? -- Ludmilla voltou a assentir, ganhando um sorriso de Brunna.

presa por acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora