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Obrigada a todos que desejaram melhoras, vocês são uns amores. 😍❤

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Conforme cada página era engolida pelo cérebro de Brunna, Ludmilla assistia cada reação da menor, que estava deitada em sua cama enquanto Ludmilla estava apoiada na grade do lado de fora, vendo o movimento dos corredores e, disfarçadamente, admirando Brunna.

Um riso gracioso chamou a atenção de Ludmilla, que até tentou ignorar, mas não conseguiu.

-- O que está lendo? -- Ludmilla perguntou e Brunna abaixou o livro e ergueu a vista para Ludmilla, vendo-a de braços cruzados do lado de fora.

-- Uma comédia romântica. -- Brunna disse e Ludmilla assentiu. A menor percebeu que Ludmilla iria dizer algo, porém fechou a boca sem proferir palavra alguma. -- Já leu esse? -- Ela perguntou, erguendo o livro para Ludmilla ver a capa alaranjada e amarelada, onde continha duas mulheres.

-- Já li todos eles. Esta semana chega mais livros que pedi. -- Ludmilla falou e Brunna assentiu.

-- Posso pedir alguns também. Só preciso esperar minha irmã vir me visitar. -- Brunna disse e Ludmilla deu um passo para dentro da cela.

-- Ela ainda não veio te ver ou estou enganada?

-- Veio no dia que cheguei, mas ela anda ocupada com algumas coisas  importantes. -- Brunna disse, colocando o marcador de páginas no livro antes de fechá-lo.

-- Quanto tempo você, uh, pegou? Você disse à médica que não pode ter a pena reduzida. -- Ludmilla falou, entrando de vez na cela antes de encostar na parede, parando de frente para Brunna.

-- Vinte e dois anos. -- Brunna disse, vendo Ludmilla arregalar os olhos. -- E você?

-- Não te in...

-- Para com isso. -- Brunna pediu, vendo os olhos verdes a encararem após terem fitado o chão. -- Está claro que você quer conversar comigo e se aproximar. Eu não sei por qual razão você precisa tentar manter sua pose de durona, mas comigo isso realmente não está funcionando. -- Ludmilla bufou.

-- Não é uma pose. -- Ludmilla falou e Brunna riu baixinho.

-- Tudo bem, mas mesmo que você seja assim, comigo não está funcionando. Está ficando vergonhoso você tentar me evitar, mas sempre puxar assunto.

-- Eu não sei por que eu ainda ouço o que você diz. -- Ludmilla reclamou e Brunna riu, levantando rapidamente da cama para prender os dois braços ao redor de Ludmilla, impedindo que ela voltasse a sair.

-- Não precisamos ser amigas, se é isso que teme, porém tampouco precisamos ser duas desconhecidas, Ludmilla. -- Brunna falou e Ludmilla olhou para os braços magros ao seu redor.

-- Você realmente não tem medo de mim, não é? -- Ludmilla perguntou com o músculo do maxilar enrijecido e Brunna sorriu.

-- Às vezes, mas cuidando de mim e se preocupando comigo do jeito que você faz fica difícil manter em mente que preciso ter medo de você. -- Ludmilla suspirou e a fitou.

-- Só senti pena de uma pobre coitada que seria vítima de Anita. -- Ludmilla disse e Brunna sorriu. Qual era o problema dela que, não importava o que Ludmilla falava, sempre sorria?

-- Você se preocupou mais cedo com a minha alimentação, Oliveira. Você realmente precisa melhorar seus argumentos. -- Brunna disse e Ludmilla  a empurrou.

-- Eu não preciso melhorar porra nenhuma. -- Ludmilla disse exasperada e Brunna encolheu os ombros.

-- Como quiser. -- Brunna falou, voltando a se deitar em sua cama e retornando para  sua leitura. Os olhos verdes fitaram a decepção estampada no rosto da menor e logo ela bufou.

-- Não precisamos ser amigas se conversarmos? -- Ludmilla perguntou e Brunna a fitou.

-- Não quero mais conversar com você. -- Brunna disse, voltando a olhar para o livro.

-- Por quê? Você queria até trinta segundos atrás. -- Ludmilla disse confusa.

-- Você precisa aprender que nem tudo é como você quer. -- Brunna rebateu e Ludmilla bufou.

-- Eu não sei porque perco o meu tempo com você. -- Ludmilla disse bufando, saindo da cela novamente e voltando a cruzar os braços.

Brunna se escondeu atrás do livro apenas para sorrir. Decifrar Ludmilla era fácil demais e, em apenas alguns dias, ela não entendia como todas as detentas temiam aquela garota.

Ela viu como a maior bufava a cada cinco segundos e sabia que estava com seu ego ferido, então fez algo para a outra restabelecer a paz interior.

-- Ludmilla? -- Brunna chamou e a garota colocou a cabeça para dentro da cela. -- Está entediada?

-- Por qual outra razão eu teria puxado assunto com você? -- Ludmilla disse e Brunna sorriu. A resposta grossa já era imaginada.

-- Quer ler comigo? -- Brunna perguntou e Lauren piscou lentamente, cética. -- Já disse, não seremos amigas. -- Falou, deitando mais para o canto e Ludmilla assentiu, se deitando ao seu lado.

-- Em qual parte está? -- Ludmilla perguntou.

-- Na parte onde o meninão é descoberto pelas amigas da protagonista. -- Brunna disse e Ludmilla riu.

-- Eu adoro esse livro. -- Ela disse e Brunna se permitiu contemplar sua beleza de perto. Não foi uma olhada de soslaio, foi uma olhada daquelas que deixam bem claro para você que está sendo observada. 

-- Não vai mesmo me dizer quanto tempo pegou? -- A menor perguntou e Ludmilla a fitou.

-- Sempre insistente assim? -- Brunna sorriu e aquiesceu.

-- Sempre. -- Respondeu sorrindo e Ludmilla bufou.

-- Sete anos, mas já cumpri três e por bom comportamento já reduzi mais dois. -- Brunna sorriu ainds mais e se virou de lado, ficando de frente para a maior.

-- Bom comportamento, hm? -- Brunna perguntou provocando enquanto o sorriso enfeitava seus lábios. -- Não estou surpresa.

-- Não está? -- Ludmilla perguntou surpresa e Brunna meneou a cabeça.

-- Não. Eu não sei por que as garotas temem você, mas já percebi que você é boa.

-- Ninguém nunca ousou cruzar o meu caminho aqui dentro para eu provar o contrário. -- Ludmilla disse friamente e Brunnaa sorriu com a língua entre os dentes.

-- Eu ousei. -- Brunna disse rindo baixinho.

-- Te desafio o tempo inteiro, não percebeu? E ainda assim você não fez nada.

-- Talvez eu não queira fazer nada. -- Ludmilla falou e Brunna fitou seus lábios. Deveria ser delicioso beijar aquela boca.

-- É nisso que eu queria chegar. -- Brunna disse, fitando-a. -- Por que comigo é diferente? -- Ludmilla se obrigou a fitar apenas seus olhos, porém a forma como os olhos de Brunna estavam fixos em seus lábios não estava ajudando muito em sua concentração. A maior suspirou rendida e começou:

-- Você me ajudou... -- O barulho de um cassetete atingindo as grades atraiu a atenção de ambas.

-- Gonçalves , você disse que iria à enfermaria e já está quase na hora das celas se fecharem. Então vá. -- Uma policial loira requisitou e Brunna assentiu.

-- Me conta depois? -- Brunna sussurrou e Ludmilla negou, se levantando.

-- Não tenho nada para contar.

-- Ludmilla! -- Brunna disse e Ludmilla cruzou os braços.

-- Estão te esperando. -- Ela disse e Brunna bufou, mas deixou o livro sobre a cama e saiu.

Ludmilla iria lhe contar, droga! Mas apesar de Ludmilla ter mudado de ideia em relação a dizer, Brunna não desistiria fácil.

presa por acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora