dezoito

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um dia para a lua cheia

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um dia para a lua cheia

Os passos de Jake soavam atrás de mim enquanto eu avançava pelo caminho desconhecido, iluminando-o com a lanterna. Minhas botas estalavam sobre o chão úmido de pedra. As paredes do corredor estreito ao nosso redor eram feitas do mesmo material decrépito. Eu me sentia em um castelo medieval abandonado há muito tempo. A corrente de ar gélida que dançava entre nós parecia diferente. Algo sobrenatural. Espalhava calafrios por meu tronco sempre que encostava em minha pele morna exposta das bochechas.

— Esse lugar me dá uma sensação ruim — Jake murmurou atrás de mim. — Ainda podemos voltar, Marjorie. Ainda há tempo de desistir.

— Você também queria entrar aqui, lembra? — eu disse, achando graça da preocupação presente em seu tom de voz. Era bonitinho que ele tentasse me fazer recuar.

— Queria. Mas sem você. Sem saber que você poderia estar... em risco.

Antes que eu pudesse continuar com a nossa conversa, o corredor se partiu a nossa frente em três caminhos. Mais dois trajetos a serem seguidos. Vi a sombra de Jake parar ao meu lado. Ele inspirou. Expirou. Ficou alguns momentos paralisado e eu continuei em silêncio, deixando-o que sentisse o interior do lugar vibrar em seu corpo. Deixando-o que captasse com os sentidos sobrenaturais o que uma garota comum como eu não conseguiria.

— Sinto algo estremecer dali. — Ele apontou para a esquerda, o corredor silencioso banhado pela escuridão não emitia um único estalo. — E aqui... — Ele inclinou o queixo em direção ao trajeto do meio, onde minha lanterna apontava. — Não sei explicar, mas... Me sinto observado.

Um arrepio atravessou meu corpo. Me aproximei de Jake instantaneamente.

— Você está falando sério? — indaguei, meu coração começando a bater mais forte.

— Estou, Marjorie. — Ele passou um dos braços sobre meus ombros, puxando-me contra seu peitoral. — O que acha de sairmos daqui, irmos para uma parte legal da floresta e nos sentarmos no capô da picape enquanto assistimos os astros no céu? E aí nós vamos nos beijar e depois vou levar você para casa. — Ele soprou as palavras contra meus lábios e eu quase derreti, mas me lembrei que ele estava tentando me manipular. — E amanhã, quando você acordar...

— Você vai vir até minha porta devolver algo meu. Provavelmente minha pulseira, algo que esqueci com você — o cortei, fitando-o nos olhos, sem ousar desviar o olhar para longe. Espalmei minhas mãos sobre sua jaqueta, ajeitando o colarinho. Jake estremeceu. Deslizei minhas palmas sobre sua camiseta. Continuei: — Vou ficar feliz em te ver... — meu tom de voz continuava baixo e brando, até que foi endurecendo. — Vou tentar conversar com você. E você vai ser um otário e me empurrar para longe — terminei secamente.

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