nove

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  O motor da Noite Estrelada — o nome que eu havia dado para minha moto — parou de funcionar no meio de uma estrada, enquanto eu corria até que o velocímetro disparasse para números absurdos

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  O motor da Noite Estrelada — o nome que eu havia dado para minha moto — parou de funcionar no meio de uma estrada, enquanto eu corria até que o velocímetro disparasse para números absurdos. Foi decepcionante conforme a velocidade diminuía e eu observava a paisagem dos pinheiros correr lentamente ao meu redor. Até que parei completamente, num acostamento.

A estrada estava vazia e era pouco mais de três horas da tarde de uma terça-feira. O sol brilhava no topo do céu, fazendo com que ficasse abafado demais dentro de minha jaqueta de couro. Abri o zíper e joguei-a sobre o banco estofado de Noite Estrelada. Não sabia o que poderia estar acontecendo com a minha garota já que eu a checava quase todos finais de semana e ela foi restaurada havia menos de um mês.

Depois de dar uma olhada nos escapamentos, não encontrando nada que pudesse estar fora do lugar ou errado, me levantei, tirando o celular do bolso e enviando uma mensagem para Keac. Eu estava um pouco próximo dos limites de Gracefall. O que significava que estava longe de casa. Uma hora de distância ou até mais.

Meu celular bipou um momento depois.

Estou checando o Jim agora. Pede carona pro Adam.

Era claro. Meu irmão mais velho, Keac, sempre tentava bancar o super herói. Desde que ficamos sabendo da existência de um homem — lobo como nós, só que sem um bando — que tinha um irmão mais novo chamado Jim que estava em seu primeiro ano de transformações, ele foi correndo prestar socorros, por mais que Adam e eu tivéssemos desaprovado. Ainda mais depois que soube que Destiny tinha tido contato com ele alguns anos atrás, parecia que meu irmão sempre buscava um jeito de tentar se aproximar dela, mesmo estando morta. De qualquer forma, não era da nossa conta e aquilo poderia nos expor. Era arriscado. Mas, como eu disse, Keac era o mais bonzinho dentre nós três, talvez até um pouco demais.

Enviei uma mensagem para Adam.

Noite Estrelada parou de funcionar do nada. Preciso de uma carona.

Mandei a minha localização em tempo real também. Ele respondeu um "Beleza" alguns momentos mais tarde e eu fiquei parado na estrada com cara de paisagem, sentado sobre o asfalto enquanto esperava por meu irmão. Ele chegou em cerca de uma hora e meia, com a picape. Adam desceu do carro e me lançou um olhar indecifrável.

— Vamos. Levanta essa bunda daí e me ajuda a colocar a sua moto superestimada na picape.

— Ela não é superestimada, seu babaca. Só está um pouco cansada. — Eu alisei o banco de couro da Noite Estrelada, apenas para provocá-lo e acrescentei um "Não é, garota?" de brincadeira.

— Nossa, você tem problemas, cara. — Ele fez aquela expressão de reprovação sempre que me via idolatrando minha moto. — Precisa arranjar garotas de verdade.

— Estou bem com a Noite Estrelada. Ela é o suficiente.

Eu segurei a parte de trás da moto enquanto Adam a ergueu pela roda da frente. Usamos ambas mãos, forçando a motocicleta para cima e empurrando-a para dentro da caçamba. Colocamos na diagonal para que coubesse. A Harley era um pouco mais longa que algumas motos. Quando terminamos, esfreguei as palmas contra minhas jeans, limpando a sujeira.

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