quinze

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4 dias para a lua cheia

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4 dias para a lua cheia

   A porta se fechou atrás de mim com força exagerada, estremecendo as paredes da minha casa, os quadros que ficavam pendurados no hall quase caíram no chão e eu ouvi meus irmãos lá embaixo, no nosso porão. Comecei a andar até lá. Desci as escadas, encontrei-os no tatame. Enrolei as faixas de proteção em minhas mãos em silêncio, sentindo seus olhares queimarem sobre mim.

— Entrou na TPM, Jake? Vai destruir a porta da nossa casa? — Adam questionou, a voz cheia de diversão.

Keac riu.

— Vou destruir o seu rosto — resmunguei, irritado.

Marjorie era o meu pesadelo. Além da maldição, tinha que lidar com seus um metro e sessenta e poucos de curiosidade e temperamento difícil. E tinha o toque dela. Maldito fosse. O toque dela queimava, machucava, doía, mas nem sempre, só em algumas vezes. E ela percebeu que havia algo de errado e quis insistir. Fiquei irritado comigo mesmo por ter sido um idiota por deixá-la chegar perto demais. Idiota por tê-la beijado. E então fui um idiota elevado a três quando a tratei daquela maneira, na floresta.

— Ele realmente está puto — Keac resmungou, um sorriso brincando nos lábios.

— É por causa da Marjorie — Adam presumiu, fazendo-me fitá-lo com questionamento. — Eu sinto o cheiro dela em você, irmãozinho. — Sorriu de forma sacana. — É doce. Não aquele doce enjoativo das outras garotas da cidade que parecem jogar o frasco inteiro de perfume no corpo, é bem suave... — Ele fez uma pausa, as íris fixas em mim. — Como aquela flor...

Andei até ele, as mandíbulas travadas e as mãos cerradas em punhos. O lobo estava cada vez mais presente em mim enquanto a lua cheia estava tão próxima do que nunca. A visita que fiz até a casa de Marjorie não ajudava. E Adam descrevendo o cheiro dela, sentindo-a, me deixava maluco. Deixava o lobo maluco. E eu não conseguia contê-lo bem. Não o bastante para não agir feito um imbecil possessivo neste momento, pelo visto.

— Jasmim — Adam esclareceu, dois palmos de distância entre nós. — Ela cheira a jasmim, e talvez um toque de baunilha...

Resisti ao impulso de acertá-lo no rosto com meu punho e recuei até um dos sacos de areia.

— Foi por pouco. — Ouvi Keac dizer, atrás de mim. — Você teria levado uma surra, Adam.

— Só queria provocar o pirralho.

Comecei a socar o saco, cada soco mais intenso que o anterior. A fúria correndo por meu corpo; meu tronco, meus braços e punhos. As descargas de força faziam as correntes que penduravam o equipamento estremecerem, como se pudessem partir ao meio a qualquer momento.

— Você conseguiu. Vê como ele está puto? — Keac continuou a conversar como se eu não estivesse ali.

— Ele sempre está excitado ou puto quando falamos da Marjorie.

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