dezesseis

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3 dias para a lua cheia

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3 dias para a lua cheia

1/3 maratona, certifique-se de não pular capítulos

seguinte, vou estabelecer metas pra ir soltando os capítulos. então quando esse aqui chegar a 300 estrelinhas e 600 comentários teremos o próximo ;)

   Eu estava sentada atrás do balcão do Fortuity, os cotovelos apoiados sobre o tampo de madeira e levemente debruçada para frente, inclinada sobre um rascunho da faculdade de Moda. Eu projetava uma jeans enquanto a livraria continuava vazia. Era um dos motivos de eu gostar tanto de trabalhar ali. Eu só precisava atender três ou quatro clientes por dia e fazia meio período. Tinha o bônus de que a grana era boa.

No meio do esboço, acabei desenhando um par de íris neons na parte superior da folha. Tirei um pedaço de giz pastel azul do meu estojo e colori os orbes. Depois me xinguei mentalmente por me distrair e pintar os olhos dele. Talvez fossem hipnotizantes demais para que eu conseguisse os ignorar, talvez eu só fosse burra. Não sabia dizer ao certo.

Me endireitei na cadeira quando o sininho no topo da porta tilintou. Tirei o material de desenho do balcão, guardando-os na prateleira abaixo dele. Ergui meus olhos, encontrando uma figura feminina. Ela usava um lenço vermelho sobre os cabelos pretos e lisos. Um vestido longo e estampado. Os dedos estavam cheios de anéis, os braços adornados por conjuntos de pulseiras prateadas e carregava um brinco longo de pena em uma das orelhas.

Ela parecia exalar Gracefall: o ar misterioso, os olhos escuros como obsidianas que pareciam esconder segredos e o sorriso malicioso e afiado que despontava em seus lábios. Era a primeira vez que eu a via por ali.

— Oi. Como posso ajudá-la? — eu disse, certificando-me de sorrir. Havia algo nela que era acolhedor.

— Estou procurando por um livro. — Ela apoiou as mãos no balcão. As íris dela esquadrinharam meu rosto lentamente. — É de magia, magia antiga, se é que me entende — ela sussurrou, o sorriso se alargando e eu engoli em seco, piscando.

— Magia? Eu não...

— Ora, vamos lá — ela me cortou, abanando umas das mãos no ar. — Eu consigo sentir que você sabe mais que as outras pessoas por aqui. Você é... — Ela tombou a cabeça levemente para o lado, levando alguns segundos para completar: — Especial.

— Como você consegue saber disso tudo? — indaguei, desconfiada.

— Eu sou vidente. — Ela deu de ombros. — Você acredita em videntes, não acredita? — Arqueou uma das sobrancelhas bem-feitas em minha direção.

BreatheOnde histórias criam vida. Descubra agora