doze

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   A maçã direita de meu rosto doía, meus músculos protestavam enquanto eu continuava me esquivando da sequência de socos que Suzanna tentava acertar em meu rosto

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   A maçã direita de meu rosto doía, meus músculos protestavam enquanto eu continuava me esquivando da sequência de socos que Suzanna tentava acertar em meu rosto. Era como se ela fosse uma máquina mortífera empenhada a me degolar enquanto eu tentava, inutilmente, me manter firme para provar algo a ela — talvez que eu não fosse tão molenga quanto ela pensasse que fosse. Quando seu punho acertou meu queixo e minha cabeça foi lançada bruscamente para trás, o gosto metálico invadindo minha boca, eu pedi uma "pausa".

Suzanna, por mais que não passasse dos 1,55 de altura, era letal.

— Droga — resmunguei, movendo o maxilar para frente e para trás, checando se não havia fraturado nada. Passei os dedos por minha bochecha, machucada pelo último soco que ela havia acertado em meu rosto.

Suzanna rolou os olhos e pegou uma garrafa de água que havia trazido em sua bolsa. Nós estávamos atrás de minha casa, ao ar livre. Eu apoiei minhas mãos em meus joelhos, curvando-me para frente e inspirando e expirando profundamente.

— Não quero mais treinar — soltei, entre uma lufada e outra de ar.

— Só se passaram dez minutos.

Em dez minutos eu tinha levado dois socos e sentia-me como se fosse despedaçar.

— Acho que por hoje já está bom — insisti, ofegando. — Podemos continuar amanhã pela manhã, o que acha? Tenho uma festa para ir hoje à noite. Vou às compras com uma amiga de tarde...

Suzanna não disse nada quando pegou sua bolsa e se afastou, dando-me as costas. Observei a frente de meu top esportivo, suado e grudado à pele. Aquela definitivamente não era a forma que eu gostaria de passar meu sábado. Entrando em casa, tomei um banho e vesti uma roupa qualquer, não me importando muito.

Mandei uma mensagem para Lindsay avisando que já podíamos sair por Gracefall em busca de roupas novas. Como meu pai não estava em casa — nenhuma novidade — não tive interrupções quando Lindy estacionou o carro (se é que dava para chamar de carro) em frente o chalé alguns momentos mais tarde.

Fiz uma corrida até a porta do passageiro, puxando a maçaneta e deslizando para o banco estofado. O interior cheirava o perfume de Lindsay e alguma fritura açucarada. Ela baixou o som do rádio, me fitando através de seus óculos de sol.

— Vai fazer um calor do inferno hoje — ela murmurou, voltando-se para o painel enquanto eu colocava o cinto de segurança. 

Na hora de ajeitar meus pés no assoalho do carro, meus tênis acabaram esbarrando em uma caixa retangular e grande, cor-de-rosa. Arqueando as sobrancelhas, me curvei para alcançá-la, pousando-a em meu colo. Abri a tampa e observei os donuts. Ah, lá estava, o aroma dos deuses. Inspirei, pegando um com cobertura de morango e dando uma mordida.

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