vinte

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lua cheia

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lua cheia

Na manhã do dia seguinte, logo quando os primeiros raios solares despontaram no horizonte, eu e meus dois irmãos já estávamos de pé. Adam tinha passado a noite fora e eu suspeitava que ele tinha estado com alguma garota. Keac e eu dormimos em casa. Iríamos para o nosso chalé.

— Que merda é essa? — Adam questionou quando Keac arrastou um ar-condicionado portátil de dentro de casa, parando no deck de madeira.

Eu estava em pé na caçamba da picape, há uns metros de distância e Adam parado no meio do quintal, checando os pneus do Porsche por algum motivo desconhecido.

— Cara, você sabe que a temperatura do Jake dispara na altura do Empire State quando o céu começa a escurecer. Vamos precisar mantê-lo o máximo na forma de humano. Quando não der mais, ele se transforma. Mas, quanto menos tempo ficar como lobo, melhor para a nossa Marjorie.

Nossa Marjorie. Me deu vontade de socar seu nariz.

— Não acho que vá funcionar, mas vai nessa. Coloca no porta-malas. — Adam fez uma pausa, lançando-me um olhar malicioso. — Não planeja atacar a garota esta noite, planeja?

Não respondi a provocação. Só sabia que precisava sair dali para bem longe o mais rápido possível. Meu corpo inteiro estava começando a entrar em colapso por causa daquela coisa que eu sentia pela Marjorie. Estava tão forte que chegava a doer. Meu sangue parecia correr como lava em minhas veias.

— Vamos logo, cacete. Estou morrendo aqui — ralhei, irritado com a enrolação deles.

— Jake vai morrer se não fizer sexo — Adam disse, rindo.

— Ele é virgem ainda, certo? — Keac questionou, entrando na provocação. Ele terminou de guardar o ar-condicionado no Jeep.

— Claro que é. Ele ainda é uma criança. Não faz essas coisas. Não é, Jakezinho?

— Espero que não faça. Vai partir meu coração se o Jake ainda não tiver sua virtude intacta. — Keac colocou uma das mãos sobre o peito teatralmente, como se estivesse sentindo dor. — Cara, diz para gente que você nunca transou. Não vou poder viver sabendo que meu irmãozinho de dezenove anos já fez impurezas.

Adam bufou uma risada divertida. Ergui o dedo do meio. Aquela era uma maneira de dizer "vão se foder" sem ter que verbalizar nada.

Meus irmãos sabiam que eu estava longe de ser puro, mas insistiam em encher o meu saco pelo fato de eu ser o mais novo. Dava para levar na esportiva, menos quando a Marjorie estava envolvida. E ultimamente, eles sempre davam um jeito de trazê-la para qualquer assunto que estivéssemos conversando, apenas para tentar me fazer sair do controle.

E hoje, dia de lua cheia, meu pavio estava mais curto do que eles ou eu imaginávamos.

Fomos abastecer num posto de gasolina. Adam estava com Keac na picape enquanto eu dirigia a minha moto. Um cara estava abastecendo seu carro numa das bombas. Uma Mercedes antiga e enferrujada. Ele quase passou por cima da Noite Estrelada quando deu ré, como se não estivesse me vendo ali. O olhar de divertimento que atravessou seu rosto me disse o contrário.

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