Capítulo Dezesseis - Reencontro (Parte I)

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Anelise

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Anelise

Depois de Ben abastecer o carro e nós comermos seguimos viagem pela madrugada buscando ir o mais longe possível para que Antonie não nos achasse. Ben acende um cigarro enquanto eu tomo meu expresso balançando o pé da batida de Ashes do Stellar que tocava rádio. Por um momento eu estava até curtindo aquela adrenalina e confesso que estava feliz por estar com ele ao meu lado. Me sentia segura, sentia que poderia enfrentar tudo ao seu lado e ele já mostrou estar ao meu lado. Depois de cerca de quatro horas na estrada paramos em um hotel para passar o resto da madrugada. Pegamos a chave do quarto e subimos. Enquanto Ben toma um banho eu fico assistindo televisão e era incrível como algo tão simples para mim estava sendo tão incrível. Eu passei tanto tempo longe do mundo sem ao menos lembrar quem eu era que tudo parecia novo para mim, parecia ter mais valor do que antes de tudo isso acontecer. Quando Bem acaba eu vou para o banho em seguida e fico lá aproveitando aquela água quente caindo sobre meu corpo. Começo a lembrar de como conheci Caleb. Eu tinha 20 anos e era estagiária no financeiro aonde ele trabalhava, eu tive uma queda por ele desde quando cheguei lá até o dia em que ele me chamou.

" - Ei, estagiaria. - Ele me chama levantando a mão.

- Meu nome é Anelise. - Eu o corrijo áspera. No fundo eu estava nervosa, ele nunca me chama assim. Ele sabia meu nome.

- Eu sei, me desculpe, só quis descontrair. Bom, você poderia por favor conferir essas notas fiscais para mim? - Ele pega um bolo de papeis e direciona a mim.

- Claro, te entrego antes de almoço. - Eu pego as notas indo até a minha mesa. Enquanto confiro vejo um papel vinho no meio escrito a mão.
"Almoça comigo hoje?". Eu olho para Caleb e ele pisca para mim. Dou um sorriso de canto tentando conter minha felicidade. Nem acredito que ele havia me chamado para almoçar."

- Ah se eu soubesse que acabaria assim... balbucio para mim mesma desligando o chuveiro e saindo do box. Tiro o excesso de vapor do espelho e fico ali me olhando por um tempo. Percebo como toda aquela situação havia me trazido um enorme par de olheiras. Eu ainda estava cansada e não tinha tido tempo de processar tudo o que aconteceu.

- Está tudo bem? - Bem me pergunta quando saio do banheiro vestindo apenas uma de suas camisas.

- Ah claro, está sim. - Eu me sento ao seu lado na cama procurando as melhores palavras para começar a agradece-lo pelo que ele havia feito por mim. - Olha... o que você fez hoje por mim, foi incrível. Você desistiu da sua vingança para me ajudar a fugir, isso foi muito nobre da sua parte. Obrigada. - Eu sorria para ele de forma carinhosa vendo-o retribuir o sorriso.

- Você não tem que agradecer. Eu não podia deixar o Antonie continuar a fazer atrocidades com você. E sobre a minha vingança, te tirar de perto dele e imaginar a crise que isso vai cauda entre ele e a Alicia, de certa forma já é uma vingança. - Ele me dizia rindo. - Tenho certeza que era isso que minha irmã queria. Eu fiquei tão obcecado com essa vingança que perdi anos da minha vida ao lado do meu maior inimigo. - Ele suspirava pesadamente e por um momento ficou pensativo. - Você já deve imaginar que teremos que ficar um bom tempo escondidos, não é? Eu só não sei se esse hotel seria o local mais apropriado.

- Não se preocupe, eu já sei aonde podemos ficar. - Eu sabia exatamente aonde ir mas sabia que essa pessoa não gostaria de me ver porém eu não tinha outra opção. Ben fica assistindo televisão enquanto eu me aconchego em seu peito. Por mais que eu tivesse passado seis longos anos com Caleb, nunca tinha sentido ao lado dele toda essa adrenalina e ao mesmo tempo essa segurança que sinto quando estou com Benjamin.

- E então, vamos? - Eu digo a Ben enquanto ajudo a colocar as malas no carro.

- Vamos, só preciso passar em um lugar antes. - Ele bate o capo do carro e nós entramos seguindo viagem por aquela estrada. Não demora muito até que cheguemos em uma concessionária. - Ricardo, quanto tempo. - Ele diz abraçando um homem que pelas vestimentas, parecia ser o dono dali.

- Você sumiu, eu estava preocupado. Você ao deveria estar com o Antonie agora? E quem é essa garota? - Ele sorri amigavelmente para mim.

- Longa história mas para resumir, Antonie sequestrou ela e eu a salvei, nós despistamos ele mas eu vou precisar trocar de carro. - Ah, então foi para isso que ele veio aqui.

- Ah cara, eu não sei não. Isso tem cheiro de problema e se o Antonie descobrir que eu fiz isso para você... - Ele relutou um pouco e já era de se esperar, parece que ninguém quer ter problemas com ele.

- Ricardo, nossa vida depende disso. Eu preciso de você. - Ele continuava insistindo.

- Tudo bem, escolhe um carro mas depois vá logo embora antes que ele apareça por aqui e me mate por ter te ajudado.

- Valeu Ricardo, você e demais! Ele abraçou o homem e escooheu um carro.

No caminho começo a ter lembranças da minha infância com a Alicia. Ela sempre deu indícios de ter inveja de mim mas eu nunca me importei, queria que ela e a mãe dela tivessem tudo o que eu tinha e isso me fez fechar o olho ao tipo de pessoa que ela foi se tornando. Depois de um tempo ouvindo música e jogando conversa fora, felizmente chegamos ao local. Eu não fazia ideia de como seria esse encontro mas esperava ser o mais pacífico possível, afinal, minha vida dependesse disso. Toco a campainha e começo a ficar tensa. Eu não podia esperar nada de bom daquele encontro e isso me deixava cada vez mais ansiosa. Ouço os trincos da porta até ela se abrir por inteiro.

- Ane, o que faz aqui!? - Ela me olhava de cima abaixo incrédula com a minha presença lá.

- Quando tempo não é mesmo, Victoria.

Nota: Que reencontro não é mesmo? Como será que Victoria irá reagir a presença de Anelise? Deixem a opinião de vocês 😊

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Obrigada por sua leitura e te vejo no próximo capítulo. ❤

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