Encostei na porta assim que a fechei, com os olhos fechados e com um suspiro levando toda a tensão que meu corpo carregava. Eu iria trabalhar para ele. Meu Deus, o que estava passando na minha cabeça quando aceitei aquilo?
Com certeza aquilo daria errado. Não era sequer uma dúvida.Meu celular tocou e eu fui ao meu quarto atender.
- É um saco você não ter como mandar mensagens - Dylan reclamou, assim que atendi a ligação.
- Sim, eu sei.
- Alguma novidade? Arrumou emprego?
Bufando, expliquei a minha delicada situação que foi desencadeada apenas por sua língua grande.
- Que ótimo!
- Ótimo? Eu não devia trabalhar com ele.
- E por que não?
- Oras, porque... sequer o conheço.
- Assim como não iria conhecer qualquer chefe.
- É diferente.
- Por quê?
Como eu iria explicar que a presença dele me deixava zonza?
- Aí, Dylan, não enche.
- Você não tem um motivo. Nem um. Apenas é orgulhosa demais para deixar que alguém te ajude.
- Não é verdade.
- Não?
Ouvi a porta bater com força e deixando Dylan sem uma resposta, abri uma brecha de minha porta para olhar. Se Gabriel estivesse chapado novamente, eu não seria louca de colocar as caras lá fora. Mas para a minha surpresa e aflição, meu irmão caminhava com a mão sobre as costelas, mancando e o rosto sangrando.
- Dylan, depois eu te ligo - desliguei.
Saí rapidamente do quarto e fui em seu auxílio. Sem deixar ele protestar, passei um de seus braços pelo meu ombro e o ouvi gemer antes de apoiar seu peso em mim. Lutei para nós manter de pé e andando até o sofá, onde o coloquei lentamente.
- Aí, meu Deus, Gabriel. O que aconteceu?
Com cuidado, levei a mão ao seu queixo, o inclinando para olhar para mim. Gabriel fugiu de meu toque e fez uma careta de dor. Insisti, tentando ver a gravidade de seus ferimentos.
- Da para você olhar para mim? - gritei, nervosa.
- Para de gritar - ele resmungou.
- Então olha para mim.
De má vontade, ele virou seu rosto em minha direção e eu arquejei. Tinha alguns pequenos cortes em seu supercilio, nariz e boca. E um corte profundo na maçã do lado direito do rosto. Seu olho direito também estava inchado e roxo, assim como seus labios.
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Preciosa Devoção
RomanceArt. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Amélia P...