CAPITULO VINTE E DOIS

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- Então você está realmente apaixonado? - Diogo perguntou, deixando sua insatisfação transparecer

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- Então você está realmente apaixonado? - Diogo perguntou, deixando sua insatisfação transparecer.

- Eu gosto muito dela. Nunca conheci ninguém igual, sabe? A força que ela tem, tudo que ela já passou e passa até hoje sem se deixar abalar, sem se fazer de vítima. O jeito que ela é humilde e simples... Me sinto preso a uma coleira que não faço questão de sair.

- Deus, que horror! - meu amigo quase gritou. - O que será de voce agora?

- Deixa de ser idiota!

- Só estou falando - argumentou. - Quem gosta de viver preso a uma coleira?

- Fala isso só porque não conhece ela.

- Conheço. A mulher parece uma pedra de gelo viva.

Gargalhei, porque a primeira vista ela realmente era aquilo. Mas tinha muita água por baixo da camada de gelo... Era só ter paciência para esperar derreter.

- Você nunca ouviu aquela música dizendo para escolher o calor da Bahia ao frio da Europa? - perguntou.

- Você é um idiota!

- Você também. Mas está apaixonadinho e não sabe mais se divertir. Não falou mal de ninguém do lugar hoje.

- Está com ciúmes? - provoquei.

- Claro, eu sempre quis casar com você.

- Eu sempre soube - suspirei profundamente. - Diogo, saiba que o problema não é você, sou eu.

Coloquei uma mão em seu ombro, fazendo minha melhor expressão de compaixão e encarando seus olhos. Dois segundos depois, meu amigo bufou e empurrou minha mão, me fazendo desatar em uma gargalhada.

- Você perdeu o dom - ele criticou.

- Admite que se apaixonou por mim.

- Claro. Agora vou disputar com a Melanie e a menina de gelo pela sua preciosa atenção. Coitadas, mal sabem que não têm nenhuma chance.

[...]

No dia seguinte caiu um temporal. A chuva começou fraca e de repente parecia que o céu estava caindo. Desci do carro e entrei rapidamente no escritório e apenas naquele curto espaço de tempo eu tinha ficado encharcado.

Alicia se encontrava em sua mesa, seca e plena como sempre, mas não vi Amélia.

- Bom dia, querida - ela levantou o olhar para mim e para minhas roupas molhadas. - Não vai se levantar para me abraçar?

- Se ousar se aproximar de mim molhado desse jeito eu raspo a sua cabeça - ameaçou.

- Como ousa ameaçar meu cabelo? - forcei uma expressão de choque. - Por acaso você caiu da cama? Ou o André finalmente te contou que está namorando com aquela sua amiga?

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