CAPITULO DEZOITO

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Tudo estava perfeito, perfeito demais

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Tudo estava perfeito, perfeito demais. E tudo ruiu. Bem diante dos meus olhos. Recebi o golpe de Gabriel e consegui me manter lúcida apesar da força, não tinha sido o golpe mais pesado que ele já havia desferido contra mim. Mas talvez tivesse sido melhor ficar zonza e demaiar para não ver Theo perder totalmente o controle e partir para cima de meu irmão.

Se fosse qualquer outra pessoa, eu estaria feliz por tê-lo em minha defesa, mas era o meu irmão. Era a pessoa por quem eu tinha dedicado os últimos dez anos da minha vida e dedicaria mais dez se fosse preciso. Eu não tinha como ficar feliz por ver Theo batendo nele sem piedade. Eu estava apenas desesperada.

- Theo, para com isso. Pelo amor de Deus! - gritei evitando me aproximar muito para não ser atingida.

Gritei diversas vezes, diversos pedidos de que ele parasse, mas ele não me ouvia. Parecia fora de si. A rua estava vazia e eu não tive outra opção a não ser me meter na briga. Puxei Gabriel para trás, mas Theo agarrou em sua camisa e não deixou que eu o afastasse. Saí de trás do meu irmão e fui para o lado do maior, tentando segurar seu braço.

- Para com isso! - implorei.

Mais um soco atingiu o rosto de Gabriel e eu vi o sangue escorrer, meu estômago revirou e sem pensar duas vezes me enfiei no meio dos dois, ficando de frente para Theo e rezando para que me visse antes de desferir o outro soco.

Seus olhos focaram em mim e seu punho parou bem próximo de me acertar. Minha respiração estava acelerada e eu o encarava com determinação.

- O que está fazendo? - ele perguntou entredentes. - Poderia ter se machucado!

- Te pedi para parar um milhão de vezes, queria que eu sentasse e ficasse vendo você matar o meu irmão?

- Ele te bateu, Amélia! - relembrou em voz alta, bravo.

Respirei fundo e olhei para o chão, pensando no que eu poderia fazer. Deixar os dois juntos por mais tempo não era uma opção. Assim, me virei para Gabriel, colocando a mão em sua bochecha para examinar a gravidade dos ferimentos.

- Não está pior do que a surra que você levou outro dia - quis tranquilizar. - Vá lá para dentro, por favor. Eu resolvo aqui.

Meu irmão agarrou meu braço novamente e eu vi Theo pronto para partir para cima dele, então espalmei a mão livre em seu peito para dete-lo.

- Eu não quero você com esse cara nunca mais, está me ouvindo? - Gabriel sussurrou.

- Entra logo! - briguei, tirando sua mão de meu braço e o empurrando para dentro de casa. Suspirei antes de me virar para o homem em minhas costas.

Theo tinha os braços cruzados e o rosto livre de qualquer arranhão ou hematoma. Gabriel não o tinha acertado nenhum soco. Theo me olhava exigindo uma explicação e eu sabia que não havia nenhum jeito de deixá-lo sem. Depois de todo o ocorrido eu não poderia fazer um voto de silêncio e deixá-lo no escuro.

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