CAPITULO VINTE E SETE

517 50 18
                                    

- Tudo bem, se for me demitir, faça logo - pedi assim que fechei a porta atrás de mim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Tudo bem, se for me demitir, faça logo - pedi assim que fechei a porta atrás de mim.

- Senta, Amélia. 

Sentei na cadeira a sua frente com uma postura digna de bailarina. Como eu previa, meu pulmão falhava, era muito difícil de respirar.
Seus olhos de avelã me encaravam sem descanso enquanto ele apoiou o cotovelo na mesa e cruzou os dedos embaixo do queixo.

- Você me falou uma vez sobre ceder - começou - e eu não tinha visto a importância disso na época, não imaginei que pudéssemos divergir tanto de opinião. Mas eu vejo agora. Você sabe o motivo de eu ter feito que fiz e eu sei o que você pensa disso e gosto demais de você para deixar que isso acabe com o que acabamos de começar.

Eu o olhava atenta, não deixando escapar nenhuma letra que saia de seus lábios e tentando não ficar olhando para os mesmos, para não me distrair.

- Passei a noite tentando encontrar um meio termo. Alguma coisa que pudesse de alguma forma não ser ruim para nenhum dos dois. E cheguei a conclusão de que eu defendo o seu irmão, entro nesse caso como advogado dele.

- Ah - arquejei com o peso que saiu de meu peito. - Obrigada, obrigada.

Ele me parou quando dei volta na mesa para abraça-lo. Então percebi que ele tinha mais coisa para falar, voltando a ficar tensa, me contive.

- Posso fazer com que ele pegue o mínimo da pena, mas não vou tira-lo de lá.

- Foi esse o meio termo que você achou? - perguntei, áspera.

- Amélia, por mim seu irmão podia mofar lá dentro. Mas entendo o seu lado e achei que isso poderia servir. Esperava que servisse.

- Não serve! - me afastei, o dando as costas. - Não serve, não muda o fato de que ele está preso.

- Não muda, porque não deve mudar.

Fechei os olhos sentindo meu corpo voltar a tremer. Em algum momento Theo se levantou, tive consciência disso quando suas mãos percorreram meus braços, por trás de mim. Suavemente a ponta de seus dedos escorregaram pela minha pele, do cotovelo para cima. Até que, com uma das mãos, ele afastou o rabo de cavalo para cima do meu ombro direito. Seus dedos voltaram a percorrer minha pele até a nuca e eu fechei os olhos, mas todo o meu corpo arrepiou quando senti o contato de seus lábios. Com um beijo cálido, seus lábios tocaram minha nuca, disparando calor por todas as minhas veias. O toque inicialmente foi leve, eu mal sentia, mas aos poucos ele aprofundou e eu conseguia sentir todo o calor dele e a textura suave que sua boa tinha.

- Não pode fazer isso - suspirei.

Ele se afastou, apenas para beijar outro ponto do meu pescoço, perto da curva com o ombro. Eu estava paralisada, extasiada, e assim fiquei quando ele voltou a acariciar a pele de meus braços com a ponta dos dedos, suavemente, de cima para baixo e de baixo para cima, descendo cada vez mais até chegar em minha mão e entrelaçar nossos dedos.

Preciosa Devoção Onde histórias criam vida. Descubra agora