Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Amélia P...
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Durante a semana que se passou, eu me virei em trinta para poder arrumar um outro emprego. E arrumei. Motivada pelo sentimento ruim que me abatida toda vez que eu pensava em Theo sozinho com aquela mulher.
Não me importei com salário, não pensei na dívida e em nada mais no mundo a não ser a dor que eu sabia que ia sentir quando ele voltasse e assumisse um relacionamento com ela. Eles tinham viajado juntos, o que eu deveria esperar?
Eu não aguentaria. Simplesmente não aguentaria vê-lo seguir em frente sem mim. E não podia dar o que ele queria. Pelo menos não naquele momento. Tentei evitar ao máximo meu irmão naqueles dias, não queria que ele fizesse nada que me desse ainda mais força para fazer o que meu cérebro vinha me dizendo para fazer.
Ainda não tinha comunicado minha decisão, achei melhor esperar a volta de Theo para falar com ele diretamente. Afinal, apesar de tudo que tinha acontecido, ele havia me contratado para me ajudar e não seria digno sair sem ao menos falar com ele.
- Bom dia! - Alicia cumprimentou, assim que eu entrei no escritório.
Retribuí com as mesmas palavras e um aceno de cabeça, me sentando logo. Ela estava mais quieta do que o normal nos últimos dias e eu meio que agradecia por aquilo, não tinha muitas coisas interessantes a falar.
Um pouco mais tarde, estranhei quando ouvi a porta da frente abrir. Não poderia ser nenhum cliente, visto que Theo não estava, então quem... todo o meu cérebro parou de processar quando a imagem do homem de cabelos castanhos se projetou na nossa frente. Theo sorriu, como se nada tivesse acontecido e eu estremeci.
- Bom dia, garotas - ele disse, indo para a sua sala.
Eu havia esquecido o poder que sua voz podia ter sobre mim. De repente, eu já não sentia mais toda convicção que tinha sobre mudar de emprego, ou sobre qualquer outra coisa. Forcei a respiração, sentindo dificuldade para mante-la. O olhar de Alicia pairou sobre mim, me deixando ainda mais desconfortável. Ela me analisava como uma águia, esperando atentamente para ver uma reação. Qualquer reação. Então tive que ativar ainda mais o meu autocontrole. Pensando em cada movimento, em cada suspiro antes de agir.
Perto do final do expediente, eu tomei coragem para parar de adiar o que eu devia fazer. Recolhi os papéis de minha mesa, a arrumando, e depois comecei a organizar as pastas no computador. Certo, eu estava procrastinando. Fechei os olhos e respirei fundo, tomando o controle sobre mim e espantando o nervosismo. Theo não iria me morder, afinal.
Alicia me acompanhou enquanto eu andava em passos decididos até a sala do meu chefe/ex-seja lá o que nós éramos. Bati na porta duas vezes antes de entrar e a fechei atrás de mim. Eu me senti como alguma espécie diferente, visto que ele também me olhava com expectativa de alguma coisa. Me analisando com os olhos curiosos. Me sentei em sua frente, o mais seriamente que consegui.
- Eu realmente preciso conversar com você.
Fiz o máximo para manter o tom de voz estritamente profissional, carregando até uma postura que não era minha.
