CAPITULO VINTE E NOVE

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Eu não esperava que ele fosse mesmo me chamar para almoçar, mas depois de criar uma rotina de sempre comer junto a ele no trabalho, um amargor se instalou em mim ao vê-lo me deixando para trás

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Eu não esperava que ele fosse mesmo me chamar para almoçar, mas depois de criar uma rotina de sempre comer junto a ele no trabalho, um amargor se instalou em mim ao vê-lo me deixando para trás. De qualquer forma, eu não tinha o direito de falar nada, então apenas me contive. 

Já estava conseguindo entender melhor o que fazer para o caso de Gabriel e ao longo da semana fui pedindo ajuda a Alicia discretamente. Nem ela sabia que se tratava do meu irmão, tomei o cuidado para perguntar coisas que poderiam apenas ter a ver com os casos do escritório. Eu estava ocupada demais para ficar percebendo como Theo andava me tratando, e ainda assim, eu percebia. Cada olhar que ele se recusava a me dar, não que eu fizesse diferente. Mas eu evitava o olhar porque para mim era doloroso, encarar nos olhos tudo aquilo que deixei ir. Já ele, parecia não se importar, o que era absurdamente estranho para um cara que dizia me amar três dias antes. Apesar disso, de sua indiferença comigo, eu ainda sentia de algum jeito uma ligação entre nós dois. 

Eu precisava de um advogado, já estava mexendo com os trâmites necessários para conseguir um defensor público, mas era muita burocracia e comecei a levar em consideração a ideia de contratar alguém.

- Vai gastar seu dinheiro pagando um advogado para tira-lo da cadeia? - Dylan questionou, indignado. - Ele te fez ter uma dívida, Amélia, uma dívida cara e agora quer gastar tudo o livrando para daqui a pouco te arrumar outra?

- E quer que eu o deixe mofando lá?

- Você já não pediu um defensor público?

- Isso demora, Dylan.

- Ele que espere!

- Por que vocês não podem nem fazer o mínimo de esforço para entender como eu me sinto com ele estando na cadeia por minha culpa?

- Quem não está fazendo o mínimo esforço é você, Amélia. Nem tenta ver o quanto ele é ruim para você.

Fiquei em silêncio, para evitar uma discussão. Já havia perdido Theo por aquele mesmo motivo, não podia perde-lo. Estava tudo uma grande confusão. O mês que Marcos tinha me dado para conseguir o dinheiro iria acabar em menos de três dias e eu não tinha a quantia necessária, estava desesperada. Por mais difícil que achasse, talvez Gabriel saísse de lá como uma outra pessoa e podia me ajudar a conseguir o valor exorbitante que tínhamos que pagar. 

Com a cabeça explodindo de problemas, continuei indo ao trabalho, fielmente, sem atrasar um minuto. Tive que aguentar a forma como Theo passara a me ignorar todos os dias, não podia julga-lo, cada um tinha a sua forma de lidar com o término, e se a dele era assim, eu iria respeitar. 

- Alicia, hoje eu preciso sair mais cedo. Será que pode pedir ao Theo por mim? - pedi, me virando para a mais velha com um olhar pidão.

Precisava urgente conversar com Gabriel, era o ultimo dia do prazo e eu precisava saber como agir, tinha a esperança de que meu irmão saberia o que falar. 

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