Algumas horas mais tarde, Thom desperta em um local que ele desconhecia. Parecia ser uma cabana que Victor disse ter encontrado ali perto.
Ele levanta um pouco a cabeça e vê Keyla deitada junto dele, seu braço envolvendo o corpo dela, sua cabeça em seu peito. Ele tenta não fazer nenhum movimento para não acordar ela, mas não teve como.
— Está melhor? — Ela pergunta, mostrando um meio sorriso.
— Sim.
— Que bom que acordou, cara — Johnny abre a porta do quartinho. — Toma. Abrimos alguns salgadinhos e deixamos um pouco para você.
— Valeu, cara — ele agradece, e se senta para comer.
Quando Johnny saiu do quarto, deixando ambos ali, sozinhos novamente, Thom viu a oportunidade de poder conversar com ela sobre tudo o que passaram. Mas ele pensou que não seria certo entrar no assunto do rapto dela, até porque isso a deixaria muito mal.
— Keyla — ele chama a atenção dela, mas sem encarar ela nos olhos. Ele estava um pouco nervoso, e sentiu seu rosto ficar corado. — O que... você disse naquele momento?
Ela tenta se lembrar do momento que ele estava tentando citar.
— Qual? — Ela pergunta, tentando se fazer de boba, mas ele não caiu nessa.
— Você sabe. — Ele responde. — Quando... você... — ele tentava falar, mas as palavras não saiam. Respirou fundo e olhando para a parede, ele soltou. — Quando você se declarou para mim.
Vendo que Thom estava com vergonha, Keyla sorriu e suas bochechas ficaram levemente vermelhas.
— Bem... Eu te amo, Thom — ela repete o que tinha dito no castelo.
Quando ele volta a encará-la, Keyla estava levemente curvada em sua direção. Os dois estavam com o rosto a poucos centímetros um do outro, deixando o coração de Thom acelerado.
— Bem... eu tenho outra pergunta para fazer — ele diz, desviando outra vez o olhar para o chão. — Por que você não aceitou o meu pedido de namoro, lá no dormitório?
Ela segura a mão dele, entrelaçando seus dedos.
— Bem, é que se eu tivesse aceito seu pedido, sua mente — ela toca na testa do garoto com seu dedo indicador — estaria mais concentrada em nosso relacionamento, e eu não queria que você deixasse isso tomar conta de sua mente.
— É mesmo? — Ele pergunta, pensando então que ela supostamente teria aceito o seu pedido. Mas para confirmar... — Quer ser minha...
— Claro que eu quero, Thom! — Ela responde, dando uma afirmativa para o pedido de Thom, que ela já imaginava o que seria antes de interrompê-lo. — Eu sou feliz ao seu lado, e não me importo se tivermos de partir em missões e não tivermos tempo para nós.
Ouvindo essas palavras, Thom entendeu que ela era realmente a garota perfeita para ele, e que nem todas as outras meninas que ele conheceu poderiam fazer ele tão feliz com a Keyla fazia.
— Eu sou grato por você ter entrado em minha vida, Keyla — ele responde, segurando a mão direita dela com suas mãos. Mesmo que estivesse corado, ele não se importava. Ele queria poder ficar com ela, mesmo que seus amigos entrassem no quarto.
Os dois ficaram se encarando, até que ela tomou a iniciativa, dando um beijo em Thom, que sorriu em resposta.
— Quando formos maiores, poderemos fazer o que quisermos — ela assegura, tirando um sorriso dos lábios dele. — Agora... — ela olha para a porta, e então ela se abre.
— Thom, nós precisamos ir, cara — Johnny avisa, se mostrando um pouco ansioso.
— Não me diga que há inimigos vindo para cá? — Ele indaga e ri.
— Não, mas senão nos apressarmos, a noite chegará logo — ele o comunica.
Thom olha para Keyla, e então teve a ideia de passarem a noite naquela cabana e partirem no dia seguinte.
Isso deixou Johnny preocupado, pois alguém poderia encontrar eles ali e mata-los durante sua noite de sono.
— Não esquenta. A ajuda já está a caminho — avisou ele com os olhos vermelhos.
— Quem? — Ele pergunta, e ouve um alto rugido e corre para fora, e encontra o dragão de Thom no alto, se aproximando do local.
Thom se aproxima da fera que baixava ao solo, e acaricia sua cabeça, mostrando afeto pelo seu mestre.
— Esse é...?
— Sim, o dragão do colégio — respondeu Kyle à pergunta de Keyla.
Ela olhava impressionada para Thom, que domara aquela enorme fera negra como a noite.
Ele realmente era poderoso, pois um dragão não aceitaria qualquer um, e Thom era a prova viva disso.
— A propósito, eu gostei de ideia de passarmos a noite nessa cabana. Vai ser bom para descansarmos sem precisar lutar. — Concordou Kyle, passando a mão na cabeça do dragão, que permitiu essa ação.
— Certo, então hoje iremos caçar, preparar algo para comer... — Eles se encararam. — Alguém sabe cozinhar? — Thom pergunta, e todos ali balançaram a cabeça, com exceção de Keyla.
— Eu posso tentar — ela diz, dando de ombros. — Afinal, eu preciso comer algo diferente, além de sopa.
Johnny fez uma expressão que demonstrava nojo.
— Não gosto de sopa. Mas gostei da ideia. Eu topo!
Todos ficaram de acordo que Keyla iria cuidar do jantar, Kyle, Johnny e Victor iriam caçar. Quanto ao Thom, eles concordaram que, por ele ter feito a maior parte, ele iria ficar descansando e ajudando na defesa da sua área.
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O Mago das Sombras: Surgimento
FantasyUm jovem, dois universos. Um planeta habitado por Humanos e outro por Magos. Com a descoberta sobre seu pai e o sequestro de alguém querido, Thom decide iniciar o seu intensivo treinamento, com o objetivo de se arriscar em uma grande aventura atrás...