Capítulo oito

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Alfonso

Maldita.

Eu tinha passado toda a semana pesquisando tudo que podia sobre ela através da base de dados de Harvard, apenas para ser atingido com surpresa após surpresa. Anahi Portilla, vinte e três anos de idade, era a filha de Margaret "The Shark" Portilla.

Eu tinha escrito minha primeira tese sobre The Shark, já que ela, em toda a sua carreira, tinha perdido apenas três casos em 25 anos. Ela era originalmente uma gangster do direito criminal. Trabalhar com ela em um caso, era basicamente como ter um cartão de saída livre da prisão, no tribunal. Até hoje estudamos alguns de seus casos. Depois de saber sobre sua mãe, de repente fez sentido porque sua filha não ficava nem um pouco abalada por mim. Tendo The Shark como mãe, deve ter sido como ter o curso intensivo máximo em lei.

Anahi se graduou como oradora em Towson High School Law and Public Policy, e fez a pós-graduação da Universidade de Princeton, com honras, em três anos, com uma licenciatura em estudos de inglês. Aparentemente, ela tinha feito um bom caminho para seguir os passos de sua mãe, mas em vez disso optou por fazer uma pausa de dois anos, quando ela se mudou de volta para Maryland. E agora, ela estava cursando Direito em Harvard com uma bolsa integral. Seus hobbies foram listados como: voleibol, tênis, fotografia e escrita criativa. Sua maior conquista, segundo seu arquivo "ainda não foi realizada e, consequentemente, nada mais importa". Ela voltou para Boston no momento do diagnóstico de câncer de pulmão da sua mãe em estágio quatro, e estava atualmente vivendo em sua casa de infância.

- Por quê? - eu questionei, suspirando para mim quando cheguei em casa.

Chutei meus sapatos, caí no sofá.

- Porque o quê?

- Droga, Maite! - eu pulei.

A minha irmã e sua gigantesca gravidez, saíram da minha cozinha, com o pote de sorvete que ela tinha pegado no meu congelador. Ela estava vestida com moletom, uma camiseta dos Guns N 'Roses, e em sua cabeça, ela usava um gorro.

- Não grite comigo! - ela gritou de volta.

- Eu não teria gritado se você não tivesse me assustado. O que você está fazendo na minha casa? - perguntei, tentando parecer como se eu tivesse realmente irritado.

- Nós estávamos sem sorvete. - ela respondeu, tomando o assento na cadeira.

- Então, em vez de ir ao supermercado, como uma pessoa normal, você veio para roubar o meu?

- Você sempre divide comigo. - ela respondeu, tomando outra colherada.

Eu tentei pegar o sorvete dela.

Que tipo de homem tira comida de uma mulher grávida?

- Maite, por favor, me diga que você tem uma razão mais lógica para vir aqui, ou eu juro que vou chamar Tristan.

- Isso deveria ser uma ameaça? Você vai chamar o meu marido? Quem você acha que me deixou aqui?

Eu odiava os dois.

- Maite...

- Tudo bem, tudo bem. Tristan me disse que você está por aí pecando com uma garota, e então ela acabou por ser uma de suas alunas.

- Eu não quero falar sobre isso com você...

- Alfonso, por trinta anos você tem sido o bom, o inteligente, a estrela brilhante e, eu nunca o critiquei por isso, ou até mesmo tive ciúmes de você, porque, honestamente, sua vida parecia ser uma chatice. Mas agora, eu sou uma incubadora humana de uma pessoinha, o que significa que o meu marido não me deixa ir para o bar que eu fundei, porque eu assustaria os clientes. Mamãe insiste em me levar para me comprar vestidos com babados... babados, Alfonso. As pessoas apertam meu rosto a cada dez segundos, gritando sobre as alegrias da maternidade, e honestamente, parece que eu estou morrendo. Meus pés doem, eu tenho que fazer xixi a cada vinte minutos, e eu não posso beber. Eu
nunca estive tão entediada em toda a minha vida! Então, eu venho até meu irmão mais velho para me animar ou então me ajude pois vou acabar por ser a próxima pessoa que você vai defender no tribunal, quando eu quebrar como um palito de dentes.

Quando ela surtou?

Seja o que for que você anda bebendo ou fumando, você precisa parar. - eu disse lentamente, e ela jogou a almofada do sofá em mim.

- Conte-me sobre a sua semana, com a sua amante.

- De todas as pessoas que você teve para se casar, por que teve que ser o meu melhor amigo?

- Objeção! Evitando a pergunta.

Revirando os olhos para ela, eu comecei... - Nós saímos por uma semana. Foi divertido, em seguida, na manhã seguinte, após a semana, eu a vi na minha classe, fim.

- Por que você não a expulsa? Não tem aquela coisa de ser "O Professor assustador"?

- Eu tentei, mas ela é inteligente! Se fosse qualquer outro estudante, eu estaria seriamente interessado na carreira dela.

- Bem, se era apenas uma coisa de uma semana, então você deve seguir em frente, como adulto, certo? E não deixar que isso bagunce as coisas.

Está certo. Então, por que nós - eu - não conseguia fazer isso?

- Então... - continuou Maite. - Por que você está tão sombrio?

- Porque eu sou um masoquista.

- Informação demais. - ela se encolheu.

- Eu a coloquei em um caso que estou trabalhando. - eu disse a ela. - Eu fiz isso sem sequer pensar sobre a nossa situação. Eu estava pensando em como eu poderia usá-la para ganhar o caso. O pior é quando ela tocou no assunto depois da aula, ela estava tão perto de mim, que eu queria... - eu parei a minha frase, incapaz de dizer a verdade em voz alta.

- Então, talvez não fosse apenas uma coisa de uma semana.

- Foi. - eu disse rapidamente. - Tem que ser. Nós deixamos isso muito claro desde o início. Uma semana de sexo e foi isso.

- Então, isso é tudo que vocês fizeram? Queimaram seus cérebros fazendo sexo por uma semana?

Eu parei, não querendo reviver a nossa semana em minha mente enquanto minha irmã estava sentada na cadeira olhando fixamente para mim. Eu escolhi minhas próximas palavras com muito cuidado, tentando o meu melhor para mascarar minhas emoções e não dar detalhes. - Nós não transamos o tempo todo.

- Tudo bem, vamos pensar nisso de outra maneira, se ela não fosse sua aluna, você teria quebrado o combinado de uma semana e teria pedido para ficarem juntos outra vez?

Foda-me. Eu teria. Eu tinha planejado.

Olhei para minha irmã e não fiz nenhum esforço para responder.

- Vou levar isso como um sim.

- Não importa. - eu disse. - Nada disso importa. Ela é minha aluna, eu sou seu professor. Isso é tanto quanto nosso relacionamento vai. Ela é promissora, e eu farei com que ela receba o que precisa da minha matéria.

Maite permaneceu quieta, em seguida, com cuidadosa deliberação, ela perguntou: - Não, mas sério, o que ela fez com você nessa semana? Eu nunca vi você agir assim sobre qualquer um.

Essa era a pergunta de milhões de dólares que, nem mesmo eu tenho a resposta.

O que ela tinha feito para mim?

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