Capítulo vinte e quatro

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Alfonso

Eu não sabia o que esperava encontrar quando eu voltasse para casa. Metade de mim esperava que ela não tivesse corrido para casa, e a outra metade de mim esperava que ela ainda estivesse na minha cama, enrolada e nua. No entanto, não foi nenhuma dessas coisas.

Minha sala tinha sido convertida em um pequeno escritório, com arquivos e fotos em toda a mesa de café. Ela sentou-se com seu gato no colo, e fones de ouvido, folheando páginas e páginas, e destacando grandes blocos de texto. Isso me lembrou da noite em que entrei na sala de conferência para encontrá-la ainda trabalhando.

Largando minhas coisas no sofá, eu cheguei por trás dela, beijando seu pescoço antes de remover seus fones de ouvido. — Eu pensei ter lhe dito para relaxar. Eu honestamente não preciso muito de ajuda com o caso.

— Não é o seu caso, é o meu. — ela sussurrou, olhando de volta para mim. — Bem, realmente, é o caso do meu pai.

Olhei ao redor da sala em todas as caixas empilhadas em torno dela.

— Você coletou tudo isso?

— Não havia muito em seu julgamento, então eu basicamente comecei a partir do zero. Se eu achar qualquer coisa, eu envio através de seu advogado, mas isso só aconteceu duas vezes. Era inútil. Sinto muito sobre a bagunça. Eu prometo que vou limpar antes de eu sair. Eu simplesmente não poderia ficar na minha casa agora.

Jesus.

Sentado ao lado dela, tirei a minha gravata. — Está tudo bem, realmente. Eu tenho espaço, mas eu estou confuso, por que você está olhando para isso agora?

— Minha irmã me ligou hoje, para me dizer que o seu apelo não foi aceito, e que ela tinha escrito uma carta para ele. — disse ela, quando ela me entregou o telefone para ler a nota que sua irmã tinha digitalizado e enviado a ela.

Querido Pai, Sr. Puente, Ben, Pai,

Eu vou pular a introdução. Eu escrevi isso tantas vezes que eu estou quase sem papel. Eu não sei se você se lembra de mim, eu sou Selene, sua outra filha. Eu gostaria de me lembrar de você, porque pelo que Any me diz, você foi muito legal. Ela está se tornando uma advogada para tirá-lo daí, e acredite em mim, se há alguém no mundo que pode fazê-lo, é Any. Ela é como uma mula; uma vez que ela coloca os pés no chão, ela não se move até que os trabalhos estejam feitos. Acredite em mim, eu sei disso porque ela basicamente me criou toda a minha vida. Então o que eu estou tentando dizer é que estamos com você, e eu espero que você esteja indo bem... tão bem quanto você pode estar, pelo menos, dada as circunstâncias. Eu realmente não posso fazer nada, só apoiar Any, mas só sei que nós não esquecemos de você, então apenas continue aguentando por nós.

Te vejo em breve, Selene.

Ela colocou o telefone em cima da mesa e descansou a cabeça no meu colo, sem dizer uma palavra. Eu não tinha certeza o que mais havia a dizer.

— Eu estou trabalhando tão rápido quanto eu posso...

— Você vai se matar com isso, Anahi. — fiz uma pausa, tentando pensar sobre a melhor forma para expressar para minha próxima pergunta. — Por que você não me pediu? Você disse que odiava o advogado que está trabalhando nisso agora, então por que você não veio a mim?

— Eu fiz, meses atrás. Quando eu liguei, a pessoa com quem falei, eu acho que foi Raymond, disse que você não lidava com condenações à morte. Liguei para dezenas de advogados e todos disseram a mesma coisa. Quando eu te conheci no bar eu não tinha ideia de quem você era, mas durante a nossa semana juntos, você me disse seu nome e eu coloquei dois e dois juntos, mas isso não importava mais. Eu tinha decidido lidar com isso sozinha. Eu nunca teria pensado que você seria meu professor. — ela confessou mantendo os olhos fechados.

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