Capítulo doze

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PASSADO
Dia 4

Anahi

- Você toca? - perguntou, quando ele notou o violão escondido atrás de algumas das caixas em minha sala de estar.

- Quem me dera! Minha irmã toca muito bem, embora ela só começou a aprender. - eu respondi, enquanto eu me levantava do nosso pequeno piquenique de vinho, pipoca e sanduíches.

- Você acha que ela se importaria?

- Nem um pouco. - eu disse.
Eu tinha comprado para ela de qualquer forma, então eu percebi que eu pelo menos, iria vê-lo tocando mais uma vez.

Tomando um assento na extremidade oposta do sofá, ele pegou as cordas. Com a cabeça inclinada para o lado, e os olhos fechados, ele ouviu atentamente ao tom das cordas, parando de vez em quando para ajustar a afinação. Ele dedilhou através de todas as seis cordas, comparando com sua escala de sintonia interna. Satisfeito, ele abriu os olhos e sorriu para mim, então, ele respirou fundo e começou a tocar.

Fechei os olhos por um momento e ouvi o som de sua música. Enquanto eu seguia a melodia, a música tomou forma e eu abri meus olhos para olhar para ele.

- Eu conheço essa música! - eu disse quando me sentei com entusiasmo, tentando o meu melhor para não derramar vinho.

Ele riu. - Qual é então?

Merda.

- Eu sei, não me diga! - eu repeti, tentando lembrar.

Urgh.

Ele continuou sorrindo, enquanto seus dedos deslizaram para cima e para baixo do braço do violão com facilidade. Ele parecia tão relaxado, como se ele pudesse passar o resto de sua vida sem camisa com um violão nas mãos.

- Droga. - eu chorei de frustração, eu conhecia essa música!

Ele olhou para mim. - Desiste?

- Não. Não posso ligar para um amigo ou algo assim?

- É "More Than Words" do Extreme. - disse ele com um sorriso.

- Eu teria conseguido adivinhar. - eu murmurei. - Estava na ponta da minha língua.

- Tudo bem. - ele disse com um tom de provocação.

- De qualquer forma, onde você aprendeu a tocar? - eu perguntei a ele, desesperada para desviar o assunto.

- Meu pai me ensinou. - ele respondeu. - Eu era péssimo em dar em cima das meninas quando eu estava no colégio, então ele me ensinou a tocar para que eu pudesse atrair as garotas. - disse ele com uma risada.

- Você tinha problemas com meninas? - perguntei incrédula.

- É tão difícil de acreditar, porque eu sou tão diabolicamente belo, certo?

Revirando os olhos, eu joguei um pouco de pipoca nele, e ele conseguiu pegar um pouco em sua boca.

- Você quer ouvir a história ou não? - perguntou ele com irritação fingida.

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