Capítulo vinte e um

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Anahi

Quando chegamos ao escritório, Christian já estava lá. Alfonso - Professor Herrera, dane-se, eu ia apenas chamá-lo de Alfonso ou então, eu ia ficar louca, estava tão frio como sempre no carro. Quando Katheryn afirmou que eu os tinha chantageado, ele apenas olhou para o seu telefone, sem dizer uma palavra.

— Seu café, Sr. — disse Christian, entregando-lhe um copo, quando todos nós entramos no elevador.

— Pare de beijar minha bunda Sr. Chávez, ou você vai ficar preso lá. — Alfonso respondeu, tomando o copo dele e bebendo. Ele teve que parar para cuspir. — O que é isto?

— Café?

— Isso não é café! — ele retrucou, entregando-o de volta para Christian.

Katheryn e eu prendemos a respiração, mordendo os lábios para não rir.

— Ótimo. — eu sussurrei para ele, quando nós descemos do elevador.

Foi a primeira vez que eu tinha vindo até aqui desde o caso Archibald, e eu finalmente fui capaz de assimilar o que estava acontecendo. Na parede à minha direita, escrito em letras grandes e em negrito, estava o nome de Alfonso. Dentro do edifício, havia um zumbido de atividade, quando inúmeros associados se moviam de um lado para outro.

Naquele momento, Tristan saiu, vestido elegantemente em um terno de três peças, e entregou-lhe um jornal.

— Onde ela está? — perguntou.

— Raymond a trouxe para a sala de conferência.

Ambos nos ignoraram enquanto caminhavam pelo corredor, e nós sem palavras os seguimos. Mais uma vez, era como se fôssemos invisíveis. Qualquer um que via Alfonso andando, se virava ou mantinha a cabeça baixa e passava por ele o mais rápido que podia. Mas mesmo assim, nem sempre era rápido o suficiente.

— Você, com a mancha de café, vá para casa até que você descubra onde fica sua boca. — Alfonso apontou para um homem a meio caminho pelo corredor.

Nossa.

— Ela parece ter feito isso? — ele nos perguntou à porta da sala de conferências.

Eu podia ver a mulher; ela era hispânica, com longos cabelos escuros e olhos avermelhados. Ela estava vestida toda de preto e com um pequeno véu de renda decorrente de seu chapéu, como se ela precisasse provar para o mundo que ela estava de luto por seu marido.

— Não. — respondeu Christian.

Katheryn balançou a cabeça. — Sim.

E então seus olhos verdes caíram sobre mim.

— Eu não tenho certeza.

— Tenha certeza, então. Mesmas regras do caso Archibald. — ele disse enquanto abria a porta.

— Quais são as regras? — sussurrou Katheryn, quando entramos.

— Sente-se, cale-se e não faça nada de errado. — eu disse correndo para o canto.

Raymond, um associado, veio para frente e sussurrou algo em seu ouvido, mas Alfonso nem sequer pestanejou, ele apenas olhou para ela.

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