Capítulo treze

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PRESENTE
Anahi

- Eu realmente sinto muito sobre o que aconteceu com Esther e Hector. Sim, Esther e eu terminamos, mas não nos odiávamos. E Hector, Hector... era meu melhor amigo. Ninguém no mundo me conhecia como ele.

- Seus pais, que eram sempre como segundos pais para mim, eu... eu sinto muito. Eu nunca pensei que algo como isso poderia ter acontecido, e se eu pudesse voltar atrás, eu nunca teria feito a festa. Sinto muito. - Richard sussurrou no meu microfone antes de recuar.

Ele passou as palmas de sua mão em seu rosto, enxugando as lágrimas. Em seguida, ele cruzou as mãos sobre o peito e olhou para baixo.

Colocando minha mão em seu ombro, eu sorri, tentando o meu melhor para confortá-lo. Eu não queria estragar as coisas para ele. Pela primeira vez - bem, pela segunda vez desde a última noite - eu percebi que esta era a vida de alguém por quem estávamos lutando. Quando eu me sentei para frente e endireitei meus ombros, eu me preparava para dar o meu discurso para a mídia.

- Richard Archibald deu uma festa, uma das dezoito, feita por estudantes em sua escola deste ano. Na verdade, Richard tinha dado uma festa uma semana antes do incidente, mas ninguém foi, pois não tinha álcool ou drogas o suficiente. E assim, ele cometeu um erro, tudo por querer se encaixar.

- Não há como negar que esta foi uma perda trágica de duas jovens vidas, mas colocar a culpa exclusivamente sobre os ombros de um menino de 16 anos não é apenas injustiça, mas incompetência.

- Uma vez que esta investigação começou, nenhuma vez, qualquer membro da polícia de Boston pediu informações sobre o traficante de drogas, que é, em minha opinião, o verdadeiro assassino. Ele vendeu um lote ruim de drogas a menores de idade, só Deus sabe quantos outros adoeceram e morreram possivelmente por causa desse tráfico. Há ainda festas sendo feitas, mesmo agora, com crianças como Esther e Hector, que estão apenas a uma pílula da overdose. Esta não é uma questão racial, não se trata de outro adolescente privilegiado fugindo de algo. Trata-se do Departamento de Acusação e da polícia de Boston, tentando fazer parecer que eles são duros com a criminalidade, quando com toda a honestidade o que eles estão buscando é um bode expiatório. E esse bode expiatório não será Richard Archibald.

Levantando, deixei Richard chegar à minha frente para que eu pudesse sussurrar a ele para ignorar todas as pessoas, câmeras e perguntas que estavam sendo empurradas para nós. Quando entramos na casa, eu respirei fundo quando a Sra. Archibald abraçou seu filho e Alfonso falava com o seu pai. Em seguida, fui para a sala de estar, onde Logan e o resto dos companheiros de Alfonso estavam assistindo ao noticiário.

- Um pouco emocional, mas não foi ruim. - disse um deles.

Quando olhei em volta, notei Christian sentado no canto com seu maxilar cerrado.

Essa foi a primeira vez.

Olhando para mim, ele deu de ombros, como se dissesse "Não foi nada mau". Eu sorri, sabendo que ele estava planejando fazer tudo ao seu alcance para reconquistar sua vantagem sobre mim.

- Então o que acontece agora? - perguntou a Sra. Archibald.

Antes que Alfonso pudesse responder, um telefone celular de seus associados tocou.

- É o Departamento de Acusação.
Sorrindo, ele pegou o telefone- - Pete, como você está? - uma pausa, então. - Um período de três meses numa clínica de reabilitação? Você enlouqueceu? Ele nem sequer tomou uma pílula.

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