Capítulo seis

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PASSADO
Dia 2

Anahi

Escovei os dentes pela oitava vez, eu me virei, observando o espelho e alisei a camisa amarela de botão e saia preta que eu decidi usar.

Eu estava tão animada que eu estava tremendo.

Eu tinha vinte e três anos, caramba. Eu não deveria estar tremendo como uma colegial com a ideia de um cara vir até aqui.

Parecia que não importava o que eu tentasse, nada parecia bom o suficiente. Meu cabelo não parecia certo, e eu me sentia como se eu tivesse comido ou bebido alguma coisa, então eu escovava os dentes novamente. Além disso, eu tinha certeza que eu tinha ganhado peso.

Vamos lá Anahi. Não é como se ambos não tivessem feito isso já. Suas roupas estão muito bem. Seu cabelo parece bom. E você só ganhou um quilo, mas que poderia ser apenas estresse... certo?

— Eu deveria me trocar. — eu disse para o meu reflexo, quando me virei e fui para o armário. Antes que eu pudesse mudar minhas roupas, a campainha tocou.

Merda.

Respirando fundo, eu me forcei a não ceder ao meu desejo absurdo de fugir pelas escadas. Fazendo uma pausa, eu me olhei no espelho que ficava na entrada, e eu esfreguei meu dedo sobre meus dentes saboreando a sensação de limpeza que exalava. Oitava vez é o charme, eu supunha. Em seguida, tomei uma respiração profunda e abri a porta para o que viria a ser a semana mais agradável da minha vida.

— Uau. — ele sussurrou.

— Agora é assim que se diz olá? — eu sorri, pela visão dele. Ele estava vestido de forma casual, jeans escuro e um blazer. Suas mãos estavam atrás das costas e ele balançava para frente e para trás na ponta dos pés, sorrindo maliciosamente. Eu suspeitava que ele estivesse escondendo alguma coisa por trás das costas, mas antes que eu pudesse questioná-lo sobre isso, seu sorriso se alargou quando ele apresentou uma garrafa de vinho para mim.

— Você não precisava trazer nada. — eu disse a ele, quando peguei a garrafa das suas mãos.

— Que tipo de convidado eu seria se eu aparecesse com as mãos vazias? Além disso, você acabou de se mudar, certo? — perguntou ele, quando eu dei espaço para ele entrar.

— Sim. Eu me mudei e há mais caixas nos outros quartos. Foi demais para eu dar conta sozinha.

— Se você precisar de ajuda, eu sou bom com estilete... merda, isso soou horrível...

Eu ri, eu não podia me conter. Em um momento ele era abertamente sexual, e no próximo, ele era tão bonito e doce, que era difícil de acreditar.

— Está tudo bem. — eu disse a ele. — Você comeu? Eu pedi pizza porque eu senti que fazer o jantar seria um pouco... — fiz uma pausa e uma careta.

— Seria como estar em um relacionamento? — ele terminou com um sorriso. — Pizza está ótimo.

Balançando a cabeça, eu fui para a cozinha, e ele me seguiu. Entreguei-lhe um abridor de vinho de uma das gavetas, e me virei para pegar os pratos que eu tinha desempacotado esta tarde.

— Copos? — perguntou. — Ou você quer beber da garrafa?

— Eu diria garrafa, mas eu não quero que você me julgue, ou tenha um pré-conceito sobre o tipo de garota que eu sou. — eu provoquei.

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